O
presidente da Ucrânia disse que seu país está preparado para discutir a adoção
de status de “neutralidade” como parte de acordo de paz com a Rússia,
tendo acrescentado que essa medida terá que ser submetida aos ucranianos, por
meio de referendo.
Para que
isso possa ser negociado, o presidente daquele país disse que é preciso que as
tropas russas deixem o território ucraniano, sob as “Garantias de segurança
e neutralidade, status não nuclear de nosso Estado. Estamos prontos para isso.
Esse é o ponto mais importante”.
Sob essas
condições, o presidente ucraniano confirmou que está disposto a aceitar o
status neutro e não nuclear do país, como exige a Rússia, em troca de garantias
de segurança e de paz para o seu país.
O
presidente ucraniano ressaltou que “é impossível que os líderes do Reino
Unido, dos Estados Unidos, da Polônia e da Turquia assinem qualquer documento
como possíveis fiadores enquanto a guerra estiver em curso.”.
Aquele
presidente disse que “Os fiadores não assinarão nada se houver tropas. Isso
está sendo trabalhado profundamente, mas não quero que seja outro documento
como o Memorando de Budapeste de 1994, que concedeu garantias de
segurança à Ucrânia em troca da renúncia ao arsenal nuclear herdado da antiga
União Soviética e que Zelenski disse que nunca se materializou. “Estamos
interessados em que seja um acordo sério”.
O
presidente ucraniano disse ainda que está disposto a discutir com o presidente
russo, “em qualquer lugar do mundo, para chegar a acordo com assinaturas,
selos e até sangue. Isso bastaria para iniciar o processo de retirada. As
tropas devem ser retiradas, os fiadores vão assinar tudo e fim”.
Não obstante,
o presidente ucraniano lembrou que mesmo assim o trabalho não estará concluído,
porque a Ucrânia terá de alterar a sua Constituição, onde consta a aspiração do
Estado de aderir à Otan e que uma mudança pode demorar até um ano.
Quanto à
exigência russa de que a Ucrânia reconheça a península da Crimeia como parte da
Rússia e a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, o
presidente ucraniano chegou a declarar de forma vaga que essa é uma questão que
“deve ser abordada e resolvida”, mas, em demonstração de inflexibilidade,
ele refutou a possibilidade de fazer concessões nesse sentido e enfatizou que
uma das suas prioridades é assegurar a soberania e integridade territorial da
Ucrânia.
As delegações
da Rússia e da Ucrânia vão se reunir ainda esta semana, numa nova rodada de
negociações presenciais, o que demonstra, de certa forma, interesses recíprocos em se discutir medidas
que possibilitem o cessa fogo e a paz.
Entrementes,
representantes diplomáticos dos dois países reconheceram que as negociações estão sendo “muito
difíceis” e que ainda não há consenso nas questões mais relevantes, em que
pesem os estragos causados à Ucrânia, em termos de perdas de vidas e destruição
do patrimônio da população.
O
negociador russo disse que “As posições estão convergindo em pontos
secundários. Mas, nas principais questões políticas, continuamos afastados”,
enquanto o negociador da Ucrânia confirma as dificuldades para o atingimento de
“consenso” entre as partes.
A ideia
defendida pela Rússia é a de que seja obtido “tratado abrangente”, que
inclua suas exigências de neutralidade e desmilitarização da Ucrânia, bem como
o reconhecimento da soberania russa da Crimeia e da independência das regiões
separatistas do Donbass.
O
representante da Ucrânia afirmou que a Rússia pretende dividir a Ucrânia, na “tentativa
de criar as Coreias do Norte e do Sul na Ucrânia”, em alusão à divisão da
Coreia após a Segunda Guerra Mundial.
Enquanto
a guerra avança no território ucraniano, a ofensiva bélica militar russa na Ucrânia já matou, pelo menos,
1.119 civis, incluindo 139 crianças, e feriu 1.790, entre os quais 200
crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a
probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A deplorável
guerra já provocou também a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo
quase 3,9 milhões de refugiados para países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de
deslocados internos, fatos estes que bem demonstram a desestruturação do país.
A ONU
estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária
na Ucrânia.
A visível
deplorabilidade da situação exige urgência, urgentíssima adoção de medidas
efetivas capazes de se encontrar solução para esse injustificável caos, que afeta,
em especial, diretamente muitas e preciosas vidas humanas.
Diante
das informações vindas do front das negociações, as exigências da Rússia
são muito claras e objetivas, tendo sido indicados os seus objetivos que, mais
cedo ou mais tarde, serão todos alcançados, mesmo que à custa de muitas mortes
e incalculáveis destruições.
