O ex-presidente da República
petista, que se mantinha em silêncio sepulcral, afirmou que, se as denúncias de
irregularidades na compra de vacinas pelo governo forem verdade, a Comissão Parlamentar
de Inquérito da Covid pode pedir ao Supremo Tribunal Federal a interdição do
presidente da República.
O petista afirmou que "Se for verdade as denúncias de corrupção
na compra das vacinas, se for verdade as denúncias do gabinete paralelo, se for
verdade todas as coisas que tão falando contra o governo e contra ministros do governo,
eu acho que a CPI pode pedir à Suprema Corte a interdição do Bolsonaro ou pode,
com base no relatório da CPI, (lançar) mais um pedido de
impeachment".
Mesmo diante dos avanços sobre possíveis suspeitas de corrupção no
governo, o petista, que se apresenta
como principal adversário na corrida presidencial, vinha se resguardando em
silêncio sobre o caso Covaxin ou o relato de pedido de propina revelado pelo
jornal Folha de S.Paulo.
Nas redes sociais, os principais políticos brasileiros vinham criticando
o silêncio do petista, dizendo que ele havia sumido estrategicamente, não
participando dos movimentos em favor do impeachment do atual presidente.
A falta de manifestação do petista foi considerada por políticos como inteligente
jogo estratégico, no sentido de que é preferível o incentivo político, com a
consequente perda de popularidade do presidente, do que se mover ato em apoio
aos movimentos na tentativa da imediata remoção dele, para que fique muito mais
fácil derrotá-lo na disputa de 2022.
O ex-presidente também publicou nota em apoio ao superpedido do impeachment,
tendo afirmado, verbis: "Parabenizo as forças de oposição ao
Bolsonaro e os movimentos sociais que conseguiram unificar os mais de 120
pedidos de impeachment pra pressionar o Lira (presidente da Câmara dos
Deputados). Espero que as manifestações de rua convençam o presidente da
Câmara a colocar em votação".
Meu deus da política,
que país é este?
A questão que se coloca
em discussão, no presente momento, se concentra especificamente sobre os princípios
da moralidade na administração pública, que é algo extremamente ignorado e
desprezado por importantes pessoas que se dizem homens públicos, quando eles,
na realidade, simplesmente estão a ano-luz do preciso entendimento sobre esse
relevante sentimento representativo para a nação e o seu povo.
Apenas para se
relembrar, refrescando um pouco a memória dos brasileiros, quem agora se acha
no direito de criticar os atos do governo ainda não conseguiu justificar absolutamente
nada perante a sociedade, que é do seu dever como homem público, os gigantescos
escândalos robustamente criados e nutridos no seu governo, que é considerado símbolo
de desvios de incalculáveis montanhas de recursos públicos para finalidades
absolutamente estranhas aos propósitos do interesse dos brasileiros.
Convém, a propósito,
trazer à baila os monstruosos e criminosos esquemas de corrupção compreendidos
nos famigerados mensalão e petrolão, de muita triste memória para os
brasileiros honrados, porque há outros que se comprazem com a roubalheira dos
cofres públicos, por sequer se envergonharem em fechar os olhos por infinita
tragédia acontecida na história político-administrativa brasileira.
Por meio somente desses
artifícios deprimentes, muitos cofres de empresas públicas, especialmente da
Petrobras, foram saqueados, à vontade e à luz solar, conforme resultados de investigações
já devidamente comprovas pela Justiça, mediante julgamentos e sentenças por ela
proferidas, compreendendo ordens de prisão e devolução de milhões de reais aos
destinos originais, sem que nunca tais irregularidades tenham sido reconhecidas,
aceitas e assumidas por seus responsáveis diretos, que também foram devidamente
identificados pelo mesmo órgão público, legalmente competente para tanto, que
aconteceram precisamente no governo de quem agora se atreve a criticar
possíveis atos ainda suspeitos de irregulares.
Ressalte-se que os atos
ora suspeitos ainda pendem de investigação, para, então, depois disso, vir
puder, conforme o caso, ser objeto de censura, fato este que evidencia a brutal
incoerência do pensamento político brasileiro, onde alguém supercarregado de máculas,
em termos de moralidade na gestão pública, entende ser justo fazer crítica,
praticamente, sobre algo ainda inexistente.
