A
presidente da República afastada fez discreto elogio pessoal ao atual ministro
da Fazenda, embora tivesse aproveitado o ensejo para criticar a política
econômica do governo em exercício.
Em
entrevista à Rádio Capital, de São Paulo, a petista reivindicou para si
a baixa da inflação e ainda disse que acredita na derrota do processo de
impeachment, em curso no Senado Federal.
A
presidente afastada disse que o ministro da Fazenda “é uma pessoa competente na área dele. Eu não considero que Henrique Meirelles representa este governo como um
todo”, em justificativa por não o ter indicado para o seu Ministério da
Fazenda, em que pesem insistentes sugestões nesse sentido por parte do
ex-presidente da República petista.
Ela
também aproveitou para criticar as propostas de redução de gastos com saúde e
educação e disse que o governo interino está tratando a meta fiscal de 2016,
que prevê déficit de até R$ 170,5 bilhões, como um “cheque em branco. Se sabe que
o déficit não era deste tamanho”.
A
presidente afastada disse ainda que o abrandamento da inflação vem ocorrendo
graças às medidas adotadas no governo dela, ao assegurar que “As condições para a inflação cair foram
sendo construídas durante meu governo”. Ela disse que o arrefecimento dos
preços abre a possibilidade de queda dos juros.
Na
entrevista, a petista repisou parte do script
de conversas anteriores, tendo falado em crise internacional, condenando a tese
do processo do impeachment dela como “golpe”, a par de tecer as críticas de
sempre ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, responsável pela abertura do referido
processo.
A
petista, ao declarar que “Eu tenho
divergências com Cunha desde quando ele assumiu a liderança do PMDB no meu
primeiro mandato, ...”, assume que o processo de impeachment contra ela representa
“vingança pessoal” do deputado
fluminense e que a saída dele da presidência da Câmara vai diminuir o poder do
grupo de aliados do parlamentar, que teriam pauta conservadora própria.
A
presidente afastada disse que ainda acredita na reversão do placar do
impeachment no Senado e que vai voltar à Presidência, no final de agosto, tendo
prometido: “Quando voltar, vou ter de
enxugar muita coisa. Tem muita coisa errada sendo feita”, principalmente em
referência às propostas de cortes de recursos para a educação e a saúde, porque
“Tenho uma obrigação e missão, porque o
Brasil passou por uma ruptura democrática e sou responsável por colar isto de
volta”.
O
pouquíssimo tempo da interinidade do peemedebista na Presidência da República
já é mais que suficiente para tranquilizar o mercado e os investidores, à vista
das boas perspectivas na valorização da Bolsa de Valores, denotando que a
capital estrangeiro está voltando, justamente devido à confiança no governo,
que tem se esforçado para corrigir os graves erros deixados pela gestão petista.
Diante
de tantos desastres e maldades da gestão da petista, a sua confiança em voltar
ao Palácio do Planalto pode provocar sérios transtornos à tranquilidade que vem
sendo conquistada, aos poucos e de forma segura, por meio de medidas que
inspiram a interrupção das políticas desastradas na gestão dos recursos
públicos, em especial no controle das contas públicas e na priorização das
ações governamentais, que havia sido ignorados, em desprezo aos princípios da racionalidade
e da responsabilidade, porquanto os gastos foram além das receitas, em evidente
desrespeito às normas de administração orçamentária e financeira.
Não
à toa que a presidente afastada está sendo processada no Senado por crime de
responsabilidade, que é forma abusiva de gastos públicos, denominada pejorativamente
de “pedaladas fiscais”, por representar subterfúgio para maquiar o registro
contábil dos gastos públicos, o que significa que as contas não representavam a
realidade quanto à possível déficit.
À
vista das precariedades e dos danos causados aos brasileiros, no curso da
gestão da presidente da República afastada, certamente que os brasileiros anseiam
por que o bom senso e a racionalidade hão de prevalecer no julgamento do processo
do impeachment, no sentido de que, para o bem da nação e do povo, os senadores
vão decidir pelo definitivo afastamento de quem é responsável pela ruína que
atingiu as entranhas da economia, cujos destroços de suas consequências são representados
pela administração incompetente, omissa, impopular, insatisfatória e
ineficiente, causadora de imensuráveis prejuízos aos interesses nacionais, à
vista, entre outras estigmas, das deficientes e deletérias políticas
econômicas. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 26 de julho de 2016
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