Em crônica, analisei a euforia de um pastor sobre seu discurso enaltecendo
a decisão do presidente da República de aceitar o Deus na vida dele, entendendo
o religioso, com isso, que o mandatário teria sido extremamente beneficiado com
as dádivas divinas e tudo de bom que vem acontecendo no governo dele, tendo
vaticinado que ele tem excelentes chances de retumbante vitória, no próximo
pleito eleitoral.
Diante das minhas considerações, um amigo reagiu às minhas colocações,
chegando a classificá-las como dúbias e ou que eu teria tendências esquerdistas.
É evidente que não pretendo polemizar,
mas eu disse que preciso esclarecer, para quem interessar, que não sou
bolsonarista e tenho muitos motivos para isso, porque sempre defendi, como princípio,
a moralidade e a eficiência na administração pública.
O presidente do país diz que é defensor dos princípios da moralidade e
da dignidade no seu governo, mas, na prática, não é bem assim, conforme mostram
muitos acontecimentos por ele protagonizados, como se vê a seguir.
A partir da entrega do seu governo ao desgraçado Centrão, que também passou
até a controlar, pasmem, o Orçamento da União, o presidente do país perdeu completamente
a compostura e a dignidade de defensor da moralidade, não importando que tenha
roubalheira ou não no seu governo, porque a mácula maior foi a passagem do
bastão da governabilidade para o grupo sem a menor credibilidade moral, à vista
da sua índole de fisiologista inato.
Além do Centrão ter o privilégio de controlar o Orçamento da União,
ainda conseguiu aprovar o vergonhoso “orçamento secreto”, que tem por
finalidade comprar a consciência de desavergonhados parlamentares para apoiarem
os projetos do governo no Congresso Nacional, sem necessidade de prestação de
contas.
Isso vale dizer que a destinação do dinheiro do contribuinte pode servir
para o atendimento particular, evidentemente sem finalidade pública, ou seja,
nem precisar ser aplicado em coisa alguma, senão no bolso dos beneficiários,
porque nem seus nomes aparecem como destinatários, em harmonia com a forma do próprio
nome do orçamento, que é secreto, justamente para servir de completo
desperdício do dinheiro público.
Enfim, na verdade, tenho preferido mesmo ser brasilianista, sempre
defendendo as minhas ideias que as considero de moralidade e competência na gestão
pública, ou seja, na defesa dos interesses maiores do Brasil.
Voto sim no candidato à reeleição se ele disputar a Presidência do país
contra alguém da esquerda, por entender que a ideologia defendida por esta não
tem nada a ver com os princípios humanitários, à vista do que acontece nos país
governados pelo regime socialista ou comunista, em que inexiste respeito aos direitos
humanos e às liberdades democráticas, mesmo que isso não seja objeto de implantação
no Brasil, mas fica a certeza de que o governante brasileiro esquerdista
comunga com os mesmos ideais de desumanidade, crueldade e monstruosidade reinantes
nos países efetivamente declarados de regime socialista/comunista.
Tudo isso que eu disse acima não impede, em absoluto, que eu expresse o
meu pensamento sobre os atos e fatos que acontecem no governo, que tem altos e baixos
e não sou chegado a elogios pelas boas ações do presidente do país, exatamente
porque elas estão inseridas nas metas de campanha eleitoral de somente executar
obras e serviços de qualidade, em benefício da população.
Ao contrário disso, me sinto no direito de apontar, no âmbito da liberdade
de expressão, as falhas que acontecem na gestão pública, porque elas jamais deveriam
acontecer, caso o governo sério e competente primasse somente pela observância
dos salutares princípios da eficiência e da efetividade de seus atos.
Não sou bolsonarista nem tenho nada contra quem seja, porque vejo no governo
fonte de incompetência em muitos atos que nem precisavam vir a público, salvo
quando eles somente se transformassem em benefício para a sociedade.
A impressão que tenho do presidente do país é que ele pensa que nunca
tomou posse no cargo presidencial e permanece fazendo campanha eleitoral, em
continuidade ao pleito de 2018, porque o verdadeiro estadista tem rigorosa obrigação
de somente cuidar dos relevantes assuntos e encargos inerentes ao cargo presidencial,
sem necessidade alguma ficar em permanente discurso, quase todos desnecessários
e inúteis.
É muito difícil ter um único dia em que o presidente do país não esteja envolvido
em polêmica pública, quando o normal é exatamente o contrário, porque não compete
ao titular da Presidência da nação ficar se expondo com os meios de comunicação
do país.
Convém que exista, no governo, a figura do porta-voz, para fazer os
comunicados e os anúncios oficiais, sem necessidade de o presidente aparecer em
público e ficar até mesmo fazendo o ridículo papel de discutir com as pessoas,
em verdadeira perda de tempo, que deveria ser evitado, para o bem do Brasil.
Enfim, respeito a opinião de todo mundo, sobre quaisquer temas, e
entendo também que a reciprocidade faz parte do elevado princípio da liberdade
de expressão, que permite a exposição das ideias, mesmo que elas não sejam do
agrado de ninguém, porque seria terrível mesmo se elas nem existissem.
Brasília,
em 17 de maio de 2022
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