O presidente brasileiro e integrantes do governo vêm demonstrando posição
e movimento erráticos em relação ao sentimento dos brasileiros, ante o horror da
terrível e abominável guerra.
Os pronunciamento de autoridades brasileiras mostram a total indiferença
à calamidade da guerra, como se ela fosse algo natural, normal, sem a menor
gravidade, em termos de destruição generalizada de seres humanos e patrimônio
da sociedade.
Antes da guerra, o presidente brasileiro disse, na proximidade da sua reunião
com o presidente russo, que "Entendo a leitura do presidente Putin, que
ele é uma pessoa que busca a paz. E qualquer conflito não interessa a ninguém
no mundo.”, ou seja, quem busca a paz seria incapaz de promover essa infeliz
guerra.
Agora, já em conversa com o mandatário da Rússia, o presidente do Brasil
disse que, pasmem: "Estou muito feliz e honrado pelo seu convite. Somos
solidários à Rússia e temos muito a colaborar em várias áreas.".
No retorno da viagem à Rússia, o presidente tupiniquim disse que "Estou
muito feliz, grato ao presidente russo. A gente pede a Deus que tenhamos paz na
região. Até falei lá que o mundo é a nossa casa e que Deus está acima de todos.
Falei a mensagem de paz. Não fomos para tomar partido de ninguém.", só
que a paz praticada pelo presidente russo é aquela disseminada pelo demônio, ou
seja, a guerra infernal.
Enquanto isso, o Itamaraty emitiu nota, em 22 de fevereiro último,
dizendo que "(O Brasil) apela a todas as partes envolvidas para que
evitem uma escalada de violência e que estabeleçam, no mais breve prazo, canais
de diálogo capazes de encaminhar de forma pacífica a situação no terreno.".
Em 24 de fevereiro, o vice-presidente da República declarou que “O
Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a
soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do
território ucraniano. Isso é uma realidade.”.
Não obstante, no mesmo dia, o presidente do país contradisse o seu vice,
ao fazer contundente declaração, com desautorização dele, tendo afirmado, de
maneira absolutamente deselegante e nada diplomática, verbis: "Quem
fala sobre esse assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias
Bolsonaro. E ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso — e
falou mesmo, eu vi as imagens — está falando algo que não deve. Não é de
competência dela. É de competência nossa.".
No dia seguinte, o ministro da Casa Civil afirmou que "A posição
do Brasil não é de neutralidade, é de equilíbrio. Não dá para ter a posição da
Otan, da Rússia, da China. A nossa posição é a posição do Brasil.".
Nesse mesmo dia, o embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas
declarou, no Conselho de Segurança da ONU, que "Procuramos manter o
espaço de diálogo, mas ainda sinalizando que o uso da força contra a
integridade territorial de um Estado-membro não é aceitável no mundo atual.".
No dia 27 de fevereiro, o presidente disse que "Nós não vamos
tomar partido. Nós vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for
possível em busca da solução.", só que ele nada fez para se buscar
solução para o conflito bélico.
No dia seguinte, o chanceler brasileiro afirmou que "A nossa
posição no Brasil ela é de equilíbrio e não de neutralidade. Quando o
presidente usou neutralidade é no sentido de imparcialidade. Não é no sentido
de indiferença. A posição do Brasil é uma posição balanceada.".
O referido embaixador declarou, em 28 de fevereiro, que "A
situação atual de forma nenhuma justifica o uso da força contra a integridade
territorial e soberania de nenhum Estado integrante de ONU. É contra os
princípios mais básicos que nós defendemos e estão na carta da ONU.”.
Ainda no dia 28 de fevereiro, o presidente do Brasil declarou que "Nós
temos que ter equilíbrio. Vamos resolver o assunto, não vai ser na pancada.
Afinal de contas, você está tratando com uma das maiores potências bélicas
nucleares de um lado. Do outro lado, está a Ucrânia, que resolveu abrir mão de
suas armas no passado. Alguns querem que eu converse com o Zelenski, o
presidente da Ucrânia. Eu, no momento não tenho o que conversar com ele.".
