quarta-feira, 30 de março de 2022

A decadência da educação?

 

Os fatos mostram que o Brasil tem um das piores sistemas de educação do mundo, que é consequência natural da maneira como ele é executado e cuidado pelos governos, em total desrespeito ao seu real valor como ferramenta capaz de propiciar o desenvolvimento de seu povo.

Pode-se até se perguntar de quem é a culpa pelas mazelas logo por essa importante política de interesse da sociedade, porque entram e saem governos, mas o atraso apenas se intensifica e se consolida ao longo dos tempos, como se isso fosse a terrível sina de nação condenada ao indesejável atraso do saber e do conhecimento?

A história mostra, com raríssimas exceções, que a educação sempre funcionou precariamente, precisamente em harmonia com a falta de prioridade que precisa ser estabelecida pelos governos, que normalmente não enxergam a real relevância nos seus planos políticos, que estão voltados muito mais para os seus interesses de poder, sem a menor preocupação com o desenvolvimento intelectual do povo, ao se conformar com o status quo.

Caso o Brasil encontre-se na estagnação com relação aos planos educacionais, não é exatamente por falta de alertas vindos do mundo, porque os estudos, as pesquisas e os comparativos de outros países mostram continuamente que esta é uma das nações do planeta que não se envergonha de figurar entre as piores nações que se situam nos últimos patamares da educação e do ensino internacionais.

Essa triste realidade se confirma com as informações no sentido de que, em pleno século XXI, a sociedade brasileira contabiliza 45% de analfabetismo; metade dos lares que não possui sequer saneamento básico; matança, por assassinato, de 60 mil pessoas, por ano; perda de cerca de 60 mil vidas só em acidentes de trânsito; entre outras tantas mazelas sociais, mas os governos nada fazem, em forma de medidas públicas prioritárias, com vistas à implantação de reformas capazes de combater diretamente caso a caso, para que os cuidados pertinentes possam solucionar as precariedades e melhorar, de forma significativa, esse quadro angustiante, em especial, com a implantação de novo, globalizado e aperfeiçoado sistema educacional.  

Se houvesse boa vontade e interesse político, especialmente por parte do poder público, seria possível sim a melhoraria de todas as políticas governamentais, que devem merecer destaque, em termos de políticas prioritárias, a começar pela educação, que é a política mãe de todas e tem reais condições de oferecer as técnicas necessárias à equação dos problemas da nação e indicar a sua solução, exatamente por meio da melhoria do conhecimento da sociedade.

A verdade é que os países com os maiores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) normalmente são aqueles que, invariavelmente, possuem os melhores resultados em educação, que merecem investimentos em termos de qualidade e modernidade do sistema educacional, evidentemente em contrariedade do que vem acontecendo no país tupiniquim, cujos governos desconhecem e desprezam os importantes princípios norteadores do desenvolvimento do seu povo.

A verdade é que muitos países conseguiram deixar para trás o subdesenvolvimento e a pobreza, quando decidiram priorizar as importantes políticas educacionais, a exemplo de Israel, Coréia do Sul, Irlanda, Cingapura, entre outros que se cansaram da humilhação do atraso do seu povo, mas isso não incomoda os governantes brasileiros, simplesmente porque eles não se despertaram para a importância da evolução da sociedade.

A princípio, não se pode afirmar que o negligenciamento, em especial, da educação aconteça de propósito, para que os aproveitadores e a escória política que domina os negócios do Estado possam ser beneficiários dessa trágica situação de pobreza intelectual, quando eles bem que poderiam fazer o que pode de melhor para não mudar esse quadro nefasto e prejudicial aos interesses da sociedade em geral.

A verdade é que a crônica tragédia da educação se materializa nas três esferas da administração pública, como a municipal, a estadual e a federal, que praticamente funcionam em harmonia com as precariedades, conquanto ninguém se incomode com a ineficiência de resultados e a falta de efetividade e eficácia da educação, embora seja certo que as notórias deficiências nessa área tão importante não sejam por falta de recursos, porque são gastos rios de dinheiro, mas os resultados são os piores possíveis, conforme mostram as estatísticas oficiais.  

O atual governo vem mostrando exatamente o que é preciso para a manutenção e a consolidação da pobreza da educação, em especial, porque já transitaram por sua direção quatro ilustres ministros, que deixaram as suas marcas de incompetência na área da educação, em que pese ela se tratar da maior importância de qualquer governo cônscio da sua responsabilidade com a eficiência na gestão pública.

Na verdade, o que se poderia esperar de boas políticas da parte de governo que sequer prioriza a educação, que é a área capaz de mostrar a sua real grandeza, como forma de promoção do desenvolvimento do povo, mas, ao contrário, os piores exemplos de gestão pública, no atual governo, foram protagonizados no MEC, com a presença apenas da incompetência e da experimental inúteis, sem que seus titulares tivessem a iniciativa de implantar qualquer ideia voltada para o aperfeiçoamento ou a modernidade da educação?

Com relação ao sistema educacional, o atual governo patina em lições que jamais deveriam ter sido ministradas para os brasileiros, porque elas somente mostraram péssimos ensinamentos vindos de quatro mestres que não contribuíram em nada para a melhoria da educação, quando a passagem deles somente confirmou a desgraça que vem predominando na educação, quando deveria ser necessariamente o contrário, em especial, no aperfeiçoamento e na modernidade do sistema pertinente.

O legado deixado por esse último ministro foi ainda o pior de todos, por ele não ter conseguido realizar trabalho algum em prol da melhoria da educação e ainda ter saído do cargo esculachado, pela porta dos fundos do ministério, sob a pecha de ter facilitado o inescrupuloso exercício da corrupção com dinheiro público, exatamente a mando do presidente da República.

Segundo o então ministro disse que o presidente do país pediu para ele priorizar a liberação de verbas para prefeitos amigos de pastores, que eram estranhos aos quadros de pessoal do governo, conforme consta de clara confissão gravada em vídeo, cujo conteúdo foi divulgado.    

Agora, o mais grave é que, ao que tudo indica, o que já estava péssimo poderá se agravar ainda mais, porque o novo ministro da Educação será indicado pelo presidente do PL, partido do presidente do país, simplesmente por se tratar de notório corrupto, condenado e preso por ter se beneficiado no escândalo do mensalão, dando a entender que a educação brasileira continuará sendo a cara do governo, comandada pelas incompetência e ineficiência, que tendem a se consolidar em conluio com as mazelas da administração pública brasileira.

Enfim, é fato que, conforme mostra a história da administração do país, numa das principais políticas da administração federal, que tem a incumbência de executar, zelar e cuidar da educação brasileira, impera o caos, expondo a mediocridade da gestão também nesse setor que exige urgente prioridade, mas não se consegue implantar nele medidas capazes de alavancar atividades coerentes com a melhoria do ensino e da educação, que são essenciais ao progresso da sociedade.

Brasília, em 30 de março de 2022

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