terça-feira, 9 de novembro de 2021

Filiação a partido

 

"No meu governo, a corrupção será varrida! Não terá toma lá dá cá! Os cargos no meu governo serão preenchidos por critério técnico, sem viés ideológico!". Jair Bolsonaro, presidente do Brasil

Pois bem, por meio de conversa telefônica, o presidente da República confirmou, ontem, ao presidente do PL, que foi condenado à prisão por práticas de corrupção com dinheiro público, a decisão de se filiar ao partido comandado por ele, para disputar a reeleição, no próximo ano.

Antes de decidir pelo referido partido, o presidente do país também conversou com o presidente licenciado do PP, que é importante líder do Centrão e que atualmente ocupa o cargo mais relevante do governo, a Casa Civil, certamente para avaliar quem poderia oferecer maior vantagem aos seus interesses políticos.  

O presidente do país disse que o presidente do PP entendeu perfeitamente seus argumentos para a filiação dele ao PL, uma vez que, conforme ele disse, havia negociação para a filiação do grupo político do mandatário ao PP.

Segundo o presidente do país, pesou favoravelmente ao PL a maior liberdade para escolha de candidatos majoritários nos estados, especialmente para aqueles que devem disputar vaga no Senado Federal.

Segundo foi apurado, os estados da Bahia, Pernambuco e Paraíba, com sede no Nordeste, manifestaram resistência à filiação do presidente do país ao PP.

Há a expectativa de que cerca de 15 deputados federais bolsonaristas acompanhem o presidente do país, com a filiação ao PL, dando apoio ao movimento ora consolidado dele com o famigerado Centrão.

A intenção do presidente do país é fazer gigante o seu palanque para 2022, contando com a nata dos partidos da melhor qualidade composta com a índole do fisiologismo explícito, em claríssima oficialização da esculhambação das práticas administrativas.

As negociações envolveram entendimento no sentido de que o PP deve escolher o candidato a vice na chapa liderada pelo presidente do país e também que o presidente da Câmara dos Deputados, também importante líder do famigerado Centrão, terá apoio do grupo para disputar a reeleição para o comando daquela Casa.

Ou seja, tudo se encaminha para que a composição política se convirja na mais perfeita possível para possibilitar o comando do Brasil, por políticos com o mais seboso e asqueroso timbre do pior grupo político que a face da Terra já produziu para administrar recursos públicos, evidentemente para o regozijo de muitos brasileiros que enxergam nada nojento nessa imundície chamada coalizão das maiores lideranças nefastas do Brasil, à vista dos fatos produzidos na vida pública.

Ressalte-se que, na aguerrida campanha eleitoral de 2018, onde teve o início a desgraçada polarização política entre a direita e a esquerda, o então candidato fez campanha com exaltação à pureza na gestão pública, em especial criticando o que chamava de “velha política” e “toma-lá-dá-cá”, tendo afirmado, sim é verdade, que, verbis: “Não concordo com essa velha política promovida pelo Centrão. Jamais serei conivente com esse toma lá dá cá. Nunca participarei dessa troca de favores em busca de apoio.”.

Na verdade, essas que seriam sábias palavras, à época, apenas ressoaram na campanha eleitoral daquele ano, porque elas foram lentamente esquecidas e sepultadas, justamente por conveniência pessoal e política, tendo o apoio e a conivência de muitos brasileiros, que conseguiram se transformar, em processo simbiótico político desavergonhado, de entender que é preciso acompanhar os sinais dos tempos, no sentido de se permitir maior compreensão para se combater o comunismo, com bastante firmeza, como faz o presidente do país, não importando os meios empregados, como nesse caso, em que o líder-mor se junta ao que de pior existe no planeta, se aliando à parte podre que, no passado muito recente, já se aliou e deu apoio político também a partido socialista, em completa questão de semântica e extrema boa vontade, como aceitação de realidade nua e crua.   

O mais vergonhoso de toda sujeira que anuncia agora é que haverá quem se apresente como paladino defensor da indigesta aliança ora selada pelo presidente do país com as mais estapafúrdias justificativas de que não é possível se governar o Brasil se não houver aliança com o submundo da política, como forma de se comprazer de que pouco importa os fins e não os meios, porque estes sim são os esteios para se afirmar que os corruptos são simplesmente os outros.

Com a cara mais dura, certamente que os amantes do presidente do país vão sustentar a tese de que ele está certíssimo em querer liderar defesa do bem do Brasil e dos brasileiros honrados contra os comunistas, porque ele mesmo é a pessoa mais honesta e correta do mundo, não importando o detalhe da sua  filiação ao partido comandado por político que é autêntico símbolo do fisiologismo e da corrupção no serviço público e que vem de longa data mantendo fidelidade aos seus princípios de indignidade na vida pública, conforme mostram os fatos.

É preciso sim que haja muita compreensão para se entender o momento político, na certeza de que agora ficará muito difícil se acusar os outros de corruptos, porque vai ser preciso que os defensores do governo arranjem jeitinho para a aceitação da corrupção, como forma de justificar a idolatria a quem assina a sua ficha de filiação a partido visivelmente sem condições de moralidade, à vista do registro dos fatos políticos.

Por seu turno, em que condição moral pode o candidato a cargo público eletivo apontar o dedo em direção ao seu opositor, dizendo que ele é desonesto, corrupto e aproveitador, quando ele é filiado a partido que tem o sangue do fisiologismo correndo nas veias, como marca registrada da sua desgraçada ideologia de se beneficiar do dinheiro dos sacrificados contribuintes?

Enfim, como criticar o adversário que tenha sido preso por prática de ilicitudes com recursos públicos, quando o seu partido é comandado por corrupto da mesma estirpe, que também foi preso por prática de crimes análogos, e que continua protagonizando as mesmas prática degradantes, à vista da atual coalização mantida dentro do Palácio do Planalto, em indecência que é acobertada por apoiadores do governo, mesmo sabendo da imundície que se encerra o fisiologismo político praticado pelo Centrão?

Por fim, agora se compreende perfeitamente o verdadeiro motivo qual o presidente da República resiste ao uso de máscara, porque ele prefere se apresentar de cara limpa para o seu povo, na certeza de que ele pode contar com o apoio de quem também não se envergonha de nada, nem mesmo que ele vergue à indecência de partido que é fiel ao sistema mais deprimente da Terra, em termos de práticas políticas, tendo como princípio a marca indelével do fisiologismo.

Brasília, em 9 de novembro de 2021

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