quarta-feira, 18 de maio de 2016

Pernicioso fanatismo ideológico


O diretor do filme Aquarius e a atriz que se destacou em Dona Flor e seus dos Maridos encabeçaram protesto, no tapete vermelho do Festival de Cannes (França), contra o que eles denominaram de “golpe” de Estado sublimado no processo de impeachment contra a presidente da República afastada, possibilitando a assunção do poder por seu vice-presidente, de forma interina.
A manifestação foi realizada por ocasião da estreia do longa no evento, tendo contado com a participação dos figurantes do filme, que seguravam cartazes com frases em diversos idiomas, como “O Brasil está passando por um ‘golpe’ de Estado”, “Um ‘golpe’ aconteceu no Brasil” e “54.501.118 votos foram queimados”. A citada atriz não segurava cartaz, mas esteve presente ao evento, ao lado da equipe em apoio à causa.
É evidente que o protesto em tela se dá porque o novo governo transformou o Ministério da Cultura em Secretaria, que passa a ter vinculação ao Ministério da Educação, porém com a incumbência de executar as mesmas políticas de governo para a área da cultura.
É indiscutível e isso fica muito claro que, para as pessoas como aquelas,  o interesse particular prevalece sobre as causas coletivas, pouco importando se a racionalização administrativa pretendida resultará em diminuição dos gastos públicos ou até mesmo sobre a possibilidade de melhoria das ações inerentes à cultura.
Também não deve haver para elas a menor preocupação quanto à situação do desemprego no país, ao fechamento de empresas, à piora da qualidade de vida dos brasileiros, aos aumentos da inflação e dos juros, e, enfim, às precariedades da gestão pública, porque importa mesmo é a manutenção do status quo, em que elas possam facilmente se beneficiar das oportunidades propiciadas com recursos públicos, em termos de concessão de incentivos financeiros, quando seus projetos culturais devem ser custeados com recursos próprios.
À toda evidência, as mencionadas pessoas devem ignorar que golpe mesmo, na acepção da palavra, foi dado pelo governo petista, que protagonizou o maior calote eleitoral, com robustas e absurdas mentiras, afirmando que o país se encontrava às mil maravilhas, quando ele já se encontrava destruído e quebrado, depois das abusivas gastanças na última campanha eleitoral, além de ter a paternidade do mensalão e do petróleo, que constituem os maiores escândalos da história republicana, com a materialização de desvio de dinheiro público.
Esses artistas que apoiam governantes comprovadamente prejudiciais ao interesse da população, à vista dos desastrados resultados da economia, também prestam enorme desserviço ao país, notadamente porque as expressões de seus cartazes não condizem, em absoluto, com a realidade dos fatos, não merecendo senão o repúdio dos brasileiros de verdade, que não podem concordar com farsa estruturada na vã tentativa de destituir processo do impeachment revestido de plena legitimidade, como tal respaldado pelo ordenamento jurídico do país e Supremo Tribuna Federal
Brasileiros de verdade têm a sensibilidade de não se exporem ao ridículo de ficar defendendo governo que foi capaz de destruir emprego, produção e investimentos, em nome da continuidade do poder, sobretudo em cruel detrimento dos interesses da população, conforme atestam as pesquisas de opinião, dando conta da enorme insatisfação da população.
É preciso se apurar se o filme "Aquarius" foi financiado pelo suor dos brasileiros, por meio de incentivo da Lei Rouanet, a justificar, por parte dos beneficiários, a forma da perda da mamata dos recursos concedidos pelo então Ministério da Cultura, que teve a sua principal serventia beneficiar cineastas, artistas, escritores, cantores, produtores culturais etc., com recursos públicos que poderiam ter sido aplicados exclusiva e efetivamente em fins culturais para beneficiar o povo.
Esse bando de antibrasileiros precisa se conscientizar de que os 54,5 milhões de votos não têm o condão de respaldar as bandalheiras e as destruições protagonizadas pela gestão da petista, que tardiamente foi enxotada do Palácio do Planalto justamente pela prática de crime de responsabilidade, por ter atropelado grosseiramente regras comezinhas de administração orçamentária e financeira, que não tem, para tanto, o apoio dos citados votos, à vista dos resultados de pesquisas de opinião pública, mostrando que a maioria absoluta dos brasileiros é contrária à gestão da petista.
Diante disso, conclui-se que a presidente afastada não contaria, na atualidade, com os mesmos votos da última campanha eleitoral, justamente porque o conjunto da sua obra não mereceria senão o seu imediato afastamento da Presidência, como terminou acontecendo, em processo absolutamente respaldado pela legitimidade atestada pelo Supremo Tribunal Federal, à luz de suas reiteradas decisões negando petições impetradas pelo então governo e mostrando para o mundo que não existe golpe, porque as instituições republicanas estão funcionando absolutamente na normalidade constitucional e legal.
Aqueles ditos brasileiros deveriam saber que a continuidade do governo petista somente contribuiria para a intensificação da desgraceira que já causou imensuráveis prejuízos para os brasileiros que moram no Brasil, conquanto os ”brasileiros” de Cannes moram nos EUA ou na Europa, estando a distância do sofrimento imposto pelo governo afastado.
Eles desconhece que a presidente afastada conseguiu quebrar o Brasil com suas desastradas políticas que empurraram o país para o terrível abismo do desemprego, da recessão, da desindustrialização, dos juros altos, da inflação maluca, da falta de arrecadação, dos péssimos serviços públicos, da inexistência de investimentos em obras, enfim, para todas as precariedades impostas à vida dos brasileiros residentes no país, as quais jamais serão sentidas pelos “brasileiros” residentes em países sérios e civilizados, onde também não se concedem incentivos para produções culturais em nome de pseudas culturas.
Os brasileiros precisam se conscientizar sobre a necessidade de repudiar, com veemência, as manifestações tresloucadas por quem, apenas por efeito do pernicioso fanatismo ideológico, tenta demonstrar desconhecimento, por conveniência, sobre os verdadeiros fatos motivadores do processo de impeachment da presidente da República afastada, que cometeu sim crime de responsabilidade, por ter ignorado as normas de administração orçamentária e financeira, conforme demonstra o rombo nas contas públicas. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de maio de 2016

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