terça-feira, 27 de julho de 2021

Em defesa da terceira via

 

Como os candidatos da polarização entre direita e esquerda já se lançaram à disputa eleitoral, os respectivos titulares decidiram se manifestar sobre o surgimento de candidatura referente à representação da chamada “terceira via”, em que eles disseram que essa ideia simplesmente inexiste.

Por enquanto, realmente não existe candidato que tenha reivindicado essa condição, para servir de opção entre essa horrível e deprimente ideia inevitável da polarização experimentada na última eleição presidencial.

É preciso se entender que o interesse da terceira via são os eleitores que não estão ideologicamente vinculados com os candidatos da polarização.

Com a abstração dos eleitores da chamada polarização, ainda restam, com base em variadas pesquisas recentes, aproximadamente 30% do eleitorado, que podem sim influenciar na decisão presidencial, porque ele não tem candidato preferencial, chamado de cabresto, que já decidiu em quem votar.

Os dois principais nomes da corrida eleitoral para 2022 procuraram desdenhar, por pura obviedade, da chamada “terceira via”, quando o atual presidente disse que “não há espaço para o surgimento de um candidato  que possa derrotá-lo. Está polarizado. Hoje, ia estar eu e o ex-presidiário que desviou bilhões dos cofres públicos e vai disputar as eleições do ano que vem", referindo-se ao seu opositor, na corrida presidencial. 

O petista declarou em discordância do presidente do país, que "A terceira via é uma invenção dos partidos que não têm candidato. Falam em polarização... O que tem de um lado é democracia e do outro é fascismo. Quem tá sem chance usa de desculpa a tal da terceira via. Seria importante que todos os partidos lançassem candidato e testassem sua força".

O ex-presidente disse que “Agora o Bolsonaro fica dizendo que se for derrotado nas eleições não vai entregar a faixa. Bolsonaro, pare de ser chucro. Pare de ser estúpido. Ninguém quer receber a faixa de você. Pode deixar que o povo vai empossar o presidente eleito em 2022. E não será você. Terceira via? O povo não engole isso aí. O vaselina… O vaselina não vai dar certo, não vai agregar, não vai atrair simpatia da população. Não existe terceira via, está polarizado.”.

É preciso se entender que, com a consciência de pura civilidade e brasilidade, pessoa envolvida em suspeitas de graves irregularidades na administração pública, sem ter conseguido provar a sua inculpabilidade nos casos denunciados à Justiça, em princípio, à luz dos conceitos da decência e da mortalidade, não tem direito de invocar para si o sentido de democracia, como fez o ex-presidente, ante o ferimento do verdadeiro desiderato do seu tão importante significado, que tem o símbolo da imaculabilidade.

A propósito, ressalvada, com o devido respeito, a compreensão do político sobre o sentido de verdadeira democracia, tem-se que a sua pureza não pode ser confundida com nada que possa turvar, como dito acima, a alma da imaculabilidade, da insuspeitabilidade, da ilegitimidade, porque estes são princípios que não condizem com quem pende de explicação à Justiça sobre atos na vida pública, exatamente por fortes suspeitas de malversação de recursos públicos, não tendo, salvo melhor juízo, condições mínimas da normal invocação da sagrada democracia em seu benefício, porque isso pode caracterizar verdadeiro sacrilégio, nos tempos modernos e mais ainda à vista do devido respeito à honradez da sociedade, .

Sob o aspecto da razoabilidade política, o apelo à democracia para o próprio político não tem a menor pertinência, diante do antagonismo existente, o que o impossibilita de representá-la, à vista da grandeza moral que ela significa para o mundo político civilizado.

Enfim, que democracia é essa representada por político extremamente populista de esquerda, que é notoriamente subserviente às ditaduras cubana e venezuelana; possuidor de histórico na vida pública bastante complicado, à vista da existência de vários processos com denúncias sobre suspeitas de práticas de irregularidades com dinheiro público, os quais correm ativamente na Justiça, tendo grande possibilidade de ele voltar a ser condenado à prisão, como já foi, por duas vezes; classificado como corruptor na sua gestão, por meio dos escândalos do mensalão e do petrolão, constituindo faraônicos esquemas de desvio de dinheiro público, de magnitude inédita, para garantir a permanência de seu partido no poder, sem que tivesse a dignidade de reconhecer a paternidade de nenhum deles, que tiveram a chancela da Justiça garantindo a filiação deles à gestão do mencionado político?

Os aludidos fatos são escabrosos de tamanha e descomunal envergadura, à luz dos consagrados princípios democrático e republicano, que o normal sentimento humano os tem como de tanta deprimência moral que a ninguém deveria ser concedida oportunidade para representar politicamente coisíssima alguma, muito menos o povo que é digno de consideração e respeito, sob os sentimentos da pureza da cidadania, quanto mais em se tratando do envolvimento do cargo máximo de comandante de uma nação, que não merece a intromissão de nada sob suspeita de falcatruas e anormalidade quanto ao zelo com a res publica.

