Circula
nas redes sociais vídeo que mostra a fotografia do ex-juiz da Operação
Lava-Jato, com a seguinte mensagem, verbis: “MICO: MORO
COMPARTILHA LINK DE SEU CANAL DO TELEGRAM COM CONTEÚDO PORNOGRÁFICO.”.
Está
muito na cara que isso só pode ser forma clara de canalhice e de desrespeito
aos princípios da civilidade e da cidadania, na vã tentativa de manchar e
enxovalhar a dignidade do ser humano, pelo fato, por certo, de não gostar do ex-magistrado.
Trata-se
de perversa e atrofiada mentalidade que não resulta em absolutamente nada, salvo
para mostrar o quanto muitos brasileiros ainda precisam evoluir para se tornarem
pessoas dignas e responsáveis, em termos de cidadania.
Não
se pode negar que o ex-juiz da Operação Lava-Jato tenha defeitos, mas é preciso
se reconhecer também que nenhum magistrado do Brasil, em tempo algum da sua
história, demonstrou tamanhas competência e coragem para o enfrentamento dos
poderosos de colarinho branco, que desviaram bilhões de recursos dos cofres
públicos, conforme ficou devidamente comprovado por meio de competentes
investigações realizadas em contratos celebrados por empresas públicas, em
especial pela Petrobras, contas bancárias, demonstrações contábeis,
movimentações financeiras, depoimentos, delações premiadas, extratos bancários,
declarações de bens e demais elementos e documentos juridicamente válidos na
Justiça.
O
então magistrado foi o primeiro servidor pública da Justiça que teve coragem e se
dignou a enfrentar, com muita determinação, a verdadeira máfia instalada na
administração pública brasileira, tendo conseguido desvendar fortíssimos
esquemas de organização criminosa entranhada e em funcionamento no governo de
então, de acordo com as investigações levadas a efeito pela competente Operação
Lava-Jato, no famigerado esquema do petrolão.
Na
batuta do então juiz, foram julgados mais de centena de processos, em tão pouco
tempo, cujo resultado demandou a condenação, com base nas provas constantes dos
autos, de mais de centena de criminosos aproveitadores de recursos públicos,
com efetiva autoria dos crimes cuidadosa e devidamente levantados, apurados e comprovados,
na forma de prisão de dezenas de bandidos, incluídos políticos de altos
coturnos, empresários, lobistas, empreiteiros e outros criminosos do colarinho
branco.
Além
disso, o ex-juiz determinou a devolução aos cofres daquela petrolífera de milhões
de reais desviados, o que bem demonstra que realmente houve roubalheira ao
patrimônio dos brasileiros, porque não haveria restituição de dinheiro se não
tivesse havido roubalheira e apropriação indevida de valores.
Fosse
um país com o mínimo de dignidade, seriedade e civilidade, o exemplo do
trabalho feito por esse juiz deveria servir como dignificante marca de amor aos
interesses do Brasil e dos brasileiros, mas, ao contrário, o seu glorioso e
impressionante esforço teve efeito contrário na mentalidade dos principais
magistrados do país, que, sem nada a justificar, precisamente em termos de ilegalidade,
eis que o mesmo fato objeto de absurda decisão, para indevidamente beneficiar
criminoso, já havia sido julgado por diversas vezes na mesma corte e merecido o
mesmo veredicto denegatório, cuidaram de anular os precisos, importantes e produtivos
trabalhos nunca antes realizados no país, por conta, pasmem, da Justiça
brasileira.
O
sacrifício da Operação Lava-Jato foi colocado por terra apenas por mero
capricho do poder, porque os fatos irregulares, traduzidos pela gigantesca
roubalheira perpetrada nos cofres públicos, permaneceram intactos nos autos, totalmente
intocáveis na origem, a mostrarem apenas o quanto é compensatório se cometerem
crimes nesta nação tupiniquim, em especial quando eles são praticados na
administração pública, a exemplo de todos os indecentes fatos envolvendo os
desvios de recursos objeto das investigações da Operação Lava-Jato.
Enfim,
é mais do que lamentável que as pessoas que ainda apoiam o incalculável desvio de
recursos públicos, cujos valores foram levantados e apontados, com tanto
empenho por pessoa que fez brilhante trabalho em benefício do Brasil e dos
brasileiros, bem assim a mais perversa e injusta forma de impunidade, em total
desserviço aos interesses do país, tentem, por meio de expediente sórdido e
cafajestoso, enxovalhar a imagem e a reputação dela, com o único propósito de se
querer a sua desmoralização, sem motivação alguma, em forma explícita de mera
vingança, por ele ter agido com o puro sentimento de defesa do interesse público
e dos brasileiros, no estrito cumprimento do dever das suas funções públicas.
Tudo
isso só contribui para evidenciar o quanto falta amor no coração de muitas pessoas,
mas elas demonstram esbanjar sentimento de muito ódio, por não aceitar a
realidade dos fatos, porque estes ainda estão a exigir esclarecimentos e
justificativas por parte dos envolvidos, que não tiveram a mínima dignidade para
assumir as suas responsabilidades perante os brasileiros, que tiveram o seu patrimônio
desviado, à luz solar, na pessoa jurídica da Petrobras, que representa os
brasileiros que investiram nela, cuja empresa esteve por pouco próximo da
bancarrota, pela ação maligna e criminosa de gestores públicos inescrupulosos e
aproveitadores de recursos públicos, conforme mostram os fatos, devidamente
comprovados pela Justiça.
É
preciso que os brasileiros honrados e dignos repudiem os atos praticados por aqueles
que se mostram complacentes com os envolvidos com a roubalheira e a criminalidade
levantadas, registradas e contabilizadas pela competente Operação Lava-Jato, de
modo que esses antibrasileiros sejam expurgados definitivamente da vida
pública, em benefício do Brasil e dos brasileiros honrados.
Brasília,
em 10 de novembro de 2021
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