Uma cena se
não inusitada, mas no mínimo interessante, em que o avô participa do casamento
do neto na qualidade de oficiador da cerimônia religiosa, investido da
autoridade eclesiástica, como padre da Igreja Católica.
O padre de
85 anos é um dos auxiliares na Catedral São Luiz Gonzaga, de Novo Hamburgo, na
Região Metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que foi ordenado em
1992, depois de ter sido enviuvado.
O noivo
declarou que "Convidamos o vô, ele ficou superfeliz, faceiro com a
possibilidade de casar um neto".
O
padre-avô afirmou que "Foi uma coisa maravilhosa. Quase ninguém tem
essa oportunidade que eu tive".
O noivo
disse que a ideia era realizar celebração ecumênica, fora da igreja, mas os
pais da noiva sugeriram a realização de casamento religioso, o que levou ao
convite para o padre-avô.
Em homenagem
ao avô, o noivo disse que "No começo da cerimônia, o vô comentou que
algumas músicas que a gente tinha selecionado para entrar foram músicas que
tocaram no casamento dele. Para ele, teve lembranças".
Na
cerimônia, o padre Paulo ressaltou a importância de respeito, igualdade e
parceria necessários para a vida de um casal.
O noivo
disse que "Ele tentou passar muito dessa parte de cumplicidade, até
porque o vô e a vó eram pessoas muito apaixonadas um pelo outro".
O noivo
que já conheceu o avô como padre e que sempre tratou com naturalidade a vocação
religiosa dele, mesmo quando havia o estranhamento por parte das pessoas,
quando ele dizia que “meu vô é padre”.
O noivo
desse, em tom de brincadeira, que "Ele é uma das poucas pessoas que
podem falar que já estiveram dos dois lados da mesa".
O
padre-avô considera três pontos fundamentais para o bom relacionamento entre
casais, nestes termos: "Muito amor, bastante amor, um caminhão de amor
pelas pessoas. Segundo: fidelidade. O máximo de fidelidade para não trair aquela
pessoa, para ela não se sentir frustrada pelo compromisso que assumiu. A
terceira é a caridade entre o casal, parceria".
O padre-avô
declarou que, na infância, ele gostava de atividades religiosas, mas, depois do
serviço militar, deixou de cogitar sobre a possibilidade de seguir essa vocação,
quando então, na década de 1950, ele conheceu a ex-esposa, em uma cafeteria.
Ele disse
que se recorda da primeira conversa com a futura esposa, nestes termos: "Na
primeira vez que eu a vi, (disse): 'pois é, dona Lizzete, eu vou lhe
dizer uma coisa com toda a coragem, a senhora vai ser a mãe dos meus filhos'.
Ela ficou escandalizada com aquilo".
O padre-avô
disse que, mesmo casado, lia a Bíblia e cumpria os sacramentos católicos.
À toda
evidência, essa história é realmente de encantar as pessoas e mereceu a minha
atenção, em especial porque é até possível que tenham muitos avôs padres, mas a
realização do casamento do neto pelo próprio avô é algo muito difícil de
acontecer.
Também impressiona
o sentimento vocacional de religiosidade do padre, que pensava em seguir a vida
na igreja, desde jovem, mais viu atravessar no seu caminho o que se chama de
alma gêmea e quando isso acontece a vida religiosa fica mesmo para depois, segundo
a vontade de Deus, que diz sobre a prioridade, que é: crescei e multiplicai e
depois sirva os desígnios do Criador.
Trata-se
de bela lição de vida desse padre, que dedica a sua vida ao amor aos homens e a
Deus, sempre na prática do bem, com inspiração no Evangelho de Jesus Cristo, de
amor ao próximo.
Brasília,
em 25 de maio de 2022
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