Um vídeo que circula
nas redes sociais mostra uma linda mocinha fazendo apologia aos tempos do
governo que ela considera que tenha sido da primaveril bonança brasileira, em
cuja mensagem ela diz, ipsis litteris: “Era ruim com Lula ladrão, né?
Minha Casa, Minha Vida. Bolsa Família. Baixa Renda. Luz Para Todos. Mais
Médicos. Proune. Curso profissionalizante. Gás de cozinha a 35 reais. O quilo da
carne de primeira a 16 reais. Bom mesmo está agora, com Bolsonaro, o povo comendo
osso.”.
A princípio, a
impressão que se tem dessa narrativa é que se trata de autêntica pessoa com a
ideologia e a mentalidade com a imagem de quem se esquece dos governos que
tinham a obrigação de só fazerem o bem, tão enaltecido na mensagem da
prática da pura e integral magnanimidade para o povo, mas há o visível e
certamente intencional esquecimento dos gravíssimos escândalos de faraônicas
corrupções, que constituem atos considerados indignos na gestão pública, pelo
menos para os brasileiros honrados, que têm o mínimo de vergonha na cara e defendem
a moralidade na gestão dos recursos dos brasileiros.
Esses brasileiros
reconhecem possíveis benefícios sociais, que são apenas obrigação natural dos
governantes, não importando as suas ideologias, só que aquelas pessoas não
conseguem vislumbrar o mesmo sentimento de somente benefícios sociais, ao olharem
no espelho que retrata a imagem de governos do passado.
Nessas imagens,
aparecem o real sentimento de nojo e repugnância de quadrilha organizada que
foi capaz de desviar rios de dinheiro para outros fins, quando ele deveria ser
aplicado em benefício também dessas pessoas que não têm a mínima dignidade de
se respeitarem, sob o prisma da honradez e da moralidade, porque isso é o
mínimo que se espera de um povo que prima sim pelo progresso social, mas,
sobretudo, sob a rigorosa observância aos princípios da ética, da moralidade, da
dignidade, da honradez na gestão dos recursos dos brasileiros.
As pessoas que
idolatram os gestores públicos que foram condenados à prisão, pela constatação
da prática de corrupção, envolvendo desvio de substanciais quantias de dinheiro
público, por meio de propinas e diversificados mecanismos irregulares, a exemplo
dos famigerados mensalão e petrolão, são verdadeiras cúmplices com os
horrorosos crimes contra a administração pública, exatamente pela demonstração
de apoio àqueles inescrupulosos gestores que se lambuzaram com a imundície da
corrupção e ainda acham que essa pouca-vergonha é normal, tanto que é aceita
por parcela significativa de antibrasileiros.
Tanto isso é verdade que, mesmo com os processos
penais tramitando na Justiça, abarrotados de denúncias sobre suspeitas de
práticas irregulares, há quem pretenda usufruir o indevido direito de presidir
o Brasil, sem se ater para a real importância do que significam conduta ilibada
e idoneidade moral na vida pública, como assim tem o entendimento dos povos
civilizados e evoluídos, que se preocupam com a decência e a honradez da própria
cidadania, em forma da reafirmação da grandeza de seus valores.
Nesse caso, o certo
mesmo, segundo os princípios do bom senso e da racionalidade, seria necessária,
em primeiro plano, a limpeza dos nomes dos acusados perante os tribunais,
provando a sua plena inculpabilidade sobre os graves fatos denunciados, para
que possam realmente se habilitar condignamente ao exercício de relevantes
cargos públicos eletivos, com o merecimento exigido, nos termos da comprovação
das condutas imaculadas e idoneidades na vida política, em atenção à honradez e
à dignidade dos brasileiros e do próprio Brasil, que não merecem ser presididos
por políticos que representam a banda mais podre que já passou na história
republicana brasileira.
Infelizmente, por questão
de ideologia política, conforme se pode intuir, ainda há pessoas que comungam
com o mesmo pensamento desavergonhado desses políticos inescrupulosos perante a
gestão pública, dando-lhes pleno apoio por meio do seu voto, quando deveriam sobrelevar
as questões de ordem pública, que dizem respeito ao sentimento de moralidade no
emprego do dinheiro dos brasileiros.
Em que pese a existência
de pessoas com tão pouco valor moral, diante da aceitação do absoluto desprezo
à gestão pública de qualidade, em termos éticos e morais, o pobre Brasil
realmente não merece ser presidido por políticos sem o sentimento e o respeito
aos princípios da moralidade e da dignidade na administração pública, conforme
já foi devidamente provado na prática, à vista dos fatos fartamente investigados
pelos órgãos competentes, porque a deformação dos princípios republicanos não
faz parte da tradição dos costumes brasileiros.
É possível se avaliar
a questão suscitada no vídeo sob o prisma não somente do assistencialismo
social, que é próprio dos governos socialistas, quando, lamentavelmente, seus
simpatizantes somente enxergam por esse ângulo, mas é preciso que a gestão
pública, nesses casos, também seja avaliada, em especial, à luz da moralidade e
da legalidade.
Esse sentimento
precisa ser colocado na devida conta, como elemento de importante valorização moral
dos brasileiros, que têm o dever de primar pelo amor ao Brasil, por desejarem
que a sua administração seja revestida da transparência, da decência e da legalidade,
com total desprezo ao aproveitamento do poder político para a perpetração do
desvio de recursos, como acontecia com fartura nessas gestões de reconhecida
benemerência social, mas também de devassidão da indecência quanto aos princípios
ético-morais, conforme mostram os fatos robustos de irregularidades, devidamente
comprovados por mecanismos apropriados de investigações.
Enfim, os brasileiros
não podem aceitar passivamente a validade do uso do direito de quem aplaude a
canalhice e a desmoralização da administração do Brasil, em forma da banalização
da corrupção, como se isso fosse normal na gestão pública, a despeito da
concessão de alguns benefícios sociais, quando é preciso que prevaleçam somente
a verdade e a legitimidade, à vista dos pressupostos dos fatos apontados em
investigações competentes, realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério
Público Federal, que foram respaldadas pela Justiça brasileira.
Como forma de valorização
dos princípios republicano e democrático, convém que os verdadeiros brasileiros
que amam o Brasil se esforcem em não permitir que políticos envolvidos com a
Justiça, que estejam implicados com denúncias de suspeitas de práticas de
irregularidades na vida pública, sejam, in limine, alijados de qualquer
pretensão ao ingresso em atividade política, sendo impedidos, por respeito aos princípios
da ética, da moralidade, da honradez e do decoro, de se candidatarem a cargo
público eletivo, como efetiva demonstração de defesa da grandeza do Brasil.
Brasília,
em 17 de março de 2022
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