O santo pontífice disse
que “Infelizmente, a violenta agressão contra a Ucrânia não diminui. Um
massacre insensato onde a cada dia se repetem atrocidades e estragos. Não há
justificativa para isso. Suplico a todos os atores da comunidade internacional
para que se empenhem de verdade em fazer cessar essa guerra repugnante”.
O líder católico
lembrou que “também nessa semana, mísseis e bombas foram lançados contra
civis, idosos, crianças e mulheres grávidas. Tudo isso é desumano, além de ser
um sacrilégio porque vai contra a sacralidade de cada vida humana. Sobretudo,
de uma vida humana indefesa, que deve ser respeitada e protegida, não
eliminada, e que deve vir acima de qualquer estratégia. Não esqueçamos: é uma
crueldade desumana e um sacrilégio. Rezemos em silêncio por todos aqueles que
sofrem”.
O papa ainda falou
sobre a visita surpresa que fez no hospital pediátrico Bambino Gesù, onde se
reuniu com crianças – e seus familiares – que foram feridas na guerra ou que
fugiram para Roma para realizar tratamentos médicos contínuos – como no caso
dos pequenos com câncer.
O pontífice disse que “Fui
visitar as crianças feridas que estão aqui em Roma... em um, falta um braço;
outro está ferido na cabeça… são crianças inocentes. Penso também nos milhões
de refugiados ucranianos que precisaram fugir deixando tudo para trás e sinto
uma grande dor por todos aqueles que sequer têm a chance de escapar”.
O papa continuou seu
relato, dizendo que “Tanto avós, doentes e pobres, separados dos próprios
familiares... tantas crianças e pessoas frágeis que ficam para morrer sob as
bombas, sem poder receber ajuda e sem encontrar segurança nem mesmo nos
refúgios antibombas. Me consola, ao menos, saber que a população que ficou sob
as bombas não tem a falta da proximidade dos pastores, que nesses dias trágicos
estão vivendo o Evangelho da caridade e da fraternidade”.
Ainda no seu discurso,
o chefe da Igreja Católica agradeceu a todos os religiosos e voluntários de
órgãos de caridade católicos que permaneceram na Ucrânia e disse que conversou
com alguns deles, pelo telefone, nos últimos dias, tendo dito: “Como eles
estão próximos do povo de Deus. Obrigado queridos irmãos e irmãs por esse
testemunho e pelo apoio concreto que estão oferecendo com coragem a tantas
pessoas desesperadas. Penso também no núncio apostólico, que acabou de
se tornar núncio, monsenhor Visvaldas Kulbokas, que desde o início da guerra
permaneceu em Kiev junto aos seus colaboradores, e com sua presença me torna
próximo a cada dia do martirizado povo ucraniano”.
Como não poderia ser diferente,
essa horrível guerra na Ucrânia tem sido alvo de pesadas críticas do papa, nas
oportunidades que tem com o público, seja nas celebrações oficiais ou em
encontros, além das redes sociais, não tendo poupado críticas essa desgraçada
guerra.
Aliás, a desagradável
crise bélica já era assunto de preocupação do papa em vários discursos e encontros
religiosos, antes mesmo do conflito eclodir de vez, mas, infelizmente, os seus
brados e apelos veementes não têm sido suficientes para ser ouvidos pelo monstro
da Rússia, cuja deus dele deve ser certamente o demônio.
É evidente que quem
está sob o domínio do demônio não consegue ser sensível ao sofrimento e ao
martírio das pessoas inocentes, em especial, crianças, velhos e mulheres, que
estão sob incessante fogo da guerra, em verdadeiro terror sem saída, cujo
destino é sempre o pior possível.
Todas as guerras são
obras demoníacas, porque o seu resultado é a destruição da humanidade, que
nunca mais será reconstruída, por mais que os remanescentes se esforços nesse
sentido, porque as marcas deixadas pela destruição são profundas e indeléveis,
com enorme dificuldade para a sua restauração.
O que mais revolta a
humanidade é o instinto de crueldade do monstro russo, que comanda terrível
guerra, com continuada matança de pessoas, sem que exista um único fato capaz
de justificar tamanha barbárie contra a humanidade, sendo que o mais grave é
que nada, absolutamente nada, pode ser feito para estancar essa inaceitável insanidade.
Enfim, concito os
homens de boa vontade que se unam aos bons sentimentos evangélicos do papa,
para, em comunhão com ele, orarmos a Deus pedindo que a sua luz seja projetada diretamente
nas mentes malignas que estão alimentando essa guerra absolutamente
desnecessária e contrária aos princípios humanitários, da civilidade e da
racionalidade, de modo que o espírito da paz se instale, o mais rapidamente possível,
no coração do presidente russo e ele consiga enxergar o sentimento de amor que existe
verdadeiramente entre os seres humanos.
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