sábado, 21 de setembro de 2013

À busca da dignidade da administração da país

Continua repercutindo intensamente o anúncio do PSB de sair do governo federal e de entregar os cargos ocupados por seus filiados. A decisão do governador de Pernambuco de se candidatar à Presidência da República e de se encontrar com o pré-candidato tucano desagradou uma ala do PT, que passou a hostilizar integrantes do PSB, com maior destaque para as críticas contra o aludido governador, que é o presidente da legenda. Essas reprovações motivaram a saída precoce dos socialistas do governo, que não aceitaram continuar sob fortes atritos de interesses entre os partidos.  Embora a aliança tenha sido desfeita, há quem defenda que o ex-presidente da República petista se encarregue de conversar com o presidente do PSB, com vistas a conseguir atrair de volta os socialistas ou, na pior das hipóteses, manter o governador na “órbita gravitacional” da base aliada, como forma de preservar a boa e antiga relação entre as agremiações, tendo em vista possível aliança para o segundo turno das próximas eleições. Com essa finalidade, o ex-presidente da República já agendou reunião com o governador para breve, na tentativa de serem evitados maiores desgastes políticos e retaliações em relação às administrações petistas e socialistas. O governador de Pernambuco poderia aproveitar o encontro com o ex-presidente da República para convidá-lo para integrar a sua chapa, na condição de vice-presidente da República, porque seria desastroso para ele voltar atrás da decisão sobre o rompimento com o PT, ante possível demonstração de fragilidade e submissão aos afagos com os cargos ocupados por seu partido. É aconselhável que o governador, caso seja eleito, não empregue na Presidência da República a experiência haurida com a convivência com o governo petista de escrachado fisiologismo, porque a sociedade abomina as práticas anacrônicas de politicagem, com o propósito de perpetuar no poder. O governador deve ter a inteligente de evitar o eterno comodismo de justificar a administração do país – e se vangloriar disso - apenas com as obras assistencialistas do tipo programa Bolsa Família, que pode ser mantido, mas com rigoroso recadastramento, permitindo que as famílias carentes sejam seus exclusivos beneficiários. O povo brasileiro não aguenta mais gestão sem priorização de grandes obras e investimentos em realizações de impacto, a exemplo da transposição do Rio São Francisco, mas que sejam implementadas com responsabilidade, efetividade e aproveitamento ao máximo dos recursos públicos, diferentemente do que ocorre com as obras dessa transposição, que foram orçadas por um valor que depois foi inexplicavelmente triplicado, abandonadas, retomadas e não se tem previsão da sua conclusão. A transposição em causa e muitas obras do PAC são exemplos da ineficácia de gestão que deve ser evitada, para benefício do Tesouro Nacional, que não suporta mais tantos desperdícios de recursos. Ao governador de Pernambuco, aconselha-se que o sucesso da gestão dos recursos públicos deve garantir para a sociedade que a gestão presidencial deverá primar pela priorização das políticas públicas e especialmente pela reformulação estrutural do Estado, com destaque para a eficiência da gestão do SUS; a melhoria da qualidade do ensino e dos vencimentos dos professores; o enxugamento dos altíssimos tributos; a modernização do sistema previdenciário; a efetiva atualização e aperfeiçoamento do sistema político-eleitoral; a racionalização da máquina pública, com, no máximo, 20 ministérios; a extinção do fisiologismo, proibindo o loteamento de órgãos públicos e empresas estatais entre partidos políticos; os adequados preparação e aparelhamentos das Polícias Militares; a urgente melhoria do sistema de transportes; a obrigação do sistema meritório nos ministérios e empresas estatais; o preenchimento de cargo de ministro dos tribunais superiores somente por mérito e concurso público; e tantas medidas de cunho estritamente de economicidade, eficiência e moralidade, tão carentes neste país continente, de enormes riquezas, mas de precária administração. A sociedade anseia por que o próximo presidente da República seja estadista de vanguarda, que tenha ampla visão dos problemas nacionais e dignidade de não se envolver nos mesquinhos interesses da perenidade no poder, sendo obrigado a se submeter aos mais vis cambalachos para garantir apoio político, em contrariedade aos salutares princípios éticos, morais e democráticos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 20 de setembro de 2013

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