Nesse caso, sendo ele eleito, inevitavelmente, todos os brasileiros passarão a ser submetidos compulsoriamente à chefia de pessoa que, indiscutivelmente, não preenche os mínimos requisitos de conduta moral, fato este que é visivelmente inadmissível até mesmo nas piores republiquetas, onde seu povo certamente preza, sobretudo, pelo que é mais nobre no seu sentimento, que é a preservação da grandeza da sua dignidade moral, não permitindo que político em plena decadência moral seja coroado o homem mais importante da nação, pondo toda nação ao ínfimo nivelamento do rasteiro nível da imoralidade, ficando caracterizada a banalização da esculhambação na República, pelo indiscutível ultraje às suas honra e dignidade, em termos dos salutares princípios da ética, da moral e da decência.

Por outro lado, as negligências notoriamente letais causadas no seu governo contribuem muito para o afastamento da população ao atual presidente, que, por certo, teria tudo para se reeleger mil vezes se fossem possíveis, se a sua sensibilidade humanitária tivesse sido minimamente despertada, precisamente em momento da maior gravidade pela qual a saúde pública foi afetada e intensamente fragilizada, causando a maior mortandade de brasileiros que se tem conhecimento nos últimos tempos, dando a se entender que se trata de algo normal, quando o esforço administrativo poderia sim ter mudado essa cinérea e trágica realidade.

À primeira vista, definitivamente, não tem o menor cabimento se descartar a esperança sobre o aprimoramento da democracia brasileira, no sentido de se experimentar algo inovador, com a alvissareira perspectiva de completa mudança de parâmetro de políticas divisionárias e segregacionistas da sociedade brasileira, a demostrarem retrocesso social, por ela ser impedida de progredir por força da forte e nefasta ideologia, que já demonstrou resultados contrários à ansiedade de desenvolvimento dos brasileiros, ante a intransigência da defesa ideológica, que não convergência para a tolerância e a união de propósitos em benefício da sociedade.

Convém que se defina a terceira via como candidatura que realmente se distancia dos ranços e das marcas amargos da indesejável polarização, porque ela em nada contribui para o aperfeiçoamento dos princípios republicano e democrático, posto que o próprio nome já diz que é ela se intensifica à direita ou à esquerda, em que deve, ao final, prevalecer a supremacia de um dos lados, em prejuízo do todo, ficando decidido que são “eles contra nós e vice-versa”, cuja ideia divisionista só serve para separar os sentimentos de brasilidade e de interesses quanto aos objetivos unificados de desenvolvimento nacional, que somente prospera se houver união e integração de propósitos, sem essa desgraça e demoníaca ideologia política.

Fala-se até que a terceira via nasceria para acomodar os inconvenientes fisiologistas concentrados no famigerado Centrão, com todas as suas malévolas aspirações, que já são do amplo conhecimento dos brasileiros, donde se pode inferir os seus reais objetivos sobre a conquista do poder, com forte predomínio sobre os cargos públicos e os recursos federais, para o fortalecimento de suas ações referentes à dominação política, extremamente prejudicial ao interesse público, que se assenta, ao contrário disso, exclusivamente na satisfação do bem comum da população.

É conveniente que o candidato da terceira via seja capaz de depurar ao máximo a existência dos verdadeiros sentimentos da direita e da esquerda, com base na experiência bastante disseminada por ambas as ideologias, tendo por base a arraigada dominação do poder, de modo que seja possível se arquitetar estrutura de governo livre de seus atávicos pecados e inconveniências, que são extremamente prejudiciais aos interesses nacionais.

Com respaldo nesse rigoroso e necessário filtro de ideias e práticas, com o livramento das precariedades existentes nas alas da direita e da esquerda, a terceira via poderia sim montar estrutura de metas sérias, dignas, honestas, eficientes e principalmente imunes às desgraças próprias da polarização, que são centradas exclusivamente na consecução de metas destinadas à priorização da satisfação de seus interesses ideológicos, em marcante detrimento das causas próprias dos brasileiros e do Brasil, situação essa que precisa ser mudada, mesmo que seja como forma de experimentação, na tentativa de beneficiar tão somente os brasileiros, com o prejuízo das eternas regalias da classe política.

Eis que a terceira via poderia ser a verdadeira salvação do Brasil, justamente diante da possibilidade da desvinculação das mazelas que contribuem para o garroteamento das condições de desenvolvimento socioeconômico dos brasileiros, em razão de a direita ou a esquerda sempre visarem à satisfação das suas facções ou metas partidárias, precisamente em defesa de maneira privilegiada de seus aliados, ou seja, do grupinho de sempre, à vista das experiências comandadas pelo horripilante sentimento de “nós contra eles”, em infernal divisão que tem como resultado a inferioridade dos objetivos nacionais, porque eles são colocados em planos inferiores aos interesses pessoais ou partidários.

