terça-feira, 17 de maio de 2022

Em defesa da moralidade

 

Em crônica, analisei a euforia de um pastor sobre seu discurso enaltecendo a decisão do presidente da República de aceitar o Deus na vida dele, entendendo o religioso, com isso, que o mandatário teria sido extremamente beneficiado com as dádivas divinas e tudo de bom que vem acontecendo no governo dele, tendo vaticinado que ele tem excelentes chances de retumbante vitória, no próximo pleito eleitoral.

Diante das minhas considerações, um amigo reagiu às minhas colocações, chegando a classificá-las como dúbias e ou que eu teria tendências esquerdistas.  

 É evidente que não pretendo polemizar, mas eu disse que preciso esclarecer, para quem interessar, que não sou bolsonarista e tenho muitos motivos para isso, porque sempre defendi, como princípio, a moralidade e a eficiência na administração pública.

O presidente do país diz que é defensor dos princípios da moralidade e da dignidade no seu governo, mas, na prática, não é bem assim, conforme mostram muitos acontecimentos por ele protagonizados, como se vê a seguir.

A partir da entrega do seu governo ao desgraçado Centrão, que também passou até a controlar, pasmem, o Orçamento da União, o presidente do país perdeu completamente a compostura e a dignidade de defensor da moralidade, não importando que tenha roubalheira ou não no seu governo, porque a mácula maior foi a passagem do bastão da governabilidade para o grupo sem a menor credibilidade moral, à vista da sua índole de fisiologista inato.

Além do Centrão ter o privilégio de controlar o Orçamento da União, ainda conseguiu aprovar o vergonhoso “orçamento secreto”, que tem por finalidade comprar a consciência de desavergonhados parlamentares para apoiarem os projetos do governo no Congresso Nacional, sem necessidade de prestação de contas.

Isso vale dizer que a destinação do dinheiro do contribuinte pode servir para o atendimento particular, evidentemente sem finalidade pública, ou seja, nem precisar ser aplicado em coisa alguma, senão no bolso dos beneficiários, porque nem seus nomes aparecem como destinatários, em harmonia com a forma do próprio nome do orçamento, que é secreto, justamente para servir de completo desperdício do dinheiro público.

Enfim, na verdade, tenho preferido mesmo ser brasilianista, sempre defendendo as minhas ideias que as considero de moralidade e competência na gestão pública, ou seja, na defesa dos interesses maiores do Brasil.

Voto sim no candidato à reeleição se ele disputar a Presidência do país contra alguém da esquerda, por entender que a ideologia defendida por esta não tem nada a ver com os princípios humanitários, à vista do que acontece nos país governados pelo regime socialista ou comunista, em que inexiste respeito aos direitos humanos e às liberdades democráticas, mesmo que isso não seja objeto de implantação no Brasil, mas fica a certeza de que o governante brasileiro esquerdista comunga com os mesmos ideais de desumanidade, crueldade e monstruosidade reinantes nos países efetivamente declarados de regime socialista/comunista.

Tudo isso que eu disse acima não impede, em absoluto, que eu expresse o meu pensamento sobre os atos e fatos que acontecem no governo, que tem altos e baixos e não sou chegado a elogios pelas boas ações do presidente do país, exatamente porque elas estão inseridas nas metas de campanha eleitoral de somente executar obras e serviços de qualidade, em benefício da população.

Ao contrário disso, me sinto no direito de apontar, no âmbito da liberdade de expressão, as falhas que acontecem na gestão pública, porque elas jamais deveriam acontecer, caso o governo sério e competente primasse somente pela observância dos salutares princípios da eficiência e da efetividade de seus atos.

Não sou bolsonarista nem tenho nada contra quem seja, porque vejo no governo fonte de incompetência em muitos atos que nem precisavam vir a público, salvo quando eles somente se transformassem em benefício para a sociedade.

A impressão que tenho do presidente do país é que ele pensa que nunca tomou posse no cargo presidencial e permanece fazendo campanha eleitoral, em continuidade ao pleito de 2018, porque o verdadeiro estadista tem rigorosa obrigação de somente cuidar dos relevantes assuntos e encargos inerentes ao cargo presidencial, sem necessidade alguma ficar em permanente discurso, quase todos desnecessários e inúteis.

É muito difícil ter um único dia em que o presidente do país não esteja envolvido em polêmica pública, quando o normal é exatamente o contrário, porque não compete ao titular da Presidência da nação ficar se expondo com os meios de comunicação do país.

Convém que exista, no governo, a figura do porta-voz, para fazer os comunicados e os anúncios oficiais, sem necessidade de o presidente aparecer em público e ficar até mesmo fazendo o ridículo papel de discutir com as pessoas, em verdadeira perda de tempo, que deveria ser evitado, para o bem do Brasil.

Enfim, respeito a opinião de todo mundo, sobre quaisquer temas, e entendo também que a reciprocidade faz parte do elevado princípio da liberdade de expressão, que permite a exposição das ideias, mesmo que elas não sejam do agrado de ninguém, porque seria terrível mesmo se elas nem existissem.

Brasília, em 17 de maio de 2022

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