Embora
com discreta festa, foi recepcionado pