segunda-feira, 30 de maio de 2022

Para o bem do Brasil

 

Em vídeo que circula nas redes sociais, o presidente da República  faz desabafo em virtude de críticas que são normalmente feitas sobre o seu desempenho no relevante cargo do Brasil.

O mandatário do país disse que, verbis: “(...) Vamos dar o exemplo. Sempre agi dessa maneira. Nada mudou na minha cabeça. Essa cadeira, para quem quer ser honesto, é o pior lugar do mundo. A satisfação é de estar prestando um serviço à sociedade. Não existe satisfação melhor do que aquela de servir à pátria. De ser bem recebido pela população. As nossas cores verde-amarelas, nas ruas, no campo, a vara do bambu lá em cima, são verde-amarelas. É a volta do patriotismo. É a crença no seu país. É mostrar que, olha para onde estava indo, no tocante aos valores, nós mudamos isso. Acredito no Brasil, acredito em vocês, acredito em Deus, palavra que não era mencionada há pouco tempo. Era quase um crime falar em Deus, pátria, família. Vão mudando as coisas.”.

Nesse discurso, o presidente do país perdeu excelente oportunidade para não mencionar afirmações que não são verdadeiras, a exemplo de que “Vamos dar o exemplo. Sempre agi dessa maneira. Nada mudou na minha cabeça. Essa cadeira, para quem quer ser honesto, é o pior lugar do mundo.”.

Todas essas frases são da maior infelicidade, porque que seu governo não serve de exemplo, a partir da sua aliança com o Centrão, fato este que mostra enorme contradição de agir, quando o então candidato ao cargo dizia, com o pulmão cheio de orgulho que abominava qualquer acordo com a velha política, assim denominado esse famigerado grupo político, mas hoje, por conveniência pessoal, ele até se filiou a partido que o integra e ainda disse que sempre foi simpatizante dele, ou seja, sempre comungou com os princípios nefastos dele.

A mais grave e inadmissível diz precisamente com a afirmação de que a cadeira presidencial é o pior lugar para quem quer ser honesto, uma vez que a sua simbologia funciona exatamente no sentido contrário do que ele disse, embora ela representa, no governo dele, total coerência com o que vem acontecendo, quando ele prometeu, na campanha eleitoral, moralidade e mudanças na sua gestão, mas ela foi enlameada com a governança sendo comandada justamente pelo grupo político símbolo do fisiologismo, completamente incompatível com governo minimamente sério e honesto, atitude sim que serve do pior exemplo de desonestidade.  

É deplorável que alguém se atreva a falar em honestidade, mas não se ruboriza em se associar ao Centrão, grupo político que representa o nefando fisiologismo na gestão pública, como se isso fosse moral e ético, ante aos salutares princípios republicanos, como se não tivesse necessidade de observá-los.

A verdade é que a sede pelo poder tem o condão de envernizar a verdade, passando a ter valor apenas os sentimentos e as medidas que satisfazem aos interesses da conveniência, como nesse inadmissível caso, em que o presidente do país entregou o governo ao Centrão, inclusive os orçamentos, o da União e o mais imoral deles, o chamado “secreto”, este controlado, pasmem, pelo presidente da Câmara dos Deputados, que faz parte de outro poder da República.

Não obstante, nem mesmo nessas questionáveis e ilícitas condições, o presidente do país ainda não se toca em razão dessas indecências, como se fosse a pessoa mais pura do planeta, que até pode ser para ele e seus fanáticos seguidores, que o aplaudem por tudo que ele faz.

Seria normal que, em todos os discursos empolgados, o presidente do país houvesse interesse em ressalvar a imundície que representa a aliança espúria com o pior grupo político da face da Terra, mas não há nenhum constrangimento por parte dele, com relação a isso, como se o questionável acordo que contraria o interesse público não tivesse a menor importância, em termos de moralidade.

Quando se esconde a verdade sobre fatos graves na gestão pública, significa o mesmo que mentir para o povo, fato este que não condiz com os princípios republicanos, porque a verdade precisa sempre prevalecer na gestão pública.

A verdade é que, também por ingênua conveniência ideológica, os fiéis seguidores do presidente do país simplesmente fecham os olhos para tamanha bandalheira e cada palavra dele é digna de aplauso, evidentemente em forma de apoio e incentivo.

Verifica-se que não importa, nesse caso, os fins empregados para se obterem os meios objetivados, em que pese o notório atropelamento dos mais comezinhos regramentos da ética e da moralidade.

É exatamente por isso que o homem se autodesvaloriza, em termos políticos, sendo claramente cediço às conveniências e às oportunidades exclusivamente para conquistar o poder ou se manter nele.

É muito triste essa realidade brasileira, quando o próprio homem aceita o jogo da prostituição moral, em nome da conveniência política, que objetiva a manutenção no poder.

Em razão do texto acima, um distinto amigo, entendeu de contestar o meu posicionamento, dizendo a seguinte mensagem, verbis: “Adalmir,  raramente me manifesto no grupo, somente em ocasiões especiais,  mas não poderia deixar de manifestar-me sobre o seu brilhante texto,  bem escrito e esclarecedor, mas permita-me discordar do seu conteúdo, em poucas palavras direi o que  penso sobre o assunto. Nestas eleições só temos duas opções,  temos que escolher entre o bem e o mal, entre quem fala de Deus e quem reverencia o Demônio, entre quem enaltece o socialismo e entre quem prega a liberdade. Tá fácil escolher, é só a gente pensar o que queremos para os nossos filhos e netos, sendo assim, prefiro em quem fala de Deus, Pátria, Família e Liberdade.”. 

A princípio, no meu texto, não desaconselho votar no presidente do país nem em ninguém, como a melhor ou pior escolha, mas sim mostrar a incoerência dele, exposta no seu discurso, conforme isso ficou muito claro, segundo penso.   

Em tese, concordo plenamente com as ponderações do amigo, porque sei perfeitamente distinguir o bem do mal, também na política, tendo plena convicção sobre o melhor candidato entre os piores que estão na disputa presidencial.

Isso não impede que eu diga o que penso sobre o posicionamento do presidente do país, principalmente quando ele omite a verdade sobre os fatos do seu governo, à vista do discurso acima, com jeitão mentiroso, próprio de campanha eleitoral.

Todos têm todo direito de não acompanhar os meus textos, porque eles dizem respeito à minha interpretação pessoal sobre determinado fato e cada indivíduo tem a sua verdade sobre ele, sendo interessante apenas que seja indicada a parte precisa da discordava, quanto ao tema enfocado.

De qualquer modo fica a impressão, na contestação acima, de que o candidato menos desonesto é o que precisa ser votado pelos eleitores, no próximo pleito eleitoral, e disso não tenho a menor dúvida, tanto que também tenho o mesmo entendimento, exatamente por faltar alternativa e por ser verdade que a volta da esquerda ao poder significa verdadeiro desastre para o Brasil e os brasileiros, por todos os motivos já conhecidos de todos, inclusive, em especial, em razão dos deploráveis escândalos de corrupção com recursos públicos.

Diante dos fatos, fica a impressão de que muitas pessoas deixam de enxergar a realidade do que realmente acontece no governo, em que pese seu direito de pensarem como bem quiserem, inclusive da aceitação de mentiras como se elas fossem verdadeiras.

Na verdade, os meus textos têm o condão de mostrarem exatamente esse lado obscuro das mentiras sustentadas pelo governo como se elas fossem verdadeiras e que muitas pessoas acreditam piamente nelas e ainda procuram defendê-las, em nome da continuidade dele no poder, que, em muitos casos, não há o menor compromisso com a verdade.

A assertiva disso é comprovada quando o presidente do país diz, por exemplo, que “Nada mudou na minha cabeça”, quando dizia, na campanha eleitora, que jamais faria acordo com o Centrão, mais hoje ele e o principal líder desse grupo político desavergonhado, ou seja, estão todos seus integrantes abraçados com ele, lutando pela manutenção no poder, em espúria aliança que tem por único objetivo as vantagens indevidas proporcionadas pelos orçamentos públicos, que são controlados, pasmem, logo pelo espertalhão e maquiavélico Centrão.

Isso também põe por terra a afirmação de “Nada mudou na minha cabeça”, uma vez que a excrescência da aliança com o Centrão não condiz com o compromisso de campanha eleitoral, quando ele o abominava, apenas para mostrar o seu falso lado de defesa da moralidade, que não resistiu à índole fisiológica e já seguiu para o espaço sideral, por conta das conveniências e dos interesses políticos, traduzidos na intransigente sede do poder.  

À toda evidência, não passa de piada de péssimo gosto a expressão de muita infelicidade, dita pelo presidente do país, no sentido de que “Essa cadeira, para quem quer ser honesto, é o pior lugar do mundo.”, porque a cadeira presidencial é exatamente o melhor lugar do mundo para quem é realmente honesto, uma vez que não é a cadeira que é desonesta, mas sim aquele impudente que se senta indevidamente nela, ou seja, a cadeira não faz ninguém desonesto, mas é o desonesto que se senta nela e a torna, no dizer do presidente do país, imunda, como tem sido há muito tempo, à vista das sebosas alianças políticas, feitas apenas por interesses pessoais, ao arrepio da moralidade.

Na realidade, a cadeira presidencial é e sempre deve ser o símbolo sagrado do estadista honrado e digno, que respeita a integralidade dos princípios republicanos, quanto à fiel observância à ética e à moralidade na gestão pública, além do crédito em Deus, na pátria e na família, apenas como vocação de sentimentos pessoais, sem necessidade de se alardear absolutamente nada, de forma visível e meramente demagógica, com o intuito de tentar ser simpático aos seus fanáticos seguidores.

 À vista do exposto, urge que, para o bem do Brasil, os verdadeiros brasileiros repudiem as mentiras e as contradições vindas de todos os candidatos, sejam eles de direita ou de esquerda, devendo exigir somente a verdade nas suas metas de governo, uma vez que o presidente do país prometeu moralidade e reformas, caso fosse eleito, mas a maioria de seus compromissos serviu apenas de engodo para a conquista de votos, fatos esses que têm o condão de caracterizar o clássico estelionato eleitoral, que fica por isso mesmo, sem as devidas resposta e cobrança dos eleitores.

Brasília, em 30 de maio de 2022

Nenhum comentário:

Postar um comentário