sábado, 7 de setembro de 2013

A política como ela é

Como o Partido dos Trabalhadores tem dois parlamentares na alça de mira para ser brevemente submetido ao processo de cassação pela Câmara dos Deputados, em consequência da condenação pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do escândalo do mensalão, o presidente nacional do PT refuta que seu partido teve interesse na salvação do mandato do deputado condenado pelos crimes de peculato e formação de quadrilha, também pela Suprema Corte de Justiça. Ele assegura que seu partido não trabalhou para absolver o aludido parlamentar da cassação, tendo deixado claro que não aceita a acusação, inclusive da mídia, de que o PT teria arquitetado a operação de salvamento, para abrir precedente em futura causa própria. Por fim, ele afirma que “Eu sempre fui a favor do voto aberto e da cassação de Natan Donadon” e “Querem jogar essa história no colo do PT.”. Realmente, quem conhece a maneira “limpa” e “honesta” como esse partido trata a política, jamais concordaria com acusação tão absurda e despropositada, por ela não se coadunar com os princípios democráticos defendidos pelo partido mais “ético” do país, depois que se apoderou do poder. Não passa de atrevimento e afrontosa a tentava de envolver partido sabidamente “imaculado” em artifícios contrários ao decoro e à conduta de dignidade do Parlamento brasileiro. Quem ousa fazer injusta acusação contra o partido que age em “rigorosa” observância aos princípios éticos e morais não pode desejar o aperfeiçoamento da democracia, porquanto o passado histórico desse partido confirma a “correção” na condução das suas atividades políticas. Essas acusações não possam de clara tentativa de indispor o povo contra o partido, como forma de desestruturá-lo politicamente, na proximidade do pleito eleitoral. Essa história de loteamento de ministérios entre os partidos, como instrumento da compra de apoio político, para assegurar a reeleição, não passa de história da Carochinha, porque o PT não depende do toma lá, dá cá para conseguir eleger qualquer poste, haja vista que ele tem consciência de que a pouca sensibilidade do povo brasileiro é capaz de entender e aceitar passivamente que, para comandar o país como o Brasil, repleto de graves precariedades e alarmantes mazelas, que não exige nenhuma providência saneadora nem adoção de medidas urgentes e prioritárias para solucioná-las, não há necessidade de competência do presidente da República nem dos seus assessores. Para tanto, basta assegurar que os programas assistencialistas públicos não serão objeto de alteração, salvo para melhorá-los e ampliá-los, de modo a tranquilizar a população embriagada e agradecida por tanta bondade do governo que decidiu priorizar o programa do Bolsa Família, de forma atabalhoada, irracional e até mesmo assegurando benefício além dos reais necessitados, em completo desprezo aos grandes projetos nacionais, como as indispensáveis obras de infraestrutura e as prementes reformas do Estado, a exemplo da reformulação previdenciária, tributária, administrativa, trabalhista, política, eleitoral, tecnológica, estrutural e tantas outras reformas sem as quais este país continente vai continuar apenas se arrastando com enorme dificuldade nos tortuosos caminhos que o conduzem inapelavelmente aos crônicos atraso e subdesenvolvimento, graças à reincidência das práticas de incompetência, respaldada pela miopia política do partido, a permitir que ele somente enxergue os fatos que lhe são convenientes, em termos da obtenção de rendimentos políticos, em prejuízo da verdade e da realidade que têm sido extremamente contrárias ao interesse nacional. Enquanto o partido que comanda o país continuar tratando os fatos apenas à luz dos seus interesses políticos, a nação também seguirá se distanciando da possibilidade de conquistar crescimento político, democrático e socioeconômico. A sociedade tem a obrigação cívica e patriótica de impedir que o caos implantado nos últimos tempos continue tendo influência na indesejada consolidação do retrocesso do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 06 de setembro de 2013

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