O sentimento que se tem, à vista das declarações superficiais e
distanciadas da realidade da cruente e monstruosa situação bélica, é o de que a
total insensibilidade do governo brasileiro se harmoniza com nada que diz respeito
à desgraça da guerra, quando a análise dos fatos precisa que seja encarada com base
em sentimentos de valores humanos, que estão muito além da compreensão de mera
neutralidade ou o que seja de imparcialidade, em clara evidência de apatia e
indiferença à dura realidade de mortificina e destruição de vidas humanas e
patrimônio das pessoas.
A deplorável neutralidade do presidente brasileiro é assustadora, porque
ele confirma o negativismo e a insensibilidade aos princípios humanos, em clara
demonstração, pelo sentimento pessoal dele, de que a vida das pessoas é absolutamente
insignificante, em especial quanto ao entendimento de que, mais cedo ou mais,
elas vão morrer, como já foi a sua simplória conclusão no passado, em relação
às mortes causadas pela Covid-19, quando ele mostrou seu sentimento diante do
mar de mortes de brasileiros, tendo inclusive alegado que ele não era coveiro,
como forma de materializar a sua total indiferença ao sofrimento pelo qual as
demais pessoas estavam passando, naquela ocasião.
O presidente brasileiro precisa se despertar da terrível letargia que o
domina, com relação ao sensível sentimento humanitário, não no que se refere à
índole pessoal de total indiferença, que não pode ser confundida com a gênesis
do verdadeiro estadista, que precisa assumir a postura de chefe de Estado, em
que a sua sensibilidade é realmente de compreensão e valorização dos mais nobres
princípios humanitários, mesmo que isso apenas represente fingimento protocolar,
mas é justamente assim que se comportam os grandes estadistas, que têm a
capacidade de solidarizar-se com o sofrimento daqueles que se angustiam com as terríveis
dificuldades, como nesse caso da desgraçada e inconveniente guerra.
A situação do presidente brasileiro se torna absolutamente inadmissível,
incompreensível e recriminável, por ele ser o mandatário que comunga com o
mesmo sentimento de insensibilidade, neutralidade ou indiferença que demostram ditadores
e outros presidentes com a mesma mentalidade gelada e apática quanto à conveniência
de se manter distanciamento do que está acontecendo de ruim no cenário da guerra,
talvez tendo ideia de que a destruição generalidade é problema dos envolvidos
nos combates sangrentos e violentos, em que a perda de vidas humanas e
patrimônio é apenas detalhe sobre algo que eles próprios precisam resolver por
meio de esforços comuns, sem a interveniência de mais ninguém.
À vista da deprorabilidade evidenciada pela monstruosidade da guerra,
chega a ser extremamente espantoso, que causa enorme perplexidade ao mundo
civilizado, o presidente da nação com a grandeza econômica, cultural e social
como a do Brasil, mostrar-se completamente indiferente, insensível e alheio às atrozes
consequências dessa demoníaca situação, quando é sabido que todos os países
serão fatalmente afetados com os perversos e desagradáveis resultados deixados
em forma de ruínas produzidas pelas mãos dos insensatos, cruéis e desumanos
estadistas, que são absolutamente incapazes de avaliar o tamanho dos estragos
causados por suas indiferenças, neutralidades e insensibilidades.
Enfim, quem diz que quer “ajudar no que for possível em busca da
solução.", fala com os principais envolvidos, mesmo que não tenha nada
o que dizer, porque a conversa em si já é grande ajuda, mas o pior e mais grave
mesmo é se omitir e não dizer nada, perdendo importante oportunidade para ser
útil à humanidade, com o gesto mínimo que seja de boa vontade e interesse à
causa das mais justas que se oferecem para os verdadeiros estadistas, quando se
dispõem a realmente querer ajudar, não importando o tamanho da sua contribuição.
Certamente, que os brasileiros que valorizam os princípios humanitários
e cristãos, aqueles que realmente nem precisam dizer Deus acima tudo, mas que
reconhecem o seu infinito poder como ser supremo, desaprovam as atitudes insensível
e desumana do mandatário brasileiro, por ele ainda não perceber que o mundo se
encontra em gravíssima e terrível guerra.
Brasília, em 2 de março
de 2022
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