sexta-feira, 27 de maio de 2016

A oposição e o rombo das contas


A presidente da República afastada, que é responsável pelas desastradas políticas econômicas que produziram expressivo rombo de R$ 114,9 bilhões em 2015, simplesmente não teve sensatez nem a menor cerimônia para acusar o atual governo de "superestimar" o déficit nas contas públicas deste ano, mesmo diante de fatos reais e irrefutáveis.
Depois de tomar conhecimento da real situação dos números da moribunda economia brasileira, o novo ministro da Fazenda anunciou proposta da meta fiscal para o corrente ano, com previsão do estrondoso rombo de R$ 170,5 bilhões, tendo dito que "Essa é uma meta realista", ou seja, incontestável, à vista da realidade dos dados já levantados.
Em vez de fazer um mea culpa, como fazem os estadistas dos países sérios e desenvolvidos democraticamente, pela horrorosa e maldita herança fiscal deixada para o novo presidente, a petista não se deu por rogada para preferir atacar a nova equipe econômica e ainda se fazer de vítima, mesmo sendo o trágico resultado legado do seu governo.
A presidente afastada saiu-se com essas pérolas: "Agora, para justificar todas as suas políticas, vão começar a dizer que tem um imenso rombo no governo. Vão superestimar o rombo. A culpa pela situação da economia é da oposição. O Congresso não funciona desde o início do ano. Não houve uma única medida aprovada.".
As aludidas declarações foram apresentadas durante encontro com "blogueiros progressistas" ligados ao petismo, em Belo Horizonte (MG), cujo evento, dominado por falas em defesa da presidente afastada e, obviamente, contra o peemedebista, teria sido patrocinado pela Caixa Econômica Federal, no repasse do valor de R$ 100 mil, mas há notícia de que o pagamento foi suspenso pelo presidente interino da entidade.
Não obstante, a versão da organização do encontro informou que ela não havia sido notificada pela Caixa sobre a medida, tendo alegado ao jornal O Estado de S. Paulo que o patrocínio estaria relacionado à campanha contra o vírus zika, que realmente teve a exibição de um vídeo, por tão somente um minuto, no início do evento, de matéria relacionada com o combate ao Aedes aegypti.
A presidente da República afastada não é somente a mãe do generoso déficit público, como é a principal causadora da desgraça que inferniza o país, que foi mergulhado em gigantesca recessão econômica, com o poder de contribuir para incrementar, em especial, o desemprego, a desindustrialização, a redução da arrecadação, o afugentamento do capital estrangeiro e a inexistência de investimentos no país, que se encontra com suas atividades econômicas completamente à míngua, em crônica paralisia dos projetos e programas governamentais e privados, diante da escassez de recursos e de créditos, com descomunal prejuízo para os brasileiros.
A cristalina falta de humildade para reconhecer seus erros tem sido marca já consolidada dos governos petistas, cujas prepotência e hipocrisia somente permitem que suas falhas sejam atribuídas à oposição, à imprensa, à burguesia, e, agora, à nova equipe econômica e ao Congresso Nacional, sendo que este é acusado pela petista de não ter aprovado, este ano, absolutamente nada, quando seria muito mais razoável que a presidente afastada tivesse usado o bom senso e a sensibilidade para admitir, mesmo que minimamente, seus indisfarçáveis e gravíssimos erros administrativos.
Não há, por mais esforço possível, a mínima condição de se atribuir à nova equipe econômica, como quer a petista, a culpa pelo estrondoso rombo das contas públicas, que é sabidamente, fruto da incapacidade gerencial, em especial, do seu governo, que não teve as mínimas condições de mudar os rumos do gigante barco chamado Brasil, que, à toda evidência, ficou, por longo curso, completamente desnorteado e à deriva, padecendo de crônica acefalia, conforme mostram os números reais do governo, nunca revelados na sua integralidade, justamente para não expor as reinantes mazelas.
Por sua vez, o governo precisa auditar as despesas realizadas pela presidente da República afastada com a sua viagem a Belo Horizonte, para participar de encontro com "blogueiros progressistas", de modo a se aferir se os gastos têm afinidade com a satisfação do interesse público ou se eles estão relacionados com atividades exclusivamente de interesse pessoal da petista, razão pela qual, conforme o caso, ela deve ser responsabilizada por tais despesas, com vistas ao ressarcimento dos valores despendidos indevidamente.
O novo presidente não somente precisa acabar com escandalosos patrocínios suportados com dinheiros públicos, de "blogueiros progressistas" ou não, que nada fazem senão disseminar mentiras para o povo, porque os resultados do governo quase sempre são fantasiosos, por que amoldados aos seus interesses e às suas conveniências, mas também apurar todos os repasses dos recursos públicos não somente para aquele nicho de atividade, para se aferir a sua aplicação estritamente em projetos e programas compatíveis com a satisfação de interesse público, com embargo de quaisquer atividades que não estejam vinculadas às causas que levem ao bem comum e à melhoria das condições de vida da população. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de maio de 2016

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