Logo em seguida a um apresentador da TV Globo ter dito que o ex-presidente da República petista representa o passado, sem especificar precisamente o que isso quer significar, o referido político questionou, pelo Twitter, esse conceito.
O ex-presidente escreveu, verbis: “Esse
discurso de renovação. O que é o novo?! 20 milhões de pessoas passando fome?!
100 milhões de brasileiros em insegurança alimentar?!”.
Em um programa de entrevistas, o mencionado
apresentador comparou a candidatura do petista com a do atual presidente, tendo
afirmado que as duas candidaturas são do passado.
O apresentador global afirmou que “Já ouvi de
gente da direita e da esquerda que essa dicotomia direita/esquerda tem que ser
substituída pela real dicotomia que nos desafia, que é passado e futuro. A
gente olha pro ano que vem, para a eleição, o eleitor brasileiro olha para o
ano que vem, e ele não vê o futuro.”.
Meses atrás, ao participar como convidado de
programa televisivo, o mesmo apresentador global disse, em resposta a questionamento,
que “O Lula já até disse que gostaria de fazer o programa comigo, mas tinha
que ser ao vivo. Pode até ser ao vivo, mas teria que ter um polígrafo
acompanhando todas as falas dele", possivelmente se referindo à
necessidade do uso de detector de mentiras para falar com o ex-presidente.
Como não poderia ter sido diferente, o apresentador
foi bastante criticado por sua declaração, porque isso, na concepção dele, o
político mente sempre e isso é incompatível com as atividades políticas, que
exigem a prevalência da seriedade e da verdade, porquanto o povo, que é a síntese
da democracia, merece ser respeitado com somente a prática da dignidade na vida
pública.
É evidente que, para o bem da verdade, é de extrema
importância para a sociedade que as pessoas formadoras de opinião, com a disseminação
de informações, sejam o mais precisamente
claras, precisas, objetivas e completas nas suas afirmações e colocações.
As informações e opiniões vindas delas são
elementos preciosos e, por isso, devem ter clareza e precisão capazes de transmitir
dados suficientes sobre os fatos abordados, para que eles possam ser
interpretados com facilidade, evidentemente
não deixando mínima dúvida, principalmente em se tratando dos principais
candidatos à Presidência da República, cujos currículos já são do conhecimento
dos brasileiros, que sabem, em linhas gerais, as suas ideologias e as maneiras
de governar o país.
Os brasileiros já têm conhecimento tanto do que diz
respeito aos acertos e às deficiências de cada um deles, sendo muito pouco
somente se afirmar que eles representam o passado, porque isso, por si só, se
encerra em desagradável e inquestionável lacuna, que não ajuda em nada, quando
ele tivesse dito precisamente a que passado ele se refere.
Conviria que ele tivesse dito que o ex-presidente representa
o passado, pelos fatos e motivos tais e tais, como forma de prestação de importante
contribuição à opinião pública, que não pode ficar em dúvida e em eterno questionamento.
É evidente que os dois possíveis futuros presidenciáveis
à próxima eleição tenham feito grandes governos, principalmente à vista da avaliação
pertinente à ideológica, mas, indiscutivelmente, há no passado de cada um fatos
marcantes que, em cada caso, são dignos da necessidade de melhor e profunda avaliação
por parte dos eleitores, no sentido de ajustamento do que eles realmente representam
para a satisfação dos interesses maiores do Brasil, não somente para os gostos
das alas de direita e esquerda que ambos respectivamente representam, porque
isso é mais forma de egoísmo que pouco ajuda ao desenvolvimento socioeconômica do
Brasil.
Com um pouco de esforço, é possível sim se aquilatar
o que representa cada candidato para os interesses do Brasil, a exemplo do
postulante da esquerda, que teve governo marcado por sucessivos escândalos de corrupção,
a exemplo dos famigerados esquemas criminosos do mensalão e do petrolão.
Esses tristes fatos são mais do que suficientes
para que ele nunca mais nem pensasse em exercer atividades públicas, enquanto ele
não justificar e esclarecer minuciosamente todos os fatos relatados nas ações penais
ativamente em tramitação na Justiça.
Os aludidos esclarecimentos são mais do que
suficientes para macular a sua conduta de homem público, à vista da visível
incompatibilidade deles com os princípios republicanos da ética, do decoro, da
moralidade, da dignidade, entre outros exigidos na administração pública que
tem por natureza somente a legitimidade.
No caso, em especial, do possível candidato da
direita, o seu principal demérito pode ter sido, de maneira decisiva, a
gigantesca falta de sensibilidade aos princípios humanitários, fartamente
demonstrada no combate à gravíssima crise da pandemia do coronavírus, onde a
sua postura de estadista pendeu fortemente para o nefasto negativismo,
procurando contestar, por ação ou omissão, a real existência do perigo que
existia e ainda existe da doença que tanto ameaçava e destruiu vidas humanas.
Os
fatos evidenciam a geração de muitas polêmicas que diziam respeito, em especial,
às trapalhadas negociações das vacinas, tendo inclusive a participação direita
do presidente do país, em claro despreparo para o encaminhamento dos cuidados
dele com a gravidade de emergência, em se tratando da clara e visível importância
do tratamento de vidas humanas, cujo atraso pode ter contribuído, de maneira
efetiva, para a significativa perda de muitos brasileiros.
A assertiva dessa afirmação encontra respaldo no resultado
das investigações levadas a efeito pela Comissão Parlamentar de Inquérito da
Covid, realizada pelo Senado Federal, que indica a necessidade do
aprofundamento de apurações para a confirmação ou não de possíveis crimes, por ação
ou omissão atribuídos ao governo do atual presidente, que exigem profundos e
abrangentes esclarecimentos e justificativas por parte dele, como maneira
constitucional e legal da devida prestação de contas à sociedade, que exige sim
plena regularidade nos atos da administração pública.
Convém sim que os
brasileiros, conscientes da sua responsabilidade cívico-eleitoral, avaliem com
muita precisão o passado dos futuros candidatos à Presidência da República, de
modo que sejam levados em consideração exclusivamente os interesses do Brasil,
com embargo da ideologia partidária ou outros interesses, uma vez que os fatos já
acontecidos são suficientemente capazes para se concluir que seus resultados
são extremamente prejudiciais às causas da sociedade.
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