segunda-feira, 2 de maio de 2022

A força das ideias?

 

Em mensagem de agradecimento pelo texto onde fiz dedicatória do meu livro, em homenagem à banda de música Jesus, Maria e José, de Uiraúna, Paraíba, importante músico que a integra aproveitou o ensejo para para fazer sentido alerto “às autoridades e aos representantes do povo da nossa cidade para ter um cuidado e zelo para com a nossa banda centenária. Falta apoio até mesmo para simples acessórios.”.

Diante desse quadro preocupante, escrevi outra crônica para me solidarizar com o apelo em causa, que realmente me parece da maior relevância, nas circunstâncias, quando se reconhece a expressão musical do que representa aquela querida banda de música para o povo de Uiraúna, que, indiscutivelmente tem sido sempre bastante aplaudida e idolatrada, como seu verdadeiro patrimônio cultural, conforme mostram as espontâneas manifestações da sociedade.

Em momento de reflexão, imaginei que a banda de música em causa tem seu estatuto social, por meio do qual são definidas as suas finalidades institucionais, entre as quais as funções do gestor dos recursos financeiros e os responsáveis pelos eventos e atividades programáticas.

Com base nesse contexto, imaginei que, independentemente das importantes ajudas vindas do poder público, dos empresários, do comércio, além da sociedade em geral, a banda de música poderia tomar a iniciativa de institucionalizar eventos próprios, destinados à arrecadação de fundos.

Com essa importante finalidade, imagino que seja da maior expressão a institucionalização de grande festa popular em dia especial da banda, a realizar-se por ocasião das comemorações do seu aniversário da sua fundação, por meio de programação bastante extensa e representativa para a sua grandeza.

Como ideia, imagino que, nessa programação, haveria verdadeira celebração da sua existência, em local extenso para a participação popular, como a Praça de Eventos ou outro apropriado para a dimensão da participação da comunidade, onde a banda se dispõe a tocar algumas das suas principais músicas, como dobrados, valsas, samba, frevo, canções populares etc., de modo que o povo tivesse efetiva participação, em forma de integração.

Ao ensejo, seriam realizados leilões e sorteios, por meio de rifas, de objetos doados pela sociedade, empresários e todos os interessados em ajudar à banda de música, como animais, móveis, alimentos e tudo o mais que fosse arrecadado exclusivamente para essa finalidade, exatamente nos moldes do que vem sendo feito com muito sucesso por ocasião da Festa da Padroeira da cidade, a Sagrada Família.

Na minha imaginação, poderia se institucionalizar uma festa grandiosa para os uiraunenses, de caráter anual, para cuja atração de expressão local, seriam convidados os chamados filhos ausentes e a comunidade local e da redondeza, que teriam enorme interesse em participar de espetáculo da maior importância para Uiraúna, como atrativo nobre de cunho artístico-cultural, em festa grandiosa.   

É evidente que essa festa tem dupla importância, com o significado da efetiva integração da banda musical com a sociedade, como forma participativa da sua especial retribuição ao carinho que recebe normalmente dos uiraunenses, e a possibilidade da arrecadação de recursos, obviamente motivada pela própria iniciativa, o que também estaria mostrando a sua participação direta, em forma autoajuda.

Outra medida que considero da maior importância, que também precisa figurar no seu estatuto social, na mesma forma indicada acima, seria a criação de conta bancária, com a exclusiva finalidade do recebimento de doações em dinheiro, cujas destinação e proibição precisam ficar bem normatizadas no referido estatuto, inclusive com a obrigatoriedade da prestação de contas à sociedade sobre a aplicação dos recursos que entrarem no cofre da entidade, à vista do sagrado princípio da transparência.   

Enfim, essas medidas iniciais têm a finalidade de atender, de certa forma, alguns dos justos apelos do nobre integrante da querida banda de música Jesus, Maria e José, que realmente não pode subexistir apenas sob as brisas celestiais, sobrelevando a iniciativa de quem tiver outras ideias, até mais importantes, que possam contribuir para viabilizar meios para ajudar, de alguma maneira, o apoio financeiro desejável à manutenção da banda musical que é o patrimônio cultural de cada filho de Uiraúna.

Com a reiteração do meu eterno carinho à banda de música Jesus, Maria e José.

Brasília, em 2 de abril de 2022

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