Em inusitado trecho de conversa gravada pelo
ex-presidente da Transpetro, um ex-senador do Maranhão afirmou que o
ex-presidente da República petista considera a escolha da presidente afastada
como seu "mais grave erro".
A reportagem foi transmitida por narração do
repórter, tendo por base a transcrição do suposto diálogo, pelo Jornal Hoje, da TV Globo, que não foi
reproduzido o áudio pertinente.
Segundo a reportagem, a conversa foi gravada na casa
do ex-senador, cujo texto não consta o nome do ex-presidente, porém a transcrição
deixa muito claro, para os investigadores, que a conversa é sobre o petista,
como sendo autor do texto.
No diálogo revelado na Globo, o ex-presidente da
Transpetro diz ao ex-senador que "Agora,
tudo por omissão da dona Dilma", dando a entender que a ilação se
refere às investigações da Operação Lava-Jato, que atingem em cheio o mundo
político e tem o poder de incomodar aqueles que se envolveram nos esquemas de
propina com recursos da Petrobras.
Por sua vez, o ex-senador responde: "Ele chorando. O que eu ia contar era isso.
Ele me disse que o único arrependimento que ele tem é ter eleito a Dilma. Único
erro que ele cometeu. Foi o mais grave de todos.".
Diante dessa notícia bombástica, o instituto que
tem o nome do ex-presidente informou ao Jornal
Hoje que o petista já teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados,
analisados e divulgados, cabendo “aos autores
das frases e gravações comentarem suas declarações privadas divulgadas
ilegalmente.”.
O referido instituto disse à Folha que "o vazamento
ilegal das gravações é mais uma evidência de que, depois de investigar por mais
de dois anos, o Ministério Público Federal não encontrou sequer um fiapo de
prova contra Lula. Porque Lula sempre agiu dentro da lei".
Ou seja, não houve o desmentido nem a concordância por
parte do petista sobre a afirmação do ex-senador, no sentido de que a invenção
da presidente afastada teria sido motivo de arrependimento do ex-presidente,
dando a entender que se trata de indiscutível verdade a aversão em apreço.
Caso
seja verdadeira a afirmação do ex-presidente, fica muito translúcido que a
presidente afastada conseguiu, com a sua completa inabilidade administrativa
para governar, destruir não somente as estruturas econômicas do país e as
esperanças dos brasileiros, mas especialmente os sonhos do petista de
transformar seu projeto de retorno ao Palácio do Planalto, em 2018, em algo
bastante impossível, à vista da gestão desastrada da petista, que tem péssima
avaliação sobre tudo que estava sob a sua administração, não recomendado que
seu partido jamais volte ao poder.
Com
certeza, o ex-presidente não teria cometido um único erro, mas esse de ter
ajudado a eleger o que foi considerado como poste pode ter sido o mais grave e
horroroso de todos, porque ela conseguiu protagonizar os piores momentos da
história republicana, conforme mostram, de forma incontestável, o resultado da
sua gestão, quando todos os indicadores, principalmente econômicos, são
imprestáveis para servir de parâmetro de administração minimamente exitosa.
Ao
dizer que teria cometido grave erro em ter apadrinhado a presidente afastada
pode ser considerado expressivo atenuante quanto à gravidade dos fatos que
contribuíram para a degeneração da administração do país, mas, à luz dos
acontecimentos, não passa de extrema modéstia se afirmar que teria sido o único
erro, à vista da estrondosa destruição do país, que jamais teria chegado a
tanto somente pela indicação de pessoa incapacitada para governar a nação.
A
revelação das conversas em apreço mostra, com todas as letras, que os políticos
tupiniquins são absolutamente incapazes de fazer autocrítica e de concluir que as
crises econômica, ética, moral, política e administrativa que se apoderaram do
país não dizem respeito às suas ganâncias pelo poder e pela sua perpetuidade,
uma vez que os fatos mostram a contundência dos fins espúrios para o
atingimento dos meios e que ninguém se houve com decência, honestidade e
dignidade, à luz desse mar de sujeira, que vem emergindo, nos últimos dias, com
forte mau cheiro.
Dizer
que o ex-presidente teria reconhecido um único erro na sua vida pública já é
fenomenal assombro, para quem jamais teve a humildade de admitir qualquer deslize,
desde quando ele foi considerado verdadeiro "deus" tupiniquim,
tamanha a devoção que os fanatizados atribuíam a ele.
Tudo
isso demonstra que o país precisa ainda avançar muito para que essa equivocada cultura
de endeusamento seja transformada no seio da sociedade, que, diante dos fatos, deveria
tirar importante lição deste lastimável e triste momento de graves crises
ética, política, econômica, administrativa, entre outras que certamente estão
contribuindo para o gigantesco retrocesso das instituições brasileiras, tão
desacreditadas e menosprezadas, justamente pela péssima qualidade da classe
política, que foi absolutamente incapaz de evitar que o país desse às mãos à
mediocridade, à incompetência, à corrupção e a tudo de ruim que se poderia
imaginar, em que pesem as potencialidades econômicas do Brasil e a inteligência
de seu povo.
Infelizmente
a culpa pela degradação político-administrativa pode ser atribuída ao povo, que
vem demonstrando ingenuidade e imaturidade, ao acreditar piamente em governo incompetente,
mentiroso e destruidor dos comezinhos princípios da dignidade e da moralidade,
por ter sido patrono, conforme mostram os fatos, dos famigerados casos de
corrupção do mensalão e do petrolão, todos com participação maiúscula de
lideranças políticas, principalmente do Partido dos Trabalhadores, que ainda
patrocinou, em gigantesco contrassenso, a maior descomunal escalada de
desemprego que o país jamais tinha experimentado na sua história republicana.
Os
brasileiros precisam se conscientizar, com urgência, de que o reconhecimento,
pelos homens públicos, de seus erros faz parte do princípio, em especial, da
dignidade humana e isso não tem sido fácil na atualidade, porque eles,
indistintamente, se dizem os mais honrados do planeta, mas, nos bastidores, as
revelações se confundem com o mar de lama pútrida, com clara evidência de que
eles seriam completamente incapazes para representar seu semelhante. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 31 de maio de 2016