Ou seja, à primeira vista, tem-se o sentimento de que a candidatura da terceira via poderia ser a cara do verdadeiro e autêntico Brasil, onde as suas metas de governo somente contemplariam o melhor para a reconstrução do país, com a aceitação de ideias de pureza em tudo que representasse o governo brasileiro, sem Centrão, oportunismo, fisiologismo e principalmente o distanciamento das terríveis ideias dos demais candidatos da polarização, porque é exatamente a finalidade precípua da terceira via, como posição independente, autônoma e soberana, que prima exclusivamente para a real satisfação do interesse dos brasileiros, com vistas ao desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

Tendo em vista os pronunciamentos contrários do ex-presidente da República e do atual presidente, tem-se então absoluta certeza de que a terceira via será projeto de vanguarda extremamente vitorioso, precisamente por ele ser construído em ideias diferentes das praticadas pelos referidos políticos, que são fortemente criticadas, ao seu tempo, por parcelas da sociedade que alegam insatisfação, de uma forma ou outra, pelas gestões defendidas e praticadas por ambos os políticos, fato este que ajuda a compreender a necessidade da esperançosa terceira via, como forma de experimentação de alternância de gestão pública competente, eficiente e efetiva, sempre aconselhável quando se pretende se conhecer novos horizonte da administração pública, com a finalidade de satisfazer plenamente o bem comum e os interesses da população, que, na essência, essa é realmente a sua razão de existir, mas, infelizmente, o verdadeiro sentido da sua institucionalização não é devidamente respeito.  

Enfim, a ideia da terceira via no Brasil precisa ser algo realmente que precisa urgentemente ser experimentado pelos brasileiros, por tratar-se de sistema sensivelmente diferente e inovador, que tenha por fundamento a defesa do interesse maior dos brasileiros.

É preciso que haja sim o desejo de mudança político-administrativa, com a força, a determinação e a clareza da sublime e da completa rejeição de tudo aquilo que representam os dois principais candidatos da polarização, tendo em vista que a experimentação dessa inovadora ideal possa provar que, enfim, o Brasil tem conserto e pode sim crescer, em termos de metas construtivas e efetivas, em todos os setores, em especial da educação, da saúde, da segurança, da infraestrutura, dos programas sociais e em todos segmentos integrantes das ações governamentais, que poderão ser transformados em benefícios dos brasileiros.

Também pode ser atribuída à mentalidade da terceira via o desejo de revolucionar a administração pública brasileira, por meio do genial propósito de aperfeiçoamento e modernização das retrógradas, arcaicas e contraproducentes estruturas do Estado, tendo por importantes iniciativas amplas e abrangentes reformas de todas as políticas de incumbência constitucional do Executivo, de modo que se possa ter por metas a eficiência e a eficácia em bons resultados na educação, na saúde, na segurança púbica, na infraestrutura, no saneamento básico, nos programas sociais, enfim, em tudo que estiver sob os cuidados do governo, de modo que a gestão pública só tenha a finalidade de produzir os melhores e qualificados serviços prestados à população.

É imprescindível que os brasileiros se sacrifiquem ao desafio da refundação do Estado brasileiro, para que ele seja completamente reinventado, por meio de ajustes profundos nas suas estruturas, como forma de se obter futuro mais seguro, justo e promissor, por meio de missão que precisa ser ansiada por toda a sociedade, porque os louros também hão de ser distribuídos igualmente todos os brasileiros, sem a famigerada senha da divisão defendida pela desgraçada da polarização.      

Enfim, a existência da terceira via se justifica também em razão de o Brasil já ter experimentado, nos últimas décadas, o sabor mais do que amago do radicalismo de esquerda e outras maledicências, com todas as inevitáveis consequências, que bastante visíveis, estando obrigado a experimentar, conviver e aturar o outro lado também desagradável da moeda, em que pululam, com igual ardor da irracionalidade, os radicais de direita, quando é mais saudável somente a convivência da racionalidade, em termos da estrita tolerância e dos respeitos aos princípios da cidadania e da brasilidade, tendo por pensamento a exclusiva unificação dos bons propósitos em prol do engrandecimento e do desenvolvimento do Brasil.  

Convém sim que surja, no Brasil, o mais rapidamente possível, a candidatura para a representatividade da terceira via, obviamente com ideias de vanguarda, muitas delas elencadas acima, como importante alternância de poder e gestão pública, não somente para esconjurar os perigos das nefastas ideologias do “nós contra eles”, em consonância com o arejamento político-administrativo propiciado pelas normais evolução e modernidade científica e tecnológica propiciadas ao homem, quanto mais ainda para a transformação do verdadeiro sentido da existência do Estado, que é a garantia da satisfatoriedade das necessidades dos brasileiros, quanto às suas obrigações previstas na Constituição Federal.

Brasília, em 27 de julho de 2021

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