Conforme matéria publicada
na imprensa, o Ministério da Defesa estuda a possibilidade de aumentar a
quantidade de militares das Forças Armadas no Rio de Janeiro, enquanto se
realiza a Olimpíada, naquele estado.
O
compromisso já firmado entre as autoridades havia estabelecido a participação de
38 mil militares, para a prestação de segurança pública durante os jogos
olímpicos, sendo que 20 mil homens trabalham nos quartéis do Rio de Janeiro, mas
o governo do Estado considerou necessário mais apoio de militares.
As
Forças Armadas estão estudando o pedido em apreço, cuja decisão diz respeito à
competência constitucional do presidente da República, tendo por base as avaliações
estratégicas sobre as condições de trabalho da tropa, principalmente quanto à
forma, se total ou parcial com relação ao efetivo solicitado, e ainda sobre a
responsabilidade dos custos decorrentes.
O
Ministério da Justiça disse que não vai divulgar quantos homens das Forças
Armadas estarão disponíveis para atuarem durante a Olimpíada, tendo apenas
informado que a Força Nacional tem quantidade suficiente para cumprir as
atribuições estabelecidas de segurança pública.
Por
seu turno, o ministro dos Transportes defendeu o reforço na segurança dos
aeroportos e lembrou do atentado terrorista na Turquia, ao afirmar que “Quando acontece o que aconteceu em Istambul
e em Bruxelas, que foram atentados realizados em áreas públicas dos aeroportos,
isso é claro que acende uma luz amarela para o governo e para as pessoas que
vão frequentar as olimpíadas. Vamos pedir que haja maior fiscalização nas áreas
públicas dos aeroportos. Isso será feito junto ao Ministério da Justiça”.
À
vista do alto índice de criminalidade, com a matança de inocentes e a
banalização de roubos, assaltos etc., que transformaram a Cidade Maravilhosa em
um lugar impróprio para a convivência do ser humano, fica a clara demonstração
da incompetência administrativa e da irresponsabilidade por tal estado de
precariedade na segurança pública, ante a omissão quanto às priorizações das políticas
públicas, principalmente com investimentos maciços na segurança pública, com o
objetivo exclusivo de eliminação da
bandidagem que se especializou em grupos e quadrilhas, com capacidade para
superar as forças policiais.
Trata-se
da evidência da falta de incompetência das autoridades incumbidas das políticas
de segurança pública, ao pedirem socorro emergencial para o atendimento de
remédio para tratar de chaga social que sangra há muito tempo, ficando a
certeza de que essa desgraça da criminalidade há de perdurar depois da
Olimpíada, quando todos os esquemas de ultrassegurança serão desarticulados,
deixando a sociedade à mercê da criminalidade, justamente por falta de recursos
materiais e financeiros que foram carreados de forma injustificada na
organização do evento, que ultrapassam
dos 40 bilhões de reais.
Se
o Brasil fosse um país sério e se seus governantes tivessem um mínimo de
responsabilidade pública, jamais teriam assumido a incumbência da realização de
grandes eventos mundiais como a Copa do Mundo de Futebol e a Olimpíada, por
serem empreendimentos megalomaníacos que sorveram recursos de imensurável
quantidade, que teriam real e justificável aplicação em obras públicas
necessárias ao atendimento das carências da população, que não participa de
evento algum e vai continuar passando pelas terríveis agruras diante da
precária prestação de serviços públicos, que poderia, ao menos, ter sido
minimizada se a montanha de recursos públicos tivesse sido carreada para obras
em benefício dos brasileiros carentes e desassistidos.
Convém
que os governantes se conscientizem, com urgência, de que é preciso repensar
suas retrógradas e deletérias políticas dissonantes da realidade brasileira,
quando as carências gritantes imploram por prioridades que jamais são
atendidas, principalmente porque sempre existem empreendimentos atendidos para
o gáudio de homens públicos despreparados, incompetentes, populistas,
prepotentes, egoístas e ávidos pelo reconhecimento de algo pessoal que se traduz
absolutamente em tudo muito bem distante da realização da finalidade pública,
em prejuízo do verdadeiro sentimento de interesse público, que é a
materialização do bem comum, cujos eventos da Copa do Mundo de Futebol e da Olimpíada
são exemplos cristalinos dessa triste realidade de desperdício.
Os
brasileiros precisam avaliar, com o maior cuidado, o resultado da gestão dos
homens públicos, com vistas ao seu aproveitamento em prol do interesse público,
quanto à efetividade das realizações em benefício da população, como forma de
se concluir sobre a sua contribuição para o desenvolvimento socioeconômico,
levando-se em conta os gastos supérfluos e os desperdícios de recursos públicos
em eventos que não atendem diretamente ao interesse público, notadamente as
carências sociais. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 04 de julho de 2016
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