Circula
na internet mensagem exaltando as melhores adjetivações do ex-presidente da
República petista, como se ele fosse o “todo-poderoso” encrustado em palavras
especiais e encantadoras, com a sua colocação nas alturas, acima de tudo e de
todos.
A
aludida mensagem diz exatamente o seguinte: “Lula incomoda qdo chora, qdo ri,
qdo fala, qdo pensa, qdo namora, qdo brilha, qdo encanta. Preso, solto, triste
ou alegre, Lula é gigante. Jamais caberá na alma dos covardes, dos pequenos, dos
invejosos, de gente mesquinha, limitada, perversa e rastejante. Lula traz consigo,
a imensidão do Brasil. Ele é multinacional, multicultural. Ele é o jovem, o velho,
a criança. Ele é o sertão, a floresta, a praia e a metrópole. Ele é a flecha, a
rede e a oca. Ele é a bola, o drible e o gol. A ginga do samba e do baião. Lula
é a paz, amor e tudo. Lula, o Brasil tem saudades do Brasil.#LulaLivre.”.
Na
verdade, as afirmações, todas absolutamente enaltecendo as saudáveis qualidades
do petista-mor, se inserem em valiosa propaganda política, como estratégia
motivacional de primeira linha junto aos seus admiradores, que nem precisam de
nada para idolatrá-los como o verdadeiro rei dos mundos, conforme insinuam as
palavras transcritas acima, evidentemente na restrita visão de seus fãs
seguidores, porque há ampla parcela de brasileiros que tem outro entendimento
completamente diferente do que consta acima, o que é bastante natural, em se
tratando de líder político.
Na
referida mensagem, sobressai a menção dos melhores adjetivos atribuíveis ao político,
na tentativa da encarnação nele como sendo o único e poderoso líder de seus
seguidores, tendo por finalidade lhe assegurar extraordinária militância, fato
este que até dispensa algo dessa magnitude, à vista do exagerado fanatismo
exposto a um líder político.
Ou
seja, trata-se de propaganda política que se encaixa perfeitamente no perfil de
candidato que pretende vir muito forte para disputar o pleito presidencial, de
modo a mostrar, pelo menos para os seus fãs, somente lindas e representativas
qualidades, como se ele fosse realmente o deus na vida de seus apaixonados e
fiéis seguidores e que se ele não tivesse absolutamente nenhuma mácula na vida
pública e ainda fosse o político mais perfeito de todos os tempos, entre os seres
mortais da face da Terra.
Ocorre
que, nas atividades políticas, principalmente na vida pública, convém que os
representantes do povo se mostrem por inteiro aos eleitores, de cara, corpo e
alma, exatamente para que os brasileiros-eleitores possam decidir, com base em informações
precisas, em quem realmente deve votar, sob a ótica da melhor avaliação
possível, que somente será viável quando o candidato se torne transparente à frente
da sociedade.
Nesse
caso, é obvio que ganha importância tanto o elenco das ricas e inumeráveis qualidades,
na forma disposta na referida mensagem, a mostrar exatamente o motivo pelo qual
o político é endeusado, como também o seu lado que diz com a imaculabilidade,
quando ela existe de verdade.
Não
obstante, talvez por força do entusiasmo, que ali ficou bastante acentuado, importantes
detalhes sobre o currículo do político foram omitidos, não se sabendo exatamente
se por esquecimento ou de propósito, precisamente por interesse político, mas é
certo que isso tem enorme valia para se aquilatar as condições da moralidade
inerentes a ele, no que se refere à vida pregressa quanto aos seus atos na vida
pública.
A
título de adjutório, convém que se acrescente ao tudo de maravilhoso que foi
alinhado na mensagem da internet, como forma importante de atualização completa
do currículo do político, embora isso não seja integrada àquela rede social,
mas é preciso que se complemente o histórico do importante político, no sentido
de que ele responde a quase uma dezena de denúncias junto à Justiça brasileira,
dando conta de que ele teria se envolvido em prática de atos irregulares,
conhecidos popularmente como casos de corrupção.
Os
referidos fatos, na essência, são completamente incompatíveis com as atividades
pertinentes à administração pública, diante das exigências sobre a rigorosa
observância dos princípios republicanos da moralidade, da honradez, da
dignidade, entre outros que repudiam desvios de finalidades públicas, que são
os objetos das denúncias em causa.
Ou
seja, em que pese o considerado grande poderoso político, em termos de
atributos próprios ou inerentes ao poder, conforme enunciado na mensagem transcrita
acima, onde, possivelmente por lapso, não foi mencionada, como devia, por ser
necessário, à vista da relevância de homem público, essa pendência judicial,
diante da sua importância em se tratando da pretensão de elevado cargo da
República, a se promanar as naturais movimentação e execução de importantes
orçamentos públicos, em que se exige conduta ilibada dos concorrentes.
É
preciso se atentar ainda que não tem a menor validade a alegação de inocência, normalmente
feita por parte do acusado, por se considerar imaculado, quando existe casos em
tramitação na Justiça contra ele, que precisam ser esclarecidos, justificados,
julgados e, finalmente, encerrados, para que, conforme o veredicto, se possa
deixar de mencioná-los, o que não é o caso quando eles estão mais vivos do que nunca.
Sim,
parece ser da maior importância que se sublinhe as qualidade do homem público,
mas, de igual modo, convém que se diga também sobre as suas possíveis fraquezas
morais, porque elas estão em evidência e, quanto aos fatos, a sociedade precisa
exigir que o político preste contas, diante da imperiosidade legal, de modo que
a sua possível candidatura precisa primeiro passar pelo crivo dos devidos
esclarecimentos quanto à regularidade de seus atos na vida pública.
A
sociedade exige que o político se apresente como candidato a cargo público
eletivo depois de provar a sua inocência quanto aos casos denunciados na
Justiça brasileira, tendo em vista que fica muito feio e desmoralizante o homem
público querer ser represente do povo estando com o nome sujo nos tribunais,
fato este que tem o condão de moralmente desqualificar triplicamente o
candidato, os eleitores e o Brasil, porque essa forma esdrúxula de candidatura
sem o preenchimento dos requisitos da conduta moral e da decência, em termos de
dignidade na política, não deve ser aceitável nem mesmo nas piores republiquetas,
onde os cidadãos devem primar pela valorização da sua honra.
Brasília, em 14 de novembro de 2021
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