sexta-feira, 20 de maio de 2016

SOS contra o Aedes Aegypti


Atualmente, a cidade de Uiraúna, situada no interior da Paraíba, encontra-se tragada e dominada pela tragédia da dengue, com todas as suas formas mais agressivas ao organismo humano, principalmente pela zika e chikungunya, em verdadeira caracterização de epidemia, diante do quadro abrangente e alarmante de incidência na população, que vem sendo martirizada e infernizada pela dolorosa doença.
          Há notícia de que representantes de órgãos governamentais envolvidos no combate à dengue se reuniram com a finalidade de discutir possibilidades de novas ações de combate às morbidades negligenciáveis, notadamente no que diz respeito aos vírus da zika e chikungunya, à vista da sua alarmante disseminação em quantidade desafiadora no país, com absurdo destaque na aludida cidade, diante da triste e deplorável constatação de que quase todos seus habitantes já tenham ou estão sendo vítimas dessa inadmissível epidemia.
Na verdade, há apenas manifestação de interesse na discussão do problema por parte de autoridades envolvidas na questão, embora a relevância, em termos de doença grave, já passou dos limites de simples análise dos fatos, porque eles já ultrapassaram, há muito tempo, dessa fase de meras discussões que não levam absolutamente a coisa nenhuma.
Houve consenso no sentido de que há necessidade da junção do empenho de todos para a consecução de medidas que levem ao combate à proliferação do mosquito transmissor da doença, diante da conscientização de que se trata de tema centralizado na preocupação não apenas local, mas de abrangência mundial.
Um participante, responsável pelos cuidados da saúde na região, disse que “Objetivamente esta infestação será combatida com a união de forças com as autoridades e a comunidade, médicos, empresários, entidades e sociedade organizada para que possamos juntos encontrar soluções coletivas para esse problema tão grave e que atinge a todos”,
Não há evidência alguma da indicação de medida destinada a realização de algo efetivo, restando, do encontro em causa, tão somente a expectativa de se encontrar “soluções coletivas”, ou seja, diante de situação gravíssima, tudo não passou de conversa vazia, em cumprimento da fria agenda, quando a tormentosa questão exige ação materializada em projetos e medidas direcionadas para a solução desse problema que causa dor e muito sofrimento.
Embora se trate de grave situação de saúde pública, que apela, de forma urgente, para a efetiva participação de todas as autoridades do município, em especial do seu prefeito, que não estava do evento referenciado, de modo que houvesse clara demonstração de interesse de todos na adoção de medidas emergenciais e efetivas, ante a ingente preocupação que exige imediato saneamento da incidência dessa terrível e dramática doença, por meio do combate às suas causas primárias.
Em se tratando de município comandado por médico, que conhece como ninguém as causas e as consequências dessa terrível chaga contra a população, conviria que o seu empenho não ficasse apenas no apoio às vítimas e às meras iniciativas de combate à dengue, nem sempre exitosas, mas sim de participação como o principal mentor e interessado na promoção de medidas que proporcionem efetividade no extermínio dessa praga da dengue.
Não basta apenas o prefeito dizer que vem tomando medidas para combater a peste dos vírus da dengue, que jamais serão exterminadas com medidas meramente paliativas, quando o seu combate efetivo passa necessariamente pela realização de obras de infraestrutura, com a efetivação de obras de saneamento básico e de limpeza generalizada dos focos do mosquito, a começar pelo matadouro, cujos elementos inúteis, infectocontagiosos, resultantes do abate de animais são jogados pelos esgotos a céu aberto, e por todas as formas possíveis e capazes de contribuir para o combate ao criadouro de mosquitos Aedes Aegypti.
Nestas circunstâncias, a grande responsabilidade do médico e prefeito se torna ainda mais acentuada à medida que o gigantesco e quase generalizado sofrimento da população passa a ser atribuído, inevitavelmente, à inércia e à omissão dele, que tem a visão também, além de administrador público, de sanitarista e de homem da Ciência Médica, que necessariamente assume a primacial obrigação de proporcionar o bem-estar e a saúde pública para seu povo, que se encontra sob o castiga pelo desprezo da cumplicidade do Estado, por tão somente propiciar o tratamento básico e recomendado para a maléfica doença, quando a visão do homem público atento, competente e responsável, diante da tragédia social,  deve se antecipar aos fatos prejudicais à população, para sanear e curar as causas, as origens, tormentosas dos malefícios que a martirizam.
Nada disso está acontecendo, à vista da cruel realidade dos fatos, que estão causando um dos maiores sofrimentos à população uiraunense, que não pode contar com a esperança da sua definitiva cura, do seu saneamento, diante da absoluta certeza de que as providências essenciais ao extermínio do mosquito jamais serão adotadas, principalmente porque, se o médico e prefeito não teve condições de implementá-las, por conta da sua experiência e de seus conhecimentos médico-administrativos, quanto mais se esperar que elas sejam tomadas por quem seja leigo, em especial no campo da medicina.
É muito triste que os uiraunenses estejam padecendo por mal tão violento e perturbador, sobretudo quando há reais condições, mesmo que sejam a médio e longo prazos, para que os problemas causados pelo mosquito da dengue sejam solucionados com medidas sérias, responsáveis e efetivas, bastando que as autoridades públicas os encaminhem aos órgãos federais competentes, por meio de projetos indispensáveis à realização de saneamento básico da cidade, com o acompanhamento de justificativas completas e bem elaboradas, mostrando a real imprescindibilidade da sua realização, diante da pletora quantidade de casos da doença da dengue, que deve afetar, proporcionalmente, a maior população do país, constituindo igualmente a maior calamidade pública jamais vista na região.
A população de Uiraúna conclama o prefeito e demais autoridades da cidade para se unirem e se engajarem com ela, independentemente de ideologia partidária, no sentido de que é preciso a realização de urgente mutirão, tendo o objetivo de lutar para a busca de meios necessários à implementação de obras e serviços públicos, mais especificamente com vistas à efetivação de saneamento básico e demais medidas sanitaristas tendentes ao extermínio da peste do mosquito da dengue, como forma imprescindível a proporcionar esperança e tranquilidade para essa gente que se encontra sofrida e martirizada pelas chagas deixadas pelo Aedes Aegypti. Acorda, Uiraúna!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de maio de 2016

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