A verdade
é que a Ucrânia não tem a mínima condição de resistência para evitar o domínio
do seu país, que dispõe bem menos de dez por cento do poderio bélico russo, o
que bem demonstra que se trata de disputa inglória e totalmente arriscada em somente
haver continuado e permanente massacre do povo ucraniano e da deformação das
estruturas da nação.
Diante
dessa triste realidade não resta outra alternativa para o presidente da Ucrânia
senão se render, o mais rapidamente possível, em nome da preservação do seu
povo, porque se trata de enorme irresponsabilidade da sua parte em continuar em
condições visivelmente desumana, sob pesado fogo cruzado, submetendo o povo ao
curral da morte, mesmo sabendo que o seu país não tem a mínima condição de resistência,
diante da completa fragilidade das ferramentas para os necessários combates e
contra-ataques à altura do inimigo, ficando muito claro que essa cruel guerra
tem a nítida caracterização da luta representada pela figura de David contra
Golias, só que o resultado será o mais horroroso que se possa imaginar, diante
da realidade dos fatos.
Exatamente
nas condições da guerra atual, que não tem mais como ser interrompida por mera
bondade por parte do horroroso monstro presidente da Rússia, se o presidente da
Ucrânia tivesse algum miolo no cérebro cuidava de buscar imediatamente o acordo
que fosse, exatamente nas condições exigidas por Golias, tendo como justificativa
maior a preservação das vidas do seu povo, que não podem ser destruídas e, ao
final, depois de tenebrosas perdas totais, ser simplesmente obrigado a conceder
não somente os pontos ora exigidos, mas certamente todo o domínio da nação,
quando fica a certeza de que o estrago foi muito mais intenso, bem além do que
se as negociações fossem ultimadas agora, mesmo que sejam concedidas as exigências
da Rússia, porque elas são inevitáveis.
A verdade
é que, nesse caso de guerra, sempre há de prevalecer a vontade do mais forte,
que é o agressor, que tem o comando da destruição e vai seguir minando e
arruinando cada vez mais as estruturas da Ucrânia, até a rendição total, mas
somente depois que não restar mais nada e isso é terrivelmente inaceitável,
quando o bom senso aconselha que esse país ceda em tudo, justamente para se
evitar mal ainda maior do que já é.
Nem
precisa ser estrategista de coisa alguma, muito menos de guerra, para se
perceber que o fim da Ucrânia é somente questão de tempo, mas depois quando tudo
já estiver arruinado, devido à sua inferioridade bélica, incapaz de se evitar
estragos ainda mais horrorosos.
À toda
evidência, a rendição não acontece agora porque o presidente da Ucrânia e todos
os seus colaboradores serão colocados na linha de frente do fuzilamento e eles
preferem sacrificar a população por esse martírio inglório, quando seria muito
mais humano que eles fugissem agora do país e deixassem que a Rússia
completasse seus planos de plena dominação, com a vantagem da preservação de
muitas preciosas vidas e outras graves destruição.
Nada se pode
considerar atos de bravura a resistência à guerra pondo em risco e destruição as
vidas humanas, que são muito mais importantes do que os interesses do país, notadamente
quando se sabe que ele é impotente para combater em defesa do seu povo, que
apenas vai servir como natural bucha de canhão, ou seja, trata-se de luta com
fim mais do que sabido e o resultado será o pior possível para a Ucrânia e o
seu povo, que é algo visivelmente injustificável e desumano.
Neste
momento crucial, sem saída alternativa, em que a Ucrânia se encontra cercada e
encurralada, que apenas será inapelavelmente tragada pela gigantesca máquina
bélica russa, à vista da sua fragilidade armamentista, a melhor e mais honrosa
medida a ser tomada, sem perda de tempo, é levantar a bandeira branca da rendição
e concordar com a assinatura dos acordos necessários, tudo em harmonia com a
importante preservação das vidas dos ucranianos, que não merecem ser trucidados
lentamente até a chegada do momento fatal da rendição depois de prejuízos infernais
que poderiam ser encerrados agora, evitando-se milhares de mortes e imensuráveis
destruições.
Ante o
exposto, apelam-se para que sejam colocados na mesa de negociação os salutares
princípios do bom senso e da racionalidade, tendo em conta, em especial, a
relevância dos sentimentos humanitários, na certeza da preservação de preciosas
vidas humanas, de modo que a Ucrânia se renda e assine os acordos pretendidos
pela Rússia, antes que a tragédia da guerra produza muito mais estrago na população
desse já arrasado país.
Que Deus
seja o intermediador da melhor solução para a população da Ucrânia, permitindo
o fim dessa sangrenta e injustificável guerra, que só causa muito sofrimento ao povo
desse país, que luta bravamente em vão, ante os motivos da sua indiscutível
inferioridade de resistência.
Brasília,
em 29 de março de 2022
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