segunda-feira, 21 de março de 2022

Apelo à paz!

           O papa voltou a condenar, neste domingo, por ocasião da cerimônia do Angelus, a guerra na Ucrânia e não poupou duras palavras para definir o conflito iniciado pela sanguinária Rússia.

O santo pontífice disse que “Infelizmente, a violenta agressão contra a Ucrânia não diminui. Um massacre insensato onde a cada dia se repetem atrocidades e estragos. Não há justificativa para isso. Suplico a todos os atores da comunidade internacional para que se empenhem de verdade em fazer cessar essa guerra repugnante”.

O líder católico lembrou que “também nessa semana, mísseis e bombas foram lançados contra civis, idosos, crianças e mulheres grávidas. Tudo isso é desumano, além de ser um sacrilégio porque vai contra a sacralidade de cada vida humana. Sobretudo, de uma vida humana indefesa, que deve ser respeitada e protegida, não eliminada, e que deve vir acima de qualquer estratégia. Não esqueçamos: é uma crueldade desumana e um sacrilégio. Rezemos em silêncio por todos aqueles que sofrem”.

O papa ainda falou sobre a visita surpresa que fez no hospital pediátrico Bambino Gesù, onde se reuniu com crianças – e seus familiares – que foram feridas na guerra ou que fugiram para Roma para realizar tratamentos médicos contínuos – como no caso dos pequenos com câncer.

O pontífice disse que “Fui visitar as crianças feridas que estão aqui em Roma... em um, falta um braço; outro está ferido na cabeça… são crianças inocentes. Penso também nos milhões de refugiados ucranianos que precisaram fugir deixando tudo para trás e sinto uma grande dor por todos aqueles que sequer têm a chance de escapar”.

O papa continuou seu relato, dizendo que “Tanto avós, doentes e pobres, separados dos próprios familiares... tantas crianças e pessoas frágeis que ficam para morrer sob as bombas, sem poder receber ajuda e sem encontrar segurança nem mesmo nos refúgios antibombas. Me consola, ao menos, saber que a população que ficou sob as bombas não tem a falta da proximidade dos pastores, que nesses dias trágicos estão vivendo o Evangelho da caridade e da fraternidade”.

Ainda no seu discurso, o chefe da Igreja Católica agradeceu a todos os religiosos e voluntários de órgãos de caridade católicos que permaneceram na Ucrânia e disse que conversou com alguns deles, pelo telefone, nos últimos dias, tendo dito: “Como eles estão próximos do povo de Deus. Obrigado queridos irmãos e irmãs por esse testemunho e pelo apoio concreto que estão oferecendo com coragem a tantas pessoas desesperadas. Penso também no núncio apostólico, que acabou de se tornar núncio, monsenhor Visvaldas Kulbokas, que desde o início da guerra permaneceu em Kiev junto aos seus colaboradores, e com sua presença me torna próximo a cada dia do martirizado povo ucraniano”.

Como não poderia ser diferente, essa horrível guerra na Ucrânia tem sido alvo de pesadas críticas do papa, nas oportunidades que tem com o público, seja nas celebrações oficiais ou em encontros, além das redes sociais, não tendo poupado críticas essa desgraçada guerra.

Aliás, a desagradável crise bélica já era assunto de preocupação do papa em vários discursos e encontros religiosos, antes mesmo do conflito eclodir de vez, mas, infelizmente, os seus brados e apelos veementes não têm sido suficientes para ser ouvidos pelo monstro da Rússia, cuja deus dele deve ser certamente o demônio.

É evidente que quem está sob o domínio do demônio não consegue ser sensível ao sofrimento e ao martírio das pessoas inocentes, em especial, crianças, velhos e mulheres, que estão sob incessante fogo da guerra, em verdadeiro terror sem saída, cujo destino é sempre o pior possível.

Todas as guerras são obras demoníacas, porque o seu resultado é a destruição da humanidade, que nunca mais será reconstruída, por mais que os remanescentes se esforços nesse sentido, porque as marcas deixadas pela destruição são profundas e indeléveis, com enorme dificuldade para a sua restauração.

O que mais revolta a humanidade é o instinto de crueldade do monstro russo, que comanda terrível guerra, com continuada matança de pessoas, sem que exista um único fato capaz de justificar tamanha barbárie contra a humanidade, sendo que o mais grave é que nada, absolutamente nada, pode ser feito para estancar essa inaceitável insanidade.

Enfim, concito os homens de boa vontade que se unam aos bons sentimentos evangélicos do papa, para, em comunhão com ele, orarmos a Deus pedindo que a sua luz seja projetada diretamente nas mentes malignas que estão alimentando essa guerra absolutamente desnecessária e contrária aos princípios humanitários, da civilidade e da racionalidade, de modo que o espírito da paz se instale, o mais rapidamente possível, no coração do presidente russo e ele consiga enxergar o sentimento de amor que existe verdadeiramente entre os seres humanos.

          Brasília, em 21 de março de 2022

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