terça-feira, 30 de novembro de 2021

O destaque da Time?

 

Um vídeo que circula nas redes sociais ressalta que a revista Time, norte-americana, vem realizando pesquisa, no mundo, para escolher o líder ou o personagem para figurar na capa dela, na próxima edição, cuja expectativa é enorme, diante da sua importância, em termos de notícia e reportagens com destaque mundial.

Diante disso, um internauta chama a atenção para o fato de que os avaliadores mundiais estão colocando o presidente brasileiro no topo da pesquisa, com 79% de aprovação, enquanto importantes personagens estão tendo fraco desempenho, a exemplo do presidente norte-americano, que figura na lista com apenas 9% da preferência das pessoas.

O referido internauta, quase que em êxtase, ressalta que consta da lista somente a nata das celebridades mundiais e o mandatário tupiniquim é a excelência entre todas, por liderar a preferência dos avaliadores mundiais, tendo grande possibilidade de se tornar capa daquela revista, que levaria à loucura os fanáticos defensores dele.  

 Provavelmente, não sou eu que digo, mas deve haver algo muito errado nessa história, pelo fato, conforme a narrativa constante do vídeo, dando a entender que o presidente brasileiro é disparadamente reconhecido no exterior e estranhamente desvalorizado no Brasil, à vista da brutal queda de popularidade dele, conforme mostram as fajutas pesquisas de opinião pública em relação à avaliação dele, quanto ao desempenho do seu governo.

Na minha opinião, seria bem melhor que a mesma avaliação tivesse resultado inverso, ou seja, que a avaliação dele no Brasil fosse mais acentuada, porque ele tem mais valor sendo mais bem admirado e avaliado pelos brasileiros, porque isso faz verdadeiro sentido, levando-se em conta que ele é o presidente dos brasileiros.

Imagina-se que os demais concorrentes sejam bem menos qualificados ou que os avaliadores tenham pouco conhecimento sobre o real desempenho do governo dele, que precisa de muito esforço para o atingimento do nível ao menos razoável, em termos de avanço das políticas públicas, em que pouquíssimas reformas foram operadas, notadamente no que diz à paquidérmica estrutura da máquina pública, ultrapassada, inchada, ineficiente, gastadora e corrupta, à vista da participação do famigerado Centrão no governo dele, em se tratando de grupo político símbolo do autêntico fisiologismo, que vem influenciando na gestão dos recursos públicos, conforme a existência, em especial, do deplorável "orçamento secreto".

A aludida peça orçamentária vem servindo como instrumento para a compra de votos, igualmente de maneira sigilosa, quando somente neste governo passou a existir essa asquerosa e recriminável forma de gastos secretos, completamente ao arrepio das normas orçamentárias, ante a obrigação constitucional da prestação de contas sobre a boa e regular aplicação dos recursos pertinentes, fato este que torna irregular o repasse de recursos sob sigilo, porque isso configura, indiscutivelmente enorme possibilidade para a prática de irregularidades, como o desvio da finalidade do atendimento do interesse público.

Por outro lado, os avaliadores universais demonstram ignorância no sentido de que o presidente brasileiro precisa justificar as denúncias feitas pela CPI da Covid, realizada no Senado Federal, referentes ao possível negligenciamento do governo no combate à pandemia do coronavírus, onde ele se houve muito mais como negativista contra à terrível doença do século, do que ferrenho opositor a essa desgraça que infernizou a vida dos brasileiros, matando mais de 600 mil, conforme mostram os fatos horrorosos.

Espera-se que a revista Time tenha outros importantes parâmetros para a avaliação do personagem a ser colocado na sua capa, a exemplo do sentimento que diz com a sensibilidade humana e outros que realmente justifiquem o merecimento do destaque mundial, que tem sido a finalidade a ser atingida com a postagem dela como algo que seja realmente notável e adequadamente digno da honraria mundial.

Isto não significa que o presidente brasileiro não tenha muitos méritos, porque isso não é verdade, mas convém que o personagem da capa da Time seja avaliado com base no conjunto da sua obra, conquanto seja mais do que notório que o desempenho dele perante a Covid-19 foi verdadeiro desastre, notadamente no que diz com o atraso na aquisição do imunizante e a sua exposição em defesa explícita do negativismo sobre a doença, que são fatos indiscutíveis.

Seria realmente muito bom que o presidente brasileiro galgasse o cenário mundial da fama, mas tendo por base algo efetivamente palpável é notório, como forma autêntica de realmente justificar o reconhecimento de seus méritos pelo planeta e não somente pelo Brasil.

Aqui no Brasil ainda falta muitíssimo para ele sequer atingir o nível razoável e pretendido de estadista com a preferência da população em geral e cônscia dos sentimentos humanitários, entre outros, por exemplo de competência, eficiência e efetividade dos gastos públicos, a exemplo do alto índice de desemprego e dos notórios casos de fome pelo país afora.

Infelizmente, essa ainda é a realidade nua e crua, à vista dos fatos, enxergados sob a ótica do não fanatismo ideológico, que, infelizmente, já ultrapassou o nível do bom senso e da razoabilidade.

Espera-se que o personagem escolhido para a capa da revista Time seja aquele que realmente represente a dignidade da sua indiscutível grandeza, de modo a justificar a honraria do prêmio de reconhecimento mundial, mas tão somente pelos reais méritos do homenageado.

Brasília, em 30 de novembro de 2021

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