Depois
de admitir seu inevitável afastamento do Palácio do Planalto, a presidente da
República decidiu traçar agenda para o que ela denominou de “defender seu mandato” e impedir que o
vice-presidente “se aproprie” de
projetos e medidas de seu governo.
Com
o apoio do partido e a chancela do ex-presidente, seu antecessor, a petista
estabeleceu estratégia com o objetivo de manter a mobilização da base social do
PT e reproduzir o discurso de que ela é “vítima
de um golpe” e, por via de consequência, eventual governo de seu vice “ilegítimo”.
A
presidente determinou à sua equipe para apressar e aprontar os projetos que ainda
pretende finalizar e anunciar antes de o Senado Federal aprovar a
admissibilidade do processo de seu impeachment, que tem votação prevista para o
próximo dia 11, que implica no seu afastamento do cargo por até 180 dias.
Um
assessor palaciano disse que a presidente quer evitar deixar para o vice projetos
e ações tratados durante seu governo, como, por exemplo, as licitações de mais
quatro aeroportos (Porto Alegre, Fortaleza, Florianópolis e Salvador),
concessões de portos e medidas tributárias, como mudanças no Supersimples.
Outro
assessor disse que a ordem da petista “é
limpar as gavetas” e promover ritual de saída do governo, que tem como premissa
a resolução de tudo o que for possível nestes próximos dias para evitar
críticas da equipe de seu substituto, no sentido de que teria assumido o
governo “desorganizado”.
A
movimentação nas dependências do Palácio do Planalto e os semblantes das
pessoas que nele trabalham aparentam clima cinéreo, demonstrando que realmente
é final de festa e a certeza de que as bonanças se esvaíram completamente,
restando apenas a conclusão de algo melancólico e inadiável.
Enquanto
acontece o desânimo na casa da presidente, os movimentos sociais de esquerda já
avisaram que a saída da presidente e a entrada de seu vice vão suscitar a
concentração de medidas que “não darão
sossego” ao governo, por meio de protestos e paralisações nacionais.
Seguindo
o entendimento da presidente, os petistas acham que a mobilização social será
fundamental, para “resistir até o fim”,
diante da persistência dela, que acredita que pode ser inocentada ao fim do
julgamento pelo Senado e retomar seu mandato.
No
entanto parlamentares do PT e o próprio ex-presidente acreditam que, após o
afastamento da petista do cargo, o quadro vai ficar “muito difícil” e, mesmo que ganhe no julgamento, ela ficará sem
condições de governabilidade.
O
certo é que a cúpula petista e o todo-poderoso já despacharam ordem aos pelegos
para “infernizar”, sem trégua, o governo do peemedebista e não prestar colaboração
“de maneira nenhuma”, para que as
dificuldades possam reverter em possível retorno da petista.
Com
absoluta certeza, o PT, reconhecendo sua fragorosa derrota no Parlamento, vai
mostrar seu verdadeiro espírito de oposição, que a atual não passa de amadora
de décima categoria, ou seja, ele vai simplesmente infernizar, por todos os
flancos, a administração do peemedebista, não dando o mínimo de sossego um só
instante.
É
preciso que o novo governo seja inteligente, preparado e competente o
suficiente para se contrapor, com energia, efetividade e precisão à altura dos
acontecimentos, mostrando capacidade para enfrentar com autoridade as fortes e
traiçoeiras investidas terroristas dos petistas, que certamente não vão dar trégua
ao governo, que será facilmente tragado pela intolerância se demonstrar
fraqueza, transigência e incapacidade de reação, com as forças de suplantação
do adversário.
É
importante que o novo governo tenha perspicácia suficiente para demonstrar,
logo nas primeiras investidas terroristas dos adversários, muita autoridade e
não aceite, sob qualquer pretexto, transigir com a baderna, a desordem e o
terrorismo fascista, sob pena de ser suplantado e derrotado pelas forças que
conseguiram levar o país à bancarrota e à destruição. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 03 de maio de 2016
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