quarta-feira, 4 de maio de 2016

Situação caótica


Diante das dificuldades energéticas, o governo da Venezuela decidiu racionar o consumo de energia elétrica, tendo determinado o corte do fornecimento por quatro horas diárias, nos dez estados mais populosos e industrializados, sob a alegação de que a decretação da medida avisa amenizar a crise no setor energético e a preservar o abastecimento de El Guri, a principal hidrelétrica do país.
Ignorando a falta de planejamento e o desarranjo econômico provocados pela incompetência do governo chavista, o ministro de Energia alega que é necessário restringir ao máximo o abastecimento de energia, por causa da forte seca e do fenômeno climático El Niño.
Tanto lá como no país tupiniquim, as desculpas esfarrapadas sempre recaem sobre a seca do principal reservatório ou algo que o valha, que obriga a implantação de plano de racionamento por período de até a chegada do período de chuvas, no próximo mês.
O curioso é que aquele país tem a quarta maior reserva de petróleo do mundo, mas, de forma inexplicável, passa por terrível crise no setor elétrico, que ainda é afetado por constantes apagões e racionamentos de água, que agravam fortemente a situação dos sofridos venezuelanos.
Também com vistas à economia de energia, os relógios foram adiantados em meia hora naquele país, a par de o governo também ter declarado que às sextas-feiras passe a ser dia de folga para o setor público, nos próximos dois meses.
Diante da escassez de energia, o presidente venezuelano já havia decretado a ampliação para nove horas diárias do racionamento de energia para grandes consumidores, a exemplo dos hotéis e outras empresas, que devem gerar sua própria eletricidade. A medida de racionamento teve início em fevereiro, por quatro horas, e levou as lojas a encurtarem seu horário de funcionamento.
Embora o governo não veja outra alternativa, especialistas o advertem no sentido de que as medidas em comento afetam diretamente a produtividade do país, que já enfrenta aguda crise econômica, com a mais alta inflação do planeta (180% em 2015), além de escassez de produtos de primeira necessidade, como alimentos e remédios, que simplesmente desapareceram das prateleiras dos supermercados estatais, porque os grandes mercados privados já fecharam suas portas, por imposição do rigoroso controle de preços por parte do governo socialista, que simplesmente arrasou os comezinhos princípio da eficiência da administração pública.
A incompetência da administração venezuelana não tem o menor escrúpulo de culpar a falta de chuva pelo caos no setor energético, quando deveria assumir a sua culpa por não ter investido na ampliação e melhoria das fontes de energia, cuja omissão resultou no caos no atendimento dessa importante demanda social, causando extremo prejuízo para a população e o desenvolvimento do país, diante da paralisação forçada, principalmente, das atividades produtivas.  
É bastante estranho que a Venezuela passe por vigoroso e acelerado processo de deterioração, onde o sistema produtivo se encontra falido, mas o ditador se mantém firme no cargo, em persistente teimosia que tem como consequência a plena destruição do país, com suas políticas demagógicas que levaram a economia à bancarrota e ao retrocesso, com o poder malévolo de transferir para o povo, de forma insensata e irresponsável, o ônus do sofrimento e da humilhação.
A situação caótica da Venezuela é o retrato retocado e consolidado, que foi emoldurado no capricho pelo decadente e destruidor sistema socialista/comunista, que consegue arruinar, por meio de seus métodos ultrapassados e anacrônicos, e ainda com requinte de maldade e perversidade, os princípios da democracia, da administração eficiente e competente e dos direitos humanos, fazendo com que a sociedade seja submetida às piores crises humanitárias, diante das privações não somente de direitos individuais, mas, especialmente dos gêneros e produtos de primeira necessidade, como alimentos, remédios, água, energia e outros componentes essenciais à vida. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de maio de 2016

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