Atualmente, a cidade de Uiraúna, situada no
interior da Paraíba, encontra-se tragada e dominada pela tragédia da dengue,
com todas as suas formas mais agressivas ao organismo humano, principalmente
pela zika e chikungunya, em verdadeira caracterização de epidemia, diante do
quadro abrangente e alarmante de incidência na população, que vem sendo
martirizada e infernizada pela dolorosa doença.
Há
notícia de que representantes de órgãos governamentais envolvidos no combate à dengue
se reuniram com a finalidade de discutir possibilidades de novas ações de
combate às morbidades negligenciáveis, notadamente no que diz respeito aos
vírus da zika e chikungunya, à vista da sua alarmante disseminação em
quantidade desafiadora no país, com absurdo destaque na aludida cidade, diante
da triste e deplorável constatação de que quase todos seus habitantes já tenham
ou estão sendo vítimas dessa inadmissível epidemia.
Na verdade, há apenas manifestação de interesse na
discussão do problema por parte de autoridades envolvidas na questão, embora a
relevância, em termos de doença grave, já passou dos limites de simples análise
dos fatos, porque eles já ultrapassaram, há muito tempo, dessa fase de meras
discussões que não levam absolutamente a coisa nenhuma.
Houve consenso no sentido de que há necessidade da
junção do empenho de todos para a consecução de medidas que levem ao combate à
proliferação do mosquito transmissor da doença, diante da conscientização de que
se trata de tema centralizado na preocupação não apenas local, mas de
abrangência mundial.
Um participante, responsável pelos cuidados da
saúde na região, disse que “Objetivamente
esta infestação será combatida com a união de forças com as autoridades e a
comunidade, médicos, empresários, entidades e sociedade organizada para que
possamos juntos encontrar soluções coletivas para esse problema tão grave e que
atinge a todos”,
Não há evidência alguma da indicação de medida
destinada a realização de algo efetivo, restando, do encontro em causa, tão
somente a expectativa de se encontrar “soluções coletivas”, ou seja, diante de
situação gravíssima, tudo não passou de conversa vazia, em cumprimento da fria agenda,
quando a tormentosa questão exige ação materializada em projetos e medidas
direcionadas para a solução desse problema que causa dor e muito sofrimento.
Embora se trate de grave situação de
saúde pública, que apela, de forma urgente, para a efetiva participação de
todas as autoridades do município, em especial do seu prefeito, que não estava
do evento referenciado, de modo que houvesse clara demonstração de interesse de
todos na adoção de medidas emergenciais e efetivas, ante a ingente preocupação que
exige imediato saneamento da incidência dessa terrível e dramática doença, por
meio do combate às suas causas primárias.
Em se tratando de município comandado
por médico, que conhece como ninguém as causas e as consequências dessa
terrível chaga contra a população, conviria que o seu empenho não ficasse
apenas no apoio às vítimas e às meras iniciativas de combate à dengue, nem
sempre exitosas, mas sim de participação como o principal mentor e interessado
na promoção de medidas que proporcionem efetividade no extermínio dessa praga
da dengue.
Não basta apenas o prefeito dizer que
vem tomando medidas para combater a peste dos vírus da dengue, que jamais serão
exterminadas com medidas meramente paliativas, quando o seu combate efetivo
passa necessariamente pela realização de obras de infraestrutura, com a
efetivação de obras de saneamento básico e de limpeza generalizada dos focos do
mosquito, a começar pelo matadouro, cujos elementos inúteis,
infectocontagiosos, resultantes do abate de animais são jogados pelos esgotos a
céu aberto, e por todas as formas possíveis e capazes de contribuir para o combate
ao criadouro de mosquitos Aedes Aegypti.
Nestas circunstâncias, a grande
responsabilidade do médico e prefeito se torna ainda mais acentuada à medida
que o gigantesco e quase generalizado sofrimento da população passa a ser
atribuído, inevitavelmente, à inércia e à omissão dele, que tem a visão também,
além de administrador público, de sanitarista e de homem da Ciência Médica, que
necessariamente assume a primacial obrigação de proporcionar o bem-estar e a saúde
pública para seu povo, que se encontra sob o castiga pelo desprezo da
cumplicidade do Estado, por tão somente propiciar o tratamento básico e
recomendado para a maléfica doença, quando a visão do homem público atento,
competente e responsável, diante da tragédia social, deve se antecipar aos fatos prejudicais à
população, para sanear e curar as causas, as origens, tormentosas dos malefícios
que a martirizam.
Nada disso está acontecendo, à vista
da cruel realidade dos fatos, que estão causando um dos maiores sofrimentos à
população uiraunense, que não pode contar com a esperança da sua definitiva
cura, do seu saneamento, diante da absoluta certeza de que as providências
essenciais ao extermínio do mosquito jamais serão adotadas, principalmente
porque, se o médico e prefeito não teve condições de implementá-las, por conta
da sua experiência e de seus conhecimentos médico-administrativos, quanto mais
se esperar que elas sejam tomadas por quem seja leigo, em especial no campo da
medicina.
É muito triste que os uiraunenses
estejam padecendo por mal tão violento e perturbador, sobretudo quando há reais
condições, mesmo que sejam a médio e longo prazos, para que os problemas
causados pelo mosquito da dengue sejam solucionados com medidas sérias,
responsáveis e efetivas, bastando que as autoridades públicas os encaminhem aos
órgãos federais competentes, por meio de projetos indispensáveis à realização
de saneamento básico da cidade, com o acompanhamento de justificativas completas
e bem elaboradas, mostrando a real imprescindibilidade da sua realização,
diante da pletora quantidade de casos da doença da dengue, que deve afetar,
proporcionalmente, a maior população do país, constituindo igualmente a maior
calamidade pública jamais vista na região.
A população de Uiraúna conclama o
prefeito e demais autoridades da cidade para se unirem e se engajarem com ela,
independentemente de ideologia partidária, no sentido de que é preciso a
realização de urgente mutirão, tendo o objetivo de lutar para a busca de meios
necessários à implementação de obras e serviços públicos, mais especificamente
com vistas à efetivação de saneamento básico e demais medidas sanitaristas
tendentes ao extermínio da peste do mosquito da dengue, como forma
imprescindível a proporcionar esperança e tranquilidade para essa gente que se
encontra sofrida e martirizada pelas chagas deixadas pelo Aedes Aegypti.
Acorda, Uiraúna!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 20 de maio de 2016
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