Circula,
nas redes sociais, notícia que mostra a foto do ministro da Infraestrutura, em
momento em que ele recebe comenda, certamente em razão do seu fantástico
trabalho à frente dessa pasta.
Lá
consta a mensagem, verbis: “Ministro Tarcísio Freitas recebe medalha
mérito farroupilha, homenagem do RS, a esse ministro que orgulha tanto os
brasileiros.”.
Pessoalmente,
sinto enorme e lascada amargura no meu sentimento patriótico em perceber
que, sendo governo único, somente um ministro, entre outros 22, vem trabalhando
com afinco, garra, empenho, tesão e amor à pátria, como se os outros fossem
figuras decorativas na Esplanada dos Ministérios.
Esse
Tarcisão deve ser o único que até agora tomou posse no cargo e desembestou a
trabalhar, tal qual verdadeiro alucinado, no sentido de deixar o seu rastro, ou
melhor dizendo, a sua marca de homem competente e produtivo em centenas de
obras espalhadas em cada palmo do território brasileiro e parece que ele não
tem limite para parar, porque ele aparece em tudo que é obra, até mesmo às
faraônicas paralisadas há “séculos” e as termina e entrega para o uso dos
brasileiros.
Ele
parece se confundir com todas as máquinas e os tratores que trabalham dia e
noite nas estradas, incontrolavelmente, no aprontamento de maravilhosas obras
para o progresso do Brasil e o bem dos brasileiros.
Fica-se
a pensar e com bastante lógica: por que diabos os demais ministros não produzem
absolutamente nada e muito menos se dignam a apresentar projeto de nadinha
mesmo, não fazendo nem 1% que esse monstro, no bom sentido, da Infraestrutura
faz e mostra para o mundo a sua importante obra para os brasileiros, como se o
governo se encerrasse e se concentrasse em
um único ministério, com a obrigação de produzir sozinho em nome de todos os
outros parasitas, conquanto se os demais órgãos não tivessem nenhum dever de
realizar coisíssima alguma.
Até
parece que ele sozinho tivesse a obrigação de trabalhar e produzir pelos resto
dos ministros comem e dormem, porque dificilmente se houve notícia de que
qualquer outro ministro já tenha, depois de dois anos e meio no exercício
oficial do cargo, levantado sequer uma pena de sibite, nos seus ministérios,
como se todos ainda estivessem aguardando a ordem superior para darem largada
no trabalho, no sentido de, ao menos, justificar a sua presença no governo.
A
menos que o presidente da República tenha determinado que somente o homem das
máquinas e dos tratores precisa mostrar as estradas bonitas, executadas no
capricho por todo país, o que realmente é lindo mesmo e precisa ser aplaudido
com vontade, mas isso não pode impedir que os sonecas do governo também possam
se despertar da catalepsia predominante nos seus ministérios e passem a contribuir
com alguma obra ou outro projeto capaz de contribuir para o progresso do Brasil,
como é o dever funcional de todos.
O
odioso e estranhíssimo dessa notória disparidade entre o ministro de
Infraestrutura e os outros 22, é que estes, juntos, até agora não conseguiram
executar nem 1%, repita-se, comparativamente ao que já fez e faz o
supertarcísio, tendo, salvo melhor juízo, o tremendo e pacífico conformismo do
chefão de todos, que não conseguiu notar ainda que um ministro trabalha e
efetivamente produz, conforme o noticiário da mídia, e o restante dos ministros,
sim o restante, o que fazem, enfim?
Fica,
então, a propósito, a sugestão, em forma de pergunta: qual realmente é a
serventia dos outros ministérios para o governo ou o país, porque nada fazem,
pelo menos não tem nada de visibilidade nem distante do exemplar tratoraço da Infraestrutura,
que honra à mancheia a cadeira da sua pasta, que poderia, pensando bem, para a
glória do Brasil e dos brasileiros, ocupar cargo muito mais elevado?
Esse
importante brasileiro bem que poderia, com urgência, ser picado pela mosca azul
da política, porque, em princípio, ele tem o perfil burilado, preparado e
estruturado para presidir o Brasil, fazendo a máquina pública, integrada por 23
ministérios ou muito menos, realizar, por dever patriótico, como ele vem
praticando, o similar trabalho extraordinariamente que vem sendo realizado pelo
poderoso Ministério da Infraestrutura, que é digno de modelo para qualquer
governo.
A
bem do interesse público, o trabalho que vem realizando o Ministério da Infraestrutura
não chega a ser surpresa alguma, sob o prisma da administração moderna e
eficiente nem muito menos milagre por parte do seu titular, uma vez que se
trata apenas do fiel cumprimento de missão confiada a governo competente e
responsável, o que vale dizer que somente um ministério zela pela fidelidade ao
seu dever funcional e constitucional, de produzir o melhor e mais produtivo
para a satisfação do interesse público.
A
obrigatória de ser eficiente e bem servir ao interesse público não é somente do
Ministério da Infraestrutura, mas sim de todos os ministérios, no exato
cumprimento do dever de todos os órgãos, de se sacrificarem na produção a mais
otimizada possível, para, pelo menos, justificarem as suas existências, com o
mesmo fantástico empenho desse ministério que certamente vai passar para
história como símbolo de órgão que somente fez por justificar ter existido em
governo que permitiu que os demais ministros ficassem a ver navios, por não
terem conseguido produzir bulhufas em benefício dos brasileiros.
Brasília,
em 13 de julho de 2021
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