segunda-feira, 14 de março de 2022

Totalmente desproposital?

 

O vice-presidente da República rebateu, nas redes sociais, na data de ontem, qualquer ideia de que ele teria declarado apoio ao ex-presidente da República petista ou ao Partido dos Trabalhadores.

Em sua conta do Twitter, o general disse, com muita clareza, que o “governo do PT foi catastrófico para o Brasil”.

A declaração do vice-presidente foi dada após a entrevista dele ao site Metrópoles, na semana passada, em que, na ocasião, ele teria dito que via como “totalmente desproposital” a possibilidade de setores das Forças Armadas não aceitarem eventual vitória do ex-presidente petista, nas eleições deste ano.

Não obstante, o general assegurou que, caso o PT volte a governar o Brasil, o país terá “retrocessos”.

O vice–presidente asseverou, in verbis: Quem pensa que estou abrindo a porta dos quartéis para Lula e PT, desconhece a minha história e o papel das Forças Armadas, em especial do Exército Brasileiro. Continuo firme, afirmando que o governo do PT foi catastrófico para o Brasil e que o retorno ao poder trará retrocessos.”.

Causa enorme preocupação e até perplexidade um general declarar que seria despropósito parte das Forças Armadas não aceitar a eleição do petista à Presidência da República, tendo em vista que essa instituição, na sua integralidade tem o dever constitucional e, por tradição de guardião da moralidade nacional, de zelar intransigentemente pela pureza institucional do Brasil, como nação que merece ser respeitada, sobretudo, em termos de grandeza dos princípios republicano e democrático.

A princípio, isso vale dizer que não é totalmente despropositado que os verdadeiros militares devam se posicionar contra a volta ao poder de sistema político que demonstrou horrorosa e desastrosa administração dos recursos dos brasileiros, à vista da constatação de montanhas de dinheiro desviada dos cofres da Petrobras, conforme as legítimas  e justas investigações levadas a efeito pela Operação Lava-Jato, cujos resultados prejudiciais aos interesses nacionais constam guardados sob a custódia do Ministério Público Federal, que integrou legitimamente o sistema de apuração dos crimes financeiros perpetrados pelo governo comandado pelo potencial candidato da oposição à Presidência da República.

A grandeza moral do Brasil compreende, senhor general, que a nação seja comandada exclusivamente, ou seja, tão somente, por brasileiro que tenha condições de preencher os requisitos que comprovem a imaculabilidade no exercício de cargos públicos eletivos, em termos de ficha limpa perante o regramento jurídico pátrio, em especial no que se refere à sua conduta ilibada, que precisa se harmonizar com a grandeza dos essenciais princípios da dignidade, honradez e moralidade da República decente, como parâmetro de insuspeitabilidade quanto aos quesitos de plenas imaculabilidade e legitimidade.

Diferentemente disso, tem-se, senhor vice-presidente, a confirmação das plenas decrepitude e esculhambação dos princípios republicanos, em que cidadão que coleciona vários processos penais na Justiça brasileira, todos sob graves denúncias contendo suspeitas da prática de atos irregulares na vida pública, inclusive já tendo sido julgado e condenado à prisão pela confirmação do recebimento de propinas, sob a configuração dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, passar a ter o direito de também comandar as honradas Forças Armadas, instituições estas até então consideradas guardiães e depositárias do respeito dos brasileiros, justamente em razão do seu íntegro zelo quanto à preservação, ao longo da sua história secular, dos princípios da moralidade e da dignidade no seio da República.

Na verdade, essa ideia absurda e insana de as Forças Armadas aceitarem passivamente a vitória de brasileiro em plena decadência moral, conforme mostra o seu currículo perante a Justiça brasileira, para presidir o Brasil, é forma primária de vacina quanto à plena perda da consciência cívica e patriótica por parte de instituição que conseguiu conquistar o sublime respeito dos brasileiros, muito além do que quaisquer outros órgãos da República, justamente por sua posição de equilíbrio e amor demonstrados em defesa dos interesses maiores da pátria brasileira, no sentido da preservação dos princípios republicano e democrático, que tem sido o mais sagrada compromisso de luta em prol da  integridade nacional.

A propósito, os brasileiros acreditam que o general mantenha a sua coerência de firme pensamento de não se aceitar a desmoralização do glorioso Brasil, como forma de continuar a inspirar os militares em geral imbuído com o verdadeiro espírito de brasilidade, no sentido de defender os princípios e os valores ínsitos de moralidade e honradez no âmbito da nação.  

Diante disso, faz muito bem se relembrar a mensagem que circula, nas redes sociais, em cujo vídeo consta a lapidar sentença que diz, ipsis litteris: “MOURÃO AFIRMA QUE FORÇAS ARMADAS NÃO VÃO ACEITAR LULA COMO CANDIDATO”.

No aludido vídeo, consta o discurso do general vice-presidente da República, que foi ouvido por pessoas em auditório repleto de ouvintes, quando o militar da reserva afirmou, ipsis litteris: “Aí vem o repúdio das Forças Armadas a essa questão. É claro, por que isso? Se o Lulas fosse ladrão de celular, eu até dizia que podia ser candidato a presidente da República, mas ele, como presidente da República, usou o cargo em proveito próprio e da sua família, para desviar recursos que a nação tanto precisa. Como é que esse camarada vai voltar para esse cargo? Como é que ele vai ser comandante-em-chefe das Forças Armadas? Nós vamos ter um ladrão como comandante? Não pode. Para mim, esse cara tá fora (...)”.

Essas afirmações do general têm a clareza que precisa ressoar no seio das Forças Armadas, porque elas traduzem o mais expressivo sentimento que precisa sedimentar a vocação dos militares em defesa da sustentação dos sólidos princípios de moralidade, dignidade e honradez, que são os pilares básicos da República merecedora do respeito dos brasileiros e dos povos do mundo.

As palavras do general são cristalinas, objetivas e contundentes, que guardam perfeita harmonia com o sentimento maior representado pelos verdadeiros brasileiros que defendem o melhor para o Brasil, principalmente no que diz respeito à administração do patrimônio do povo e dos negócios da nação, sob os princípios sagrados da decência, da legitimidade e da dignidade que precisam ser defendidos com o sacrifício do dever ínsito de brasilidade que tem sido genuinamente demonstrado pelos fiéis militares das Forças Armadas, sendo merecedores, por isso, do respeito e da admiração dos brasileiros.

O país com a grandeza do Brasil, reconhecido como gigante continente, em termos de dimensão territorial, sociedade, riquezas naturais, cultura, economia etc., precisa ser presidido exclusivamente por brasileiro que represente a pureza da nacionalidade, tendo condições de atender aos essenciais requisitos de moralidade, dignidade, honestidade, probidade, entre outros que se harmonizem com as conduta ilibada e idoneidade imaculada, sob pena de se aceitar a perniciosa banalização da desmoralização e da esculhambação na administração brasileira, em clara manifestação de indignidade e desonra dos brasileiros.

Urge que os verdadeiros brasileiros em geral, civis e militares, indistintamente de suas ideologias políticas, decidam com a urgência possível somente a aceitação da candidatura legítima à presidência da República de brasileiro com comprovada situação de honradez, dignidade e moralidade na vida pública, de modo a se atenderem plenamente às exigências básicas inerentes aos princípios compatíveis com a relevância do cargo de mandatário da nação e ainda que isso possa servir de exemplo para o mundo, como demonstração de evolução da essência de civilidade e cidadania, diante do respeito aos valores republicano e democrático.  

Brasília, em 14 de março de 2022

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