terça-feira, 12 de julho de 2016

Não vai faltar segurança...


O Ministro da Defesa garantiu que não vão faltar dispositivos de defesa e de segurança para garantir a tranquilidade nos jogos olímpicos, que deverão ser cuidados com a força militar de 21 mil homens das Forças Armadas e a participarão do esquema de segurança na cidade.
Ele disse que "Não vai faltar segurança na Olimpíada do Rio. De forma alguma, de maneira alguma", tendo detalhado que, durante o evento, a utilização das Forças Armadas ficará sob o Comando Militar do Leste, no Centro do Rio.
O ministro disse que "Quando falamos em 21 mil, estamos falando de Rio de Janeiro. Originalmente, a nossa previsão era de que teríamos 18 mil homens trabalhando diretamente na Olimpíada aqui do Rio de Janeiro. Entretanto, houve uma solicitação do senhor governador Dornelles para que fossem        disponibilizados mais efetivos e, então, nós colocamos mais três mil homens. Vamos atender a todos os requisitos que o Comitê Olímpico Internacional nos delegou realizar".
Já o ministro da Justiça disse que o ponto positivo da segurança durante a Olimpíada será a integração das Forças Armadas com a Polícia Federal e os polícias do estado.
Ele assegurou que haverá "Uma maneira de integração jamais vista. Uma maneira de integração de trabalho que avançou muito desde a Copa do Mundo. Uma integração de planejamento, de execução, para que nós possamos garantir total segurança, total tranquilidade nos jogos olímpicos. Seja para os cariocas, seja para os brasileiros e estrangeiros que vêm ao Rio de Janeiro assistir à Olimpíada".
          A segurança da Olimpíada ainda será apoiada e estruturada com a integração de 12 navios, 1.169 viaturas, 70 veículos blindados, 28 helicópteros, 48 embarcações de diferentes tipos e 174 motos, além de armas e munições e equipamentos logísticos.
Os homens das Forças Armadas foram distribuídos de forma estratégica para a sua atuação em setores específicos, segundo as áreas de especialização de cada força, ficando o patrulhamento sob a sua competência.
O controle aéreo ficará sob a incumbência da Força Aérea Brasileira, que não permitirá a entrada de aeronave estranha nas áreas dos jogos, sob pena da sua destruição em caso de insistir na permanência na área proibida.
O Ministro da Justiça disse que o policiamento nos pontos turísticos da cidade ficará sob a incumbência da Polícia Militar do estado: "Isso é segurança pública. Caso haja necessidade de acionar a Polícia Federal, já há um protocolo integrado previsto. Temos forças de contingência caso seja necessário".
Um general explicou que "Tudo que existe de capacidade de contraterror na Marinha do Brasil, no Exército Brasileiro e na Força Aérea Brasileira foi agrupado neste comando conjunto para que nós colocássemos essas capacidades à disposição durante os jogos olímpicos".
As explanações deixam claro que o planejamento inclui técnicas contrainteligência e antiterrorista, que foram treinadas e aperfeiçoadas para o grande evento, para a qual são empregados homens e forças contraterror.
No total, são 21 instituições incumbidas da organização da segurança do evento, com custos estimados em R$ 1,5 bilhão, sendo que vão participar 85 mil agentes da segurança dos jogos, cujas delegações poderão ser monitoradas e tempo real.
A segurança será tão completa que 47 mil homens estarão no evento, na área de segurança pública, responsável pela segurança de autoridades, segurança viária e de tráfego, policiamento ostensivo nas ruas, defesa civil, segurança das instalações, polícias judiciária e marítima, repressão a crimes cibernéticos, vistorias e contramedidas de explosivos, cooperação policial internacional, serviços de inteligência e enfrentamento ao terrorismo.
Trata-se do maior e mais completo sistema de segurança proporcionado para evento dessa magnitude, sendo que foi disponibilizada quantidade expressiva de recursos para manter a superestrutura preparada para a Olimpíada, enquanto os brasileiros vão continuar sem qualquer segurança e ainda desprovidos dos serviços públicos de incumbência do Estado, que continuarão sendo prestados de forma precária - quando prestados -, à vista da escassez de recursos que certamente vão ficar cada vez mais rarefeitos ou até mesmo inexistentes.
O ministro da defesa garante que "Não vai faltar segurança na Olimpíada", mas, e depois desse evento, quem vai garantir a segurança da população, quando houver a desmobilização das tropas e não restar mais nada de toda dinheirama aplicada somente para evento dispensável, dispendioso e inútil, quando não restar nada para ser usufruído pelos brasileiros?
O certo é que o povo vai ficar a ver navio, padecendo com as precariedades de sempre, pela eterna falta ou deficiência dos serviços públicos prestados pelo estado, que arrecada bastante e com eficiência, mas não aplica os recursos de forma prioritária e efetiva.
Toda essa mobilização somente demonstra o alto nível de irresponsabilidade e incompetência das autoridades incumbidas de propiciar segurança pública para a população do Rio de Janeiro e do resto do país, que têm consciência de que o estado está dominado pelas quadrilhas de bandidos e criminosos, muitas das quais bem armadas, que aterrorizam com tranquilidade a população daquele estado, mas os cuidados de segurança somente têm validade para a duração da Olimpíada, e depois, quem é que vai proteger a população?
Se antes da Olimpíada, a insegurança era a marca do descaso e da incompetência do governo do Rio de Janeiro, não há a menor dúvida de que a falência do estado será decretada sem demora, porque o primeiro passo já foi dado com a decretação do estado de emergência, prenunciando a situação periclitante ali reinante.
Os brasileiros precisam se conscientizar sobre a urgente necessidade de mudança de governantes, nas esferas da federação, sempre que eles demonstrarem incapacidade para administrar recursos públicos, porque isso reflete de forma prejudicial à governança, como tem sido os casos patenteados na Presidência da República e nos estados, que estão sem recursos, com dívidas, falidos, em estado de penúria e emergência, sem as mínimas condições de prestar dignos serviços públicos à população, que padece com a precariedade, o sucateamento e até mesmo a inexistência da saúde, da educação, da segurança pública, da infraestrutura, do saneamento básico e demais assistências que incumbem ao Estado, na forma constitucional. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de julho de 2016

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