O
presidente brasileiro foi um dos únicos líderes do G20 (grupo das 20 maiores
economias do mundo) que não teve reuniões oficiais, como atos de praxe em encontros
de presidentes mundiais, com outros mandatários, à exceção do presidente
italiano, anfitrião do evento que, pelo protocolo, se encontra com todos os
líderes presentes em Roma.
Segundo
o Itamaraty, a agenda presidencial seria atualizada ao longo da visita à
Itália, e reuniões estavam sendo negociadas com outros países, mas nada foi fechado
oficialmente, fato este que mostra a falta de interesse dos demais presidentes
em dialogar com o mandatário brasileiro.
Sob
forte pressão internacional por causa do aumento do desmatamento e das
queimadas na Amazônia, o presidente brasileiro decidiu não ir à COP26, situação
esta que gerou críticas por parte de outros países e de importantes organizações
ambientais.
De
acordo o vice-presidente da República, o mandatário brasileiro teria evitado ir
à reunião do clima porque os participantes iriam jogar "pedras" nele.
Na
verdade, essa deplorável situação é consequência natural da política ambiental implantada
pelo atual governo, que colaborou bastante para o isolamento do presidente do
país em foros internacionais, a exemplo do G20, e da ausência na COP26.
Em
geral, reuniões bilaterais entre líderes em eventos como o G20 e a Assembleia
Geral das Nações Unidas servem como indicadores da importância do país no
cenário global.
Historicamente,
o Brasil, por sua importância mundial, costumava ser requisitado por seu papel
de articulador em negociações e debates globais envolvendo países em
desenvolvimento, à vista das importantes contribuições que prestavam nos
encontros, contando sempre com a sua efetiva participação.
Um
cientista político e professor de Relações Internacionais na Fundação Getúlio
Vargas afirmou que “O Brasil está muito isolado, e a reputação de Bolsonaro
no exterior já está consolidada. Então, suas declarações dificilmente vão mudar
a posição de outros governos ou gerar manchetes como antes. Além disso, como a
eleição está chegando, ninguém quer apostar ou vê muito valor em restabelecer
algum diálogo ou alguma parceria estratégica. E, mesmo com líderes bem
conectados, isso costuma acontecer quando falta um ano de mandato. O melhor que
o Brasil poderia fazer não seria reverter o estrago, mas simplesmente aparecer
pouco, e há uma boa chance de o Brasil sair do G20 não despercebido, mas sem
gerar manchetes fora do país".
No
segundo dia de visita a Roma, o presidente brasileiro foi xingado e vaiado nas
redondezas da embaixada brasileira, onde está hospedado, tendo sido chamado de
"genocida" e "incompetente".
Um
manifestante fez perguntou direta e clara ao presidente: "Como você vai
explicar a incompetência de seu governo?", que, como não poderia ser
diferente, a pergunta não mereceu resposta.
À
medida que as vaias e os xingamentos foram se intensificando, apoiadores do
presidente brasileiro se aproximaram dele, gritando "Mito, mito!",
mas, o presidente, visivelmente irritado e espantado, preferiu cuidar de deixar
de tirar fotos com apoiadores e apressou o passo para chegar à embaixada
brasileira, onde é vetado o acesso de jornalistas.
O
certo é que, oficialmente, o presidente brasileiro não se reúne com outros
presidentes, ficando sempre na esperança de que ele inverta esse quadro, por
meio da sua aproximação com outros mandatários, de maneira que ele consiga recuperar
as saudáveis relações bilaterais, como forma de melhorar o ambiente da diplomacia
externa, porque é sempre importante quando o Brasil se mantém em destaque
mundial, ao contrário do que se constata neste governo, que se tornou invisível
para o resto do mundo, conforme mostram os fatos.
Tanto
no G-20, como já havia acontecido recentemente na Assembleia Geral da ONU, em
Nova York, o presidente brasileiro passa em branco, o que demonstra, em termos internacionais,
que ninguém quer compartilhar foto ao seu lado nem conversar com ele, muito
menos.
Ou
seja, o resultado da reunião do G-20, para o Brasil, foi zero em diálogo
bilateral ou multilateral e muito menos conversas ou acordo para viabilizar
negócios, o que evidencia abissal vazio da diplomacia internacional.
O
mais grave de toda situação é que o presidente do país optou para ir ao G-20, tendo
rejeitado a reunião do clima, em Glasgow, na Escócia, onde predomina importante
debate sobre as mudanças climáticas promovido pela ONU, contando com a
participação dos mais importantes líderes mundiais, que também estiveram na
Itália e, certamente, estão realmente preocupados com a redução de poluentes,
na tentativa de salvar o planeta do trágico aquecimento global.
Segundo
o vice-presidente da República, o presidente se esquivou em refúgio de Glagow porque,
se tivesse ido para lá, ele fatalmente seria hostilizado, massacrado por causa
da Amazônia, bem assim pelo desleixo criminoso do Brasil com o meio ambiente,
na certeza ainda de que ele seria alvo de pedradas por parte dos demais participantes,
exatamente porque a política ambiental do governo é desastrosa, na opinião
internacional.
A
verdade é que, como não tem proposta alguma para reduzir a poluição no Brasil,
o mandatário brasileiro preferiu ficar passeando na Itália, visitando o Vaticano,
a cidade de Pádua, a terra dos seus ancestrais, mas nem lá ele foi bem recebido,
porque os moradores o rechaçaram com promessa de jogar esterco de animais na
comitiva do brasileiro.
A
atual situação brasileira perante o mundo é bastante constrangedora, dando a
entender, a princípio, que o principal país que guarda e protege a reserva floresta-ambiental
do mundo sequer existe para os demais países, fato este que, ao menos, deveria
servir para reflexão, em especial, no sentido da mudança de estratégia política,
de modo a justificar ao mundo que as medidas efetivamente adotadas pelo Brasil
visam à real e efetiva proteção das florestas nacionais.
O
sentimento que se tem é o de que o governo brasileiro entende que ele faz o melhor
em tudo e isso, para ele, por si só, já basta e pronto, sem necessidade de se esclarecer
coisa alguma, em minuciosos detalhes, o que ele realmente vem realizando, em
especial, em termos de política ambiental, no sentido de proteger efetivamente as
ricas matas brasileiras.
No
mundo moderno, é muito importante que haja interação ente as nações, de maneira
que a riqueza dos recursos da diplomacia funcione em benefício também do
Brasil, tendo o cuidado de mostrar a realidade brasileira para os demais países,
que as vezes condenam atos brasileiros que eles nem os conhecem e isso precisa
ser evitado, com a maior urgência possível, para o próprio bem do Brasil.
É
precisa que o Brasil seja enxergado por outro ângulo, bem diferente do que foi
construído de que o governo brasileiro tem sido o principal destruidor das
florestas, precisamente com o interesse na expansão do importante agronegócio,
em que medidas liberais de controle tendem a facilitar as queimadas e os desmatamentos
das ricas florestas brasileiras, como se isso fosse prática normal e
corriqueira, mas parece ser exatamente somente isso que os outros países têm
conhecimento do Brasil.
A
recuperação da visibilidade da imagem do Brasil precisa ser trabalhada, em caráter
de urgência, pela inteligência do governo, começando com a identificação dos
pontos nevrálgicos que contribuíram para o total afastamento do presidente da
República do centro das conversas e das negociações internacionais,
considerando que esses contatos são da maior importância para manter o país com
alguma influência no exterior, principalmente junta aos países evoluídos
economicamente.
Brasília,
em 1º de novembro de 2021
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