Diante disso, é preciso
se notar que o currículo desse político carrega o peso da monstruosidade de
imensuráveis fatos que envergonharam o Brasil e o mundo, mantendo-se ainda na
consciência a blindagem da inocência, como se toda atroz e cruel roubalheira,
resultante dos esquemas referentes aos mensalão e petrolão, fosse absolutamente
normal, evidentemente que até pode ser para os esquisitos padrões da ideologia
esquerdista, não para a racionalidade da administração competente e responsável
inerente à verdadeira satisfatoriedade do interesse público, para a qual é a
essência da razão da existência dela.
A tentativa de se
exigir o respeito ao princípio da moralidade somente do governo da oposição,
como fica translúcido com a manifestação em comento, mostra a clarividência da extrema
miopia que impede a esquerda de enxergar os próprios malfeitos, por mais
faraônicos que eles sejam, como os desvios perpetrados por meio dos esquemas ultracriminosos
somente, por exemplo, dos citados mensalão e petrolão, que ultrajaram
definitivamente a dignidade dos brasileiros.
Não resta a menor
dúvida de que o político que agora clama por moralidade dos atos do gestor
público, ou seja, que se acha no direito de exigir respeito aos princípios da
ética e da moralidade, tem sequer resquício de credibilidade para falar de
moralização na administração do Brasil?
Espero que a resposta a
essa questão seja devidamente pensada, analisada e respondida à luz dos
sentimentos da sinceridade e da honestidade, sem paixão ideológica nem idolatria
ao homem público, mesmo imaginando que a pessoa em si até possa ser inocente,
como assim se julga, mas não conseguiu provar nadinha ainda, perante a Justiça
e a sociedade, sobre as suspeitas atribuídas a ele com relação a prática de atos
irregulares, embora a sua gestão tenha sido maculada definitivamente também pelos
indignos escândalos dos mensalão e petrolão e somente isso já diz muito acerca sobre
a personalidade de quem condena possíveis erros do atual governo, em princípio,
ainda sem a menor pertinência.
Diante do exposto e se
realmente o político tem algum sentimento de moralização no seu íntimo, este
momento é de suma importância para que ele decida primeiro fazer as pazes com a
sua própria história, no sentido de se afastar para o mais distante possível,
se puder, para o espaço sideral, das atividades políticas brasileiras, à vista do
volumoso fardo que pesa sobre seus ombros, como gigantesca dívida acumulada da
gestão pública, por conta do mau gerenciamento da coisa pública, compreendido,
em especial, no perverso fisiologismo, nas organizações criminosas surgidas no
governo, na remessa de dinheiro dos brasileiros para obras públicas no exterior,
nas alianças espúrias com políticos da pior índole, no desnecessário aparelhamento
da máquina pública, entre tantas outras deficiências que contribuíram para
tornar a prestação dos públicos da pior qualidade possível, salvo no que se
refere aos programas de assistencialismo social, que foram fomentados com a
exclusiva finalidade da potencialização eleitoral, com vistas à conquista e à permanência
no poder.
É evidente que o retorno
às atividades políticas, de quem se encontra nessa situação, tem como principal
pressuposto, por via dos sentimentos do bom senso e da razoabilidade, que as mazelas
ainda pendentes, notadamente, no caso específico, as suspeitas da prática de
atos irregulares, envolvendo dinheiro público, e a autoria dos esquemas
criminosos, sejam prévia e devidamente justificadas e esclarecidas perante a
Justiça e a sociedade, como condição sine qua non para tanto, porque é
precisamente assim que agem os verdadeiros homens públicos, quando se
apresentam para os eleitores, trazendo as mãos limpas e a ficha corrida
imaculada, em consonância com as exigências inerentes à conduta ilibada e à comprovação
de licitude quanto aos seus atos na vida pública.
Convém que os
brasileiros se conscientizem, como prova de amor ao Brasil e em defesa dos sagrados
princípios republicano e democrático, que têm por finalidade a moralização da administração
pública, no empenhamento de somente aceitação na vida pública de quem efetivamente
se esforçar em comprovar o preenchimento
dos requisitos essenciais da idoneidade e da conduta imaculada, porque somente
assim será possível se contribuir para o fortalecimento e a consolidação da
integridade ética e moral no Brasil.
Brasília, em 3 de julho de 2021
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