quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A imaturidade da diplomacia tupiniquim

A presidente da República decidiu adiar a viagem que faria aos Estados Unidos da América, em represália à falta de atendimento às suas ríspidas exigências de esclarecimentos ao presidente daquele país, acerca dos episódios de espionagem que atingiram inclusive contatos pessoais dela. A mandatária brasileira afirmou, em nota, que "as práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave que seriam incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos. Tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington - e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação - não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada". A presidente se coloca acima do país, uma vez que nada ficou provado que as espionagens causaram algum de prejuízo à soberania nacional, para pousar como inflexível e durona, por ter enfrentado o poderio norte-americano, com a mesma empáfia dos incompetentes governos bolivariano e que tais. A sua intenção sempre foi muito clara em se passar por vítima da espionagem, sem que o governo tenha conhecimento do que realmente foi bisbilhotado. Isso pouco importa para quem precisa mostrar autoridade diante de situação humilhante para o país, que apenas demonstrou incompetência para controlar as comunicações oficiais e evitar que os contatos internos das autoridades sejam espionados. Causa espanto a presidente aparecer, após a rusga entre os presidentes brasileiro e americano, como vitoriosa, apesar de o presidente americano ficar no lero-lero e nada informar sobre as suspeitas de haver entrado na privacidade da cúpula do governo brasileiro. Até nos assuntos relacionados à diplomacia, a presidente discutido em relação aos interesses nacionais. Em se tratando da espionagem em si, o presidente norte-americano sequer perdeu tempo em prestar os esclarecimentos exigidos com a maior petulância e prepotência pela mandatária tupiniquim, como se a questionada invasão de privacidade fosse algo excepcional para os EUA e a descoberta do episódio tivesse algum impacto negativo para eles, que acha, na sua cultura, isso normal. A desistência da presidente de viajar aos EUA reafirma a imaturidade da diplomacia do governo e a sua incapacidade de entender que, no resto do mundo, houve evolução, em termos de tecnologia, enquanto o país se encontra em eterna estagnação, incapaz de acompanhar os avanços do mundo moderno, em termos de comunicações, ficando incapacitado de evitar ou interceptar as ações de espionagem. Ao que tudo indica, o encontro dos presidentes brasileiro e norte-americano não tinha nada de importante, a não ser o estreitamento de relações de amizade, mas a mandatária tupiniquim aproveita o imbróglio, como sói acontecer, para demonstrar autoridade que não tem, a exemplo dos casos de corrupção nos órgãos públicos, como o mais recente do Ministério do Trabalho, com o sumiço de R$ 400 milhões dos cofres públicos, mas o titular da pasta, que não teve competência para supervisioná-la, permanece firme no cargo. No momento em que a nação é envolvida em trapalhadas palacianas, exatamente por falta de habilidade e de incompetência da diplomacia, não poderia faltar a presença do estadista, mas faltou, para tratar das demandas com a qualidade, discrição e competência políticas que se exigem do presidente da República, em virtude de ter-se inserido indevidamente no caso a soberania nacional, quando tudo não passou de precipitada avaliação sobre fatos incertos e imprecisos. A atitude do governo brasileira se mostrou completamente inconsequente, porque os pedidos de esclarecimentos poderiam ter sido feitos de forma velada, na via diplomática, como procedem as nações civilizadas e desenvolvidas, para depois, se for o caso, adotarem-se as medidas convenientes, não espalhafatosamente como foram exigidos, que levaram o presidente americano a descartá-los e ignorá-los. A síntese da ópera bufa, protagonizada pela mandatária tupiniquim, teve como resultado a sua desmoralização, ante o resultado pífio pela falta de esclarecimentos. Porém, é provável que nem tudo esteja perdido para a presidente, porquanto, ante a qualidade maquiavélica dos marqueteiros palacianos, os fatos relativos às espionagens deverão ser mostrados na campanha eleitoral como saldo positivo, tendo como pano de fundo a "bravura" da mulher brasileira, que teve o destemor de enfrentar o poderoso presidente dos EUA. A sociedade, estarrecida, repudia mais uma manobra arquitetada por marqueteiro pago com recursos públicos, para ser utilizada na campanha presidencial, como forma politiqueira de maquiar a verdade dos fatos e encobrir o fraco e desastroso desempenho da administração pública, na última década. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 17 de setembro de 2013

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