Um famoso ator francês,
que se tornou astro da arte cinematográfica, por sua participação em grandes clássicos
da Sétima Arte, escreveu mensagem em tom de despedida, que foi publicada nas
redes sociais.
O astro mundial, de 86
anos, disse ao público que tem o desejo de passar pelo processo da eutanásia, prática
que antecipa a morte, normalmente quando a pessoa se encontra muito doente,
tendo atingido o estado terminal, em que os recursos médico-hospitalares já se
esgotaram para a situação do paciente.
O ator escreveu que "Gostaria
de agradecer a todos que me acompanharam ao longo dos anos e me deram grande
apoio, espero que futuros atores possam encontrar em mim um exemplo não só no
local de trabalho, mas na vida de todos os dias, entre vitórias e derrotas.
Obrigado".
Um filho do ator
revelou, a uma revista francesa, que o pai dele pediu para que fosse organizado
o processo médico no sentido de terminar a vida por meio do suicídio assistido.
No ano passado, o ator declarou
que a eutanásia "é a coisa mais lógica e natural a se fazer a partir de
uma certa idade, de um certo momento. Primeiro porque moro na Suíça, onde a
eutanásia é possível, e também porque acho a coisa mais lógica e natural. A
partir de certa idade, de um determinado momento, temos o direito de dar o fora
com calma, sem passar por hospitais, injeções ou coisas assim".
O astro do cinema
completou seu raciocínio, dizendo que "Envelhecer é uma m****! Você não
pode fazer nada sobre isso. Você perde o rosto, perde a visão. Você se levanta
e, caramba, seu tornozelo dói".
A eutanásia é processo
avançado e evoluído que ajuda a abreviar o tempo de vida humana e somente é
legalizado em poucos países, a exemplo da Bélgica, Espanha, Holanda, Canadá,
Nova Zelândia e Suíça, onde o ator atualmente mora.
No Brasil, a eutanásia
é ilustre desconhecida, além de não ser permitida legalmente, ela tem a caracteriza
crime previsto em lei penal como assassinato.
A eutanásia também é
vista sob os princípios da religiosidade, em que a vida é sagrada perante Deus,
quanto ao poder do usufruto desse bem mais precioso para o ser humano, segundo
o qual somente Ele tem o dom de concedê-la e, por isso, também de decretar o
seu fim, ou seja, a vida somente é dada e tirada por Deus.
Isso não deixa de ser
verdade, mas apenas sob o sentimento da ideologia religiosa, onde realmente
Deus é o centro de tudo, tendo o comando da vida, mas a evolução do homem se
permite compreender, também e em especial, que esse dom da vida seja o bem
maior de se viver na plenitude da integridade funcional e em perfeitas condições
da estrutura orgânica.
Em situação diferente disso,
é possível se interpretar que a vontade originária de Deus perde o verdadeiro
sentido de existência, exatamente porque a vida deixa de ser aproveitada com a
sua capacidade universal de satisfatoriedade permitida para o ser humano, ou
seja, a vida perde importância quando ela deixa ser plena, quando ela é travada
por doença incurável, por exemplo, e isso não significa mais viver na essência.
Daí surgiu, então, esse
importante recurso da ciência, que nada mais é do que possibilitar meios para a
transformação de vida quase inexistente em nova vida, pelo reconhecimento de
que a vida não é mais vivida na sua plenitude, permitindo que ela volte a ser vivida
em outros planos ou outras dimensões universais, pondo fim ao que seria o prolongamento
do sofrimento terreno, explicação essa que parece justificar a eutanásia.
Na verdade, o processo
eutanásico, em determinadas situações, em que pese se tratar de procedimento extremamente
doloroso quanto ao seu simbolismo, mas não na prática em si, se torna
espetacular opção para quem tem o diagnóstico de esgotamento de todos os
recursos possíveis para o tratamento da sua enfermidade que se tornou incurável
definitivamente.
Embora nem se possa considerar
a eutanásia como algo com finalidade louvável à vida, que não é mesmo, porque
se trata do fim dela, mas a sua invenção tem o condão de contribuir para pôr
termo ao sofrimento tanto da pessoa vitimada por doença gravíssima como de seus
familiares, que são obrigados, em vida dela, ao acompanhamento de quem apenas se
abate em vida, que, na realidade, nem é viver mais, sob intenso padecimento e
ainda cercada de desesperança e de martírio pelo carregamento de enfermidades
crônicas e incuráveis.
É evidente que, sob rigorosa
interpretação no campo da religiosidade, é possível sim se entender que a eutanásia
também é obra de Deus, porque se trata de procedimento que se encaixa
perfeitamente no plano espiritual do livre arbítrio, em que o homem possa ter o
pleno domínio das suas atitudes, segundo a sua avaliação de que tudo o que ele
possa fazer sempre há de resultar em seu benefício.
Então, sob esse valioso
raciocínio, é possível se concluir que a eutanásia pode ser considerada mal
necessário, que certamente tem a permissão divina, porque nada existe sem o
aval de Deus, para possibilitar procedimento capaz de se evitar prolongados e
injustificáveis sofrimentos, quando ficar comprovado que nada mais resta de
recurso para a vida.
Com o meu sentimento de
cristão, lamento que a eutanásia seja procedimento escolhido para se concluir a
linda vida desse genial ator, que foi excelente profissional das magistrais
artes cinematográficas, tendo interpretado magníficos papéis e divertido
multidões, mas a representação até mesmo da vida tem limite, restando a
esperança de que ele dê continuidade às suas brilhantes atuações, no seu novo
destino.
Brasília,
em 31 de março de 2022
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