Continua repercutindo
intensamente o anúncio do PSB de sair do governo federal e de entregar os
cargos ocupados por seus filiados. A decisão do governador de Pernambuco de se
candidatar à Presidência da República e de se encontrar com o pré-candidato
tucano desagradou uma ala do PT, que passou a hostilizar integrantes do PSB,
com maior destaque para as críticas contra o aludido governador, que é o presidente
da legenda. Essas reprovações motivaram a saída precoce dos socialistas do
governo, que não aceitaram continuar sob fortes atritos de interesses entre os
partidos. Embora a aliança tenha sido
desfeita, há quem defenda que o ex-presidente da República petista se
encarregue de conversar com o presidente do PSB, com vistas a conseguir atrair
de volta os socialistas ou, na pior das hipóteses, manter o governador na
“órbita gravitacional” da base aliada, como forma de preservar a boa e antiga
relação entre as agremiações, tendo em vista possível aliança para o segundo
turno das próximas eleições. Com essa finalidade, o ex-presidente da República
já agendou reunião com o governador para breve, na tentativa de serem evitados
maiores desgastes políticos e retaliações em relação às administrações petistas
e socialistas. O governador de
Pernambuco poderia aproveitar o encontro com o ex-presidente da República para
convidá-lo para integrar a sua chapa, na condição de vice-presidente da
República, porque seria desastroso para ele voltar atrás da decisão sobre o
rompimento com o PT, ante possível demonstração de fragilidade e submissão aos
afagos com os cargos ocupados por seu partido. É aconselhável que o governador,
caso seja eleito, não empregue na Presidência da República a experiência
haurida com a convivência com o governo petista de escrachado fisiologismo,
porque a sociedade abomina as práticas anacrônicas de politicagem, com o
propósito de perpetuar no poder. O governador deve ter a inteligente de evitar
o eterno comodismo de justificar a administração do país – e se vangloriar
disso - apenas com as obras assistencialistas do tipo programa Bolsa Família,
que pode ser mantido, mas com rigoroso recadastramento, permitindo que as
famílias carentes sejam seus exclusivos beneficiários. O povo brasileiro não
aguenta mais gestão sem priorização de grandes obras e investimentos em
realizações de impacto, a exemplo da transposição do Rio São Francisco, mas que
sejam implementadas com responsabilidade, efetividade e aproveitamento ao
máximo dos recursos públicos, diferentemente do que ocorre com as obras dessa
transposição, que foram orçadas por um valor que depois foi inexplicavelmente
triplicado, abandonadas, retomadas e não se tem previsão da sua conclusão. A
transposição em causa e muitas obras do PAC são exemplos da ineficácia de
gestão que deve ser evitada, para benefício do Tesouro Nacional, que não
suporta mais tantos desperdícios de recursos. Ao governador de Pernambuco,
aconselha-se que o sucesso da gestão dos recursos públicos deve garantir para a
sociedade que a gestão presidencial deverá primar pela priorização das
políticas públicas e especialmente pela reformulação estrutural do Estado, com
destaque para a eficiência da gestão do SUS; a melhoria da qualidade do ensino
e dos vencimentos dos professores; o enxugamento dos altíssimos tributos; a
modernização do sistema previdenciário; a efetiva atualização e aperfeiçoamento
do sistema político-eleitoral; a racionalização da máquina pública, com, no
máximo, 20 ministérios; a extinção do fisiologismo, proibindo o loteamento de
órgãos públicos e empresas estatais entre partidos políticos; os adequados
preparação e aparelhamentos das Polícias Militares; a urgente melhoria do
sistema de transportes; a obrigação do sistema meritório nos ministérios e
empresas estatais; o preenchimento de cargo de ministro dos tribunais
superiores somente por mérito e concurso público; e tantas medidas de cunho estritamente
de economicidade, eficiência e moralidade, tão carentes neste país continente,
de enormes riquezas, mas de precária administração. A sociedade anseia por que
o próximo presidente da República seja estadista de vanguarda, que tenha ampla
visão dos problemas nacionais e dignidade de não se envolver nos mesquinhos
interesses da perenidade no poder, sendo obrigado a se submeter aos mais vis
cambalachos para garantir apoio político, em contrariedade aos salutares
princípios éticos, morais e democráticos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de setembro de 2013
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