O principal líder da oposição brasileira é capa da revista americana Time, com a manchete "O segundo ato de Lula", em referência à sua pré-candidatura à Presidência da República, na próxima eleição, na qual ele aparece sob a expressão: "o líder mais popular do Brasil busca retornar à presidência".
A
reportagem ressalta que ele foi o “presidente mais popular do Brasil”,
além de citar a “jornada de herói” dele, a partir da sua infância pobre,
passando pela trajetória do sindicalismo, até a sua incursão na política, que o
levou à Presidência do país; em contraposição ao seu envolvimento com a
“tragédia” dos escândalos do mensalão e do petrolão, sob as acusações de
corrupção e a condenação à prisão, diante da constatação do recebimento de
propinas.
O reportagem
ressalta que o político "esperava uma vida mais tranquila longe dos
salões do poder. A política vive em cada célula do meu corpo, porque eu tenho
uma causa. E nos 12 anos desde que deixei o cargo, vejo que todas as políticas
que criei para beneficiar os pobres foram destruídas".
A Time menciona ainda a
“anulação dos processos” (com essa expressão) contra o político,
no Supremo Tribunal Federal, em razão da parcialidade do então juiz da Operação
Lava-Jato, e a atual configuração política do país, tendo por base as pesquisas
de opinião, que o coloca na liderança da preferência das pessoas consultadas.
Em outro trecho, a
revista corrige o seu grave erro de dizer que os “processos” contra o político teriam
sido anulados, tendo afirmado que “Os finais parecem não se encaixar, no
entanto. Em abril de 2021, a Suprema Corte do Brasil anulou as condenações por
corrupção que haviam excluído Lula – como ele é universalmente conhecido – da
política em 2018, dizendo que um juiz tendencioso em seu caso havia
comprometido seu direito a um julgamento justo. A decisão bombástica colocou o
Brasil a caminho de um confronto entre o esquerdista Lula e o atual presidente
de extrema direita Jair Bolsonaro nas eleições de outubro de 2022.”.
A reportagem publicou afirmações
do político, no sentido de que "As Nações Unidas de hoje não representam
mais nada. Os governos não levam a ONU a sério hoje, porque tomam decisões sem
respeitá-la. Precisamos criar uma nova governança global".
Em conclusão, a revista
americana afirma que, “Por mais difícil que seja no mundo fragmentado de
hoje, muitos líderes e diplomatas saudariam o retorno de Lula: nos últimos
quatro anos, Bolsonaro queimou inúmeras pontes, irritando a China com piadas
racistas sobre o Covid-19 e zombando de líderes da UE.”.
Nem mesmo em revista
aparentemente séria, o político brasileiro faz questão de ser justo e verdadeiro,
evidentemente para não perder o hábito de injusto e mentiroso, quando ele afirmou,
na revista, de forma genérica e irresponsável, sem citar os fatos por ele
referidos, que seria o mínimo razoável, para o bem da verdade e da justiça, que
“vejo que todas as políticas que criei para beneficiar os pobres foram
destruídas", dando a entender, para quem não conhece os fatos reais,
que essa acusação não condiz com a verdade.
A assertiva acima não é
verdadeira, uma vez que o atual governo federal mantém, tanto a principal
política assistencialista que era o carro-chefe do governo daquele político, na
forma do Bolsa Família, como todas as outras políticas da gestão dele, como os
benefícios da casa própria, luz para todos, e todos os demais benefícios
sociais, porque eles são programas inseridas em políticas de Estado e não de
governo e, por isso, eles precisam integrar as gestões de todos os governos.
Enfim, qual teria sido
o real mérito de ser capa de importante revista, quando ela não teve a decência
e a sinceridade de comentar, na reportagem, completa e esclarecedora situação do
que ela cognominou o “presidente mais popular do Brasil”, quando poderia
ter mostrado, com detalhes, as denúncias sobre suspeitas do envolvimento do
político com gravíssimos casos de corrupção, em especial com a acusação sobre o
recebimento de propinas, que ensejou a sua condenação à prisão pelos crimes de corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, uma vez que não foram contestadas, em termos de
aceitação pela Justiça, as provas coligidas sobre a materialidade da autoria
dele sobre os fatos irregulares?
Como justificar bombástica
reportagem de capa de importante revista versando sobre político que é incapaz
de provar a sua inocência perante os tribunais brasileiros, contra às terríveis
acusações sobre a prática de improbidade administrativa no seu governo, à vista
dos deprimentes escândalos do mensalão e do petrolão, dando a entender que se
trata realmente de pessoa digna e merecedora de ser tratada como o “presidente
mais popular do Brasil”, com direito a figurar em capa de importante revista
de fama mundial?
Causa enorme
perplexidade que a revista Time tenha informado que o Supremo anulou as
condenações à prisão ao político, sem ter se dignado a esclarecer a real motivação
dessa medida judicial.
Da maneira da simplicidade
como assim foi informado fato tão relevante, em termos políticos, pode-se sim
suscitar interpretação possível de que o criminoso teria antes justificado o
seu envolvimento nas falcatruas ou então prestado contas sobre as
irregularidades causadoras da sua condenação à prisão, quando nada disso
aconteceu para que ele até pudesse ter a cabeça erguida para olhar nos olhos dos
eleitores e jamais se envergonhar do seu passado na vida pública, que é totalmente
maculado diante das acusações de corrupção, que é inadmissível em país sério,
evoluído e civilizado, em termos político-democráticos.
Convém que se esclareça
que as despropositadas e indignas anulações tiveram, pasmem, tão somente por interpretação
pessoal de um ministro do Supremo, que depois foi convalidada pelo plenário dessa
corte, no sentido de que o juizado julgador era incompetente, em termos de jurisdição,
para apreciação e julgamento dos atos irregulares que deram base às sentenças
condenatórias à prisão do político, o que vale dizer algo que a revista não teve
interesse nem a dignidade para esclarecer ao seu público que o mérito sobre as
acusações feitas contra o político não foi apreciado pelo Supremo e isso fica
patente que todos os atos irregulares atribuídos à autoria dele continuam em
plena validade, apenas os fatos penais, objetos processos pertinentes às
denúncias, vão ser rejulgados pela Justiça de Brasília, para onde eles foram
enviados por ordem da terrível e inaceitável decisão do Supremo, exatamente por
falta de amparo legal e constitucional.
À toda evidência, a
revista Time comete gigantesco equívoco, ao pôr político sem moral na sua capa
e ainda faz densa reportagem sobre os méritos dele, mas deixa de mencionar algo
da maior relevância, que é a sua decadência ético-moral, uma que ele, para a
Justiça e os brasileiros honrados e dignos, tem currículo bastante sujo, a tal
ponto que foi e é incapaz de provar a sua inocência perante os processos que
tramitam com gravíssimas acusações sobre suspeitas da prática de corrupção, no
seu governo.
Essa constatação,
perante os princípios republicano e democrático, o impede de se apresentar aos
eleitores, na qualidade de ficha limpa, exatamente porque ele não tem condições
morais para preencher os indispensáveis requisitos de conduta ilibada e idoneidade
na vida pública, em razão dos referidos fatos suspeitos de irregularidades.
Na verdade, uma revista
com o mínimo de seriedade, em termos de defesa da moralidade na vida pública,
jamais teria sido capaz de fazer reportagem com político que não tivesse no seu
currículo senão a comprovação do respeito aos princípios da ética, da moralidade,
da dignidade e tudo o mais que a sua publicação fosse engrandecida com a
honradez do homenageado, o que, infelizmente, não é o caso da reportagem em
referência, à vista da participação dele nos escândalos aqui referenciados.
Convém que os
verdadeiros brasileiros compreendam a exata dimensão dessa enganosa e
vergonhosa reportagem, que tem o verdadeiro sentido de estratégia política, em
prol de político que deve explicações sobre atos na vida pública à Justiça, aos
brasileiros e ao mundo, ao mostrar apenas os fatos que interessam à divulgação estritamente
político-promocional, em momento político, com a proximidade da eleição presidencial,
uma vez a revelação da verdadeira personalidade certamente não justificaria tão
espetaculosa reportagem de capa.
É preciso que os
brasileiros honrados tenham a dignidade de mostrar ao Brasil e ao mundo, não
por meio de reportagem de capa, mas sim com o seu voto, que é muito mais precioso
para os interesses do país, o que esse político realmente representa para a nação,
em termos da sua personalidade político-administrativa, ante o envolvimento do
seu governo nos lastimáveis escândalos do mensalão e do petrolão, que tinham
por objetivo o desvio de recursos públicos para o atendimento irregular de
finalidades político-partidárias, conforme mostram os fatos.
Urge que os eleitores brasileiros
se tornem os fiéis defensores dos interesses do Brasil, decidindo votar, nas
próximas eleições, exclusivamente em candidatos que se dignem atender aos
salutares requisitos de conduta ilibada e idoneidade na vida pública, além das
suas qualificações de competência, responsabilidade e sentimento de defesa da
coisa pública, em harmonia com as finalidades públicas, evidentemente com
embargo dos profissionais aproveitadores na vida pública, conforme mostram os
fatos.
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