Segundo
dados divulgados agora, o número de alertas sobre o desmatamento da floresta amazônica foi o maior para o mês de outubro, em comparação com os últimos cinco anos,
segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os
dados colhidos pelo mencionado instituto mostram ainda que houve elevação de 5%
na comparação com outubro do ano passado.
Segundo
aquele órgão, a área sob risco tem 877 km², que é recorde em relação à série
histórica.
Ainda
de acordo com o Inpe, os números referentes ao desmatamento foram calculados
com base na área conhecida como Amazônia Legal, consistentes com o somatório dos
Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e
Tocantins, além de parte do Maranhão.
O
órgão disse que os alertas são divulgados a partir dos sinais de mudanças da
cobertura vegetal, nas áreas desmatadas ou em processo de degradação.
Ressalte-se
que os dados em tela revelam contradição com informação pelo Brasil, por meio da comitiva oficial, em Glasgow, na Escócia, onde ocorreu a COP26.
No
discurso na conferência climática, o ministro do Meio Ambiente, como não
poderia ser diferente, defendeu o governo federal, garantindo a autenticidade
de suas informações sobre a situação climática brasileira.
O
ministro disse que, "Para conter o desmatamento ilegal na Amazônia, o
governo federal dobrou os recursos destinados às agências ambientais federais e
promoveu abertura de concursos para 739 novos agentes ambientais".
Por
sua vez, a delegação brasileira vinha sendo criticada por ativistas climáticos
por falta de divulgação do Prodes, que trata de dados oficiais sobre o
desmatamento, que é também medido pelo Inpe.
Com
base em números, de agosto de um ano a julho do ano seguinte, o Prodes costuma
estar disponível no começo de novembro.
Segundo
a imprensa, a falta de controle no corte ilegal da floresta pode contribuir
para prejudicar as negociações feitas na conferência climática, com o
intermédio do Itamaraty, que, desta feita, mereceu elogio pela adoção de medidas
mais flexíveis, além de ter procurado a busca de consensos para a facilitação da
conclusão da regulamentação do Acordo de Paris.
Não
obstante, o secretário-executivo do Observatório do Clima disse, e parece com
certa razão, à vista dos dados sobre os estragos da floresta brasileira, que "As
emissões acontecem no chão da floresta, não nas plenárias de Glasgow. E
o chão da floresta está nos dizendo que este governo não tem a menor intenção
de cumprir os compromissos que assinou na COP26.".
A
referida afirmação é da maior gravidade, tendo em conta que o resultado do
levantamento referente ao desmatamento não condiz com as declarações do governo
brasileiro, que tem garantido que ele vem controlando e cuidando das questões
climáticas, quando seria razoável, em razão disso, que os estragos diminuíssem,
mas a incidência de desmatamento só aumenta, à luz do que afirma o Inpe, que
integra a estrutura do governo.
A
realidade da situação climática brasileira só contribui para a verdadeira
confusão perante o mundo, no sentido de que o governo continua a insistir no
mesmo assunto, de dizer que vem adotando as melhores providências quanto ao
controle e à fiscalização sobre a problemática do desmatamento, mas, por incrível
que possa parecer, o resultado disso vem com o aumento do desmatamento, com a confirmação
do próprio governo, fato este que pode indicar que está faltando transparência
e seriedade com relação à real competência com os cuidados da floresta
amazônica, uma vez que, se houvesse efetiva política de controle e fiscalização,
os desmatamentos estariam, ao menos, em nível civilizado, mas os
acompanhamentos mostram o que existe de verdade, ou seja, falta de seriedade.
Por
um lado, o governo afirma que faz controle e adota medidas preventivas, mas,
logo em seguida, vem o Inpe e confirma basicamente o contrário, por meio de seus
levantamentos, no sentido de que houve aumento significativo do desmatamento
das florestas, em relação ao mesmo período do ano anterior e isso é totalmente
inaceitável, diante da revelação da realidade da situação existente, salvo se
uma das partes se refira a caso diferente, o que também se exige maiores esclarecimentos
à opinião pública nacional e internacional.
Isso,
para o bom entendedor, significa que o governo não vem cuidando, à altura do necessário
da sua competência de cuidar das florestas brasileiras, visto que é impossível
que haja controle em região aparentemente já conhecida, com constatação de
maior incidência de desmatamento, quando se verifica resultado desastroso, como
esse apresentado pelo próprio governo, praticamente desmentindo as suas ações,
em termos de aumento de fiscais e de medidas preventivas.
Talvez
até seja possível que alguma medida esteja sendo implementada pelo governo, mas,
à luz da realidade sobre os fatos, na forma evidenciada pelo Inpe, elas ainda
não alcançaram o nível desejável, no que se refere ao combate efetivo de
desmatamento da floresta, em se tratando de problema que tem realmente reflexo
no clima mundial e precisa ser enfrentado com a devida seriedade, que parece
inexistir no caso, ante o resultado mostrado nos levantamentos pertinentes.
Urge
que o governo tenha precisa consciência sobre a real situação do desmatamento
brasileiro, de modo que as medidas adotadas para o necessário combate surtam o resultado
esperado pela humanidade, qual seja, a urgente diminuição desse horroroso estrago
à floresta brasileira, exatamente por se tratar de questão da maior importância
para o controle climático.
Brasília,
em 20 de novembro de 2021
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