Circula
nas redes sociais vídeo do dirigente da Caixa Econômica Federal mostrando que
os governos do PT desviaram bilhões de reais dos cofres daquela instituição e
que somente um ex-diretor teria devolvido aos seus cofres quantia milionária.
No
mesmo vídeo, o dirigente informa que a Caixa vem conseguindo lucros
fantásticos, tendo por base o gerenciamento competente e eficiente dos recursos
dessa instituição.
Por
incrível que isso possa parecer, essas declarações são estarrecedoras, dando a entender
que se trata de algo extraordinário, como se ali, na Caixa Econômica, tivesse
sido descoberto o verdadeiro manual da eficiência da gestão pública sob os
princípios da competência, da honestidade, da honradez, da probidade e de tudo
o mais de extraordinário, evidentemente nunca antes visto na instituição.
Pois
bem, todo esse trabalho exposto pelo presidente da Caixa Econômica precisa sim
ser reconhecido e louvado, em razão do desempenho excelente e bastante lucrativo,
resultando em palpável benefício para a administração brasileira.
Ocorre
que os bons resultados operacionais obtidos pela Caixa Econômica Federal nada
mais são do que a obrigação e a essencialidade do dever dos gestores de recursos
públicos, pelo menos, em se tratando de administração séria, competente e
responsável, apenas inerentes aos governos responsáveis e conscientes sobre a
eficiência de seus resultados, obviamente sem necessidade de publicidade, salvo
no final do exercício financeiro, na forma da legislação de regência.
Na
forma como esse dirigente se apresenta, é como ele estivesse operando
verdadeiro milagre na gestão da coisa pública, quando ele está fazendo o seu
normal e regular dever operacional de tão somente cumprir a sua obrigação
de zelar e cuidar do patrimônio público, sob a devida e regimental observância ao
regramento aplicável à espécie, como dever de todos os gestoras de recursos
públicos.
Percebe-se
claramente que a aparição desse dirigente tem muito a ver com o propósito de
propaganda política de governo, que é absolutamente desnecessária, tendo em
conta os argumentos precedentes, à vista do necessário dever operacional que as
funções públicas exigem, na forma da licitude na gestão do dinheiro público,
algo que parece ser raridade no Brasil, quando ela acontece, suscitando a
necessidade de que se faça verdadeiro alarde, como nesse caso, que é absolutamente dispensável, por se tratar de obrigação
institucional do melhor gerenciamento do dinheiro público.
É
evidente que é auspicioso se mostrar resultados superavitários da gestão
pública, mas isso apenas condiz com o dever de todo governo, que precisa primar
sempre pelo desempenho positivo do gerenciamento da coisa pública, havendo necessidade
da sua prestação de contas à sociedade, sem necessidade de nenhuma publicidade,
porque isso força à compreensão como se não fosse do seu dever operacional a perseguição
aos bons lucros, em se tratando de instituição financeira, em comparação às
congêneres privadas, quando todas, sem exceção, são sempre lucrativas, à medida
da inserção do mercado competitivo.
Em
síntese, louve-se o desempenho otimizado da Caixa Econômica Federal, na
esperança de que os bons resultados tenham normal continuidade, quando se sabe
que os prejuízos são indicativos de incompetência, ineficiência e até mesmo de desvio
de recursos públicos, como foram verificados em governos anteriores, que se beneficiaram
impunemente de dinheiro dessa e de outras instituições.
Brasília,
em 13 de março de 2022
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