sexta-feira, 4 de março de 2022

Controle de votos?

Circula vídeo nas redes sociais, tendo por finalidade a convocação de eleitores bolsonaristas a se cadastrarem em banco eleitoral, de modo a servir de parâmetro contra o resultado das urnas eletrônicas, com possíveis distorções de votos, tendo por finalidade, segundo o expositor, desmascarar o Superior Tribunal Eleitoral, em caso de gritante diferença de votos a favor do candidato, quando ele acredita na infalibilidade do sistema anunciado, como sendo o mais perfeito da face da Terra.

Vejam alguns trechos da mensagem constante do aludido vídeo, que até já conta com a incidência de fraude nas urnas eletrônicas, nas próximas eleições, conforme a seguir, verbis: "(...) Este cadastro de brasileiros conservadores vai dá uma medida bastante exata do número de votos que o candidato Jair Bolsonaro poderá ter na eleição. Se o resultado apresentado pelas caixas-pretas das tais urnas eletrônicas for significativamente diferente ficará claro que houve mutreta, que houve fraude, que houve picaretagem cometida por aqueles que estão a cargo da coordenação do processo eleitoral. Isso vai tornar, certamente, escândalo de proporções internacionais (...). E acompanhe, aqui no CRNews, os desdobramentos deste esforço que visa sobretudo minimizar  ou mesmo eliminar a fraude anunciada (...).   

Não obstante, percebe-se que se trata de ideia que não passa de mais uma verdadeira trapalhada, no afã de mostrar possíveis fraudes no resultado da eleição presidencial, à vista da desconfiança sobre a fragilidade da segurança das urnas eletrônicas, que vem sendo posta em descrédito junto aos eleitores somente com base em suspeitas sem nenhum fato concreto de manipulação sobre falsificação de resultados eleitorais até então proclamados dos candidatos.

Na realidade, o que se pronuncia como milagroso sistema contra fraude não passa de perda de tempo, por não justificar a sua tentativa de eficiente controle da contagem de votos, diante da sua vulnerabilidade quanto à base cientifica para fins de plausibilidade como forma de controle seguro de votação paralela, que serviria de argumento em benefício do candidato oficial à reeleição.

O pseudogênio da iniciativa esquece que o grosso do eleitorado brasileiro não têm instrução e é pouco informado sobre o processo eleitoral, além de ter muito pouco interesse em participar de mobilização como essa, que demanda alguma forma de trabalho, como se, em um piscar de olhos, todos os bolsonaristas tivessem acesso ao sistema anunciado e todos tivessem condições materiais para a efetivação do cadastro, que realmente poderia ser eficiente se tudo funcionasse conforte o idealiza, em que todos os bolsonaristas seguissem religiosamente as regras previstas.

Ou seja, esse cadastro poderia se tornar perfeito se os mesmos eleitores do presidente, exatamente aqueles que pretendam votar nele, se manifestassem por meio desse nascimorto sistema, que, de revolucionário, ainda precisa ser bastante aperfeiçoado para o saneamento de muitas e pueris falhas, com relação à credibilidade da segurança do cadastramento.

Vejam-se que é absolutamente impossível se saber se uma única pessoa possa se cadastrar milhares de vezes, i.e., quantas vezes que quiser, bastando apenas mudar os dados pessoais, como o nome, o número de documento etc., ou seja, é impossível se controlar a fidelidade da consulta tida como capaz de confrontar o resultado oficiais das urnas, quando as suas premissas se mostram sem a mínima segurança, conforme as supracitadas indicações de fragilidade do desastroso cadastro.

No sistema de controle de votos não oficial ora apresentado, pode participar até mesmo quem não é eleitor, tendo oportunidade de se cadastrar e o seu fraudado voto, porque ele inexiste, será computado normalmente, mesmo sem direito a votar.

Sob a ótica um pouco mais realista, essa ideia precisa ser bastante aprimorada, para a eliminação das falhas principais, conforme indicadas acima, de modo que possa se tornar realmente eficiente para a finalidade do controle pretendido e imaginado, em caso da existência da insegurança quanto à operação do sistema eleitoral, que, se verdadeiro, carece de algo com capacidade para confrontá-lo, mas tendo por base parâmetro verdadeiramente eficiente e seguro, não oferecendo o mínimo de questionamento quanto à precisão da sua forma de controle.

É evidente que não será na forma toscamente nos termos da empolgada exposição feita no vídeo, porque o expositor chega a concluir que, com base na fórmula mágica mostrada por ele, fica visível qualquer tentativa de fraude se as urnas não baterem com os números registrados nessa ideia muito mais com cara de monstrinho sem a menor segurança, por apresentar muitos e graves furos, não permitindo a menor confiabilidade para os fins colimados, em especial pela dificuldade do cadastramento de todos os eleitores bolsonaristas, além das demais deficiências mostradas acima.

Como a todo instante surge fórmula criativa nesse sentido, na tentativa de pegar o Tribunal Superior Eleitoral desprevenido, tem-se a esperança de que alguém realmente mais engenhoso e inteligente possa inventar algo que resolva essa terrível questão referente à possibilidade de fraude na operacionalização das urnas eletrônicas, que o próprio presidente da República foi absolutamente incapaz de liderar a apresentação de projeto com suficiente capacidade para o aperfeiçoamento pretendido do sistema eleitoral brasileiro.

Bras Brasília, em 4 de março de 2022 

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