Diante da informação
veiculada pelo Fantástico da Rede
Globo de Televisão, de que a presidente da República do Brasil e seus
principais assessores foram alvo de espionagem pelo governo dos Estados Unidos
da América, o Palácio do Planalto convocou reunião de emergência com ministros
da Casa, para tratar da possível repercussão que o fato tenha causado ao
governo brasileiro. No encontro, ficou decidido, segundo o Porta-Voz do governo,
se pedir explicações, por escrito, ao governo norte-americano, por intermédio do
seu embaixador sediado no Brasil, para possibilitar a adoção de medidas a serem
adotadas sobre o episódio. Sem conseguir disfarçar o incômodo, a presidente
demonstrou elevada indignação sobre o ocorrido e não se acalmará enquanto não
forem prestadas justificativas convincentes acerca dos fatos espionados, principalmente
sobre a finalidade precisa da espionagem das comunicações entre membros da alta
cúpula do governo brasileiro. Causa espanto perceber-se que, se não fossem as
denúncias do dissidente americano, agora refugiado na Rússia, a denominada
operação “filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e
Brasil.", jamais seria descoberta pela eterna incompetência do governo
brasileiro, tamanha a fragilidade e a incipiência tecnológica do Brasil, que
não possui programa moderno e avançado capaz de impedir que bisbilhoteiros
penetrem, sem o mínimo de esforços, nas informações e comunicações oficiais e particulares.
O pior é que o governo nada poderá fazer para evitar a reincidência da
espionagem, ante a inexistência de aparelhagem e tecnologia de informática à
altura dos países desenvolvidos. Agora, não há dúvida de que se trata de
atitude antiética dos norte-americanos, mas isso não é novidade que possa
causar tanto espanto para o ingênuo e despreparado governo brasileiro, que nada
fez, em termos de investimentos, para evitar que suas estranhas sejam
vasculhadas, sem que ele perceba. Com isso, parece não assistir razão ao Brasil
para exigir justificativas dos americanos, que não fizeram revelação dos podres
e conchavos do governo brasileiro, mantendo as informações colhidas sob sigilo. O episódio que
conseguiu tirar do sério a presidente da República até parece que os norte-americanos
teriam conseguido se beneficiar ou levar vantagem sobre as informações obtidas
junto às autoridades brasileiras. Diante da indignação demonstrada, temia-se
que a presidente da República inopinadamente fizesse a besteira de declarar
guerra aos americanos, ante a preocupação de que as Forças Armadas tupiniquins dispõem
de tantinho de munições para apenas uma hora de batalha, conforme declarou um
importante general. Não se sabe exatamente o motivo pelo qual a presidente está
tão indignada com a espionagem americana, se a única coisa que ela pode fazer é
apenas dizer que não gostou da brincadeira, porque eles não estão nem aí e
certamente vão continuar normalmente com o seu brinquedinho, espionando quem quiser
e na forma como bem entender. Além do mais, o quê de importante a presidente
teria feito até agora que ninguém conhece nem possa ser revelado? Acredita-se até
que aquele país tenha se decepcionado com o baixíssimo nível da política
praticada nas bandas do hemisfério Sul, onde ainda prevalecem as coalizões
espúrias, destinadas a assegurar apoio interesseiro e antidemocrático à continuidade
do poder. A empáfia das autoridades brasileiras é inversamente proporcional à
precariedade e ao subdesenvolvimento do Brasil quanto ao almejado controle da
espionagem sobre a privacidade das autoridades da República. Na verdade, não se
pode considerar que houve violação ao controle de informações das comunicações
oficiais, uma vez que ele inexiste. Caso essa notícia seja verdadeira, é
provável que o assessoramento do governo norte-americano tenha se lamentado
pela perda de tempo e obtenção de informações de pouca validade para o
aprimoramento da democracia, ante a sua inferior qualidade, considerados os
padrões avançados do país do Tio Sam, por não ter como aproveitar informações políticas
praticadas em país que ainda se encontra engatinhando em termos de democracia,
onde a ideologia programática tem por fundamento atos de corrupção, politicagem
e negociatas, envolvendo loteamento de órgãos públicos e concessões de
benesses, à custa de recursos públicos. A sociedade aspira por que o episódio
de espionagem em comento sirva de lição para que o governo invista em
tecnologia de ponta, como forma de detectar e controle as comunicações públicas
e particulares, uma vez que o atraso tecnológico contribui apenas para
incrementar as lamúrias palacianas. Acorda Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 02 de setembro de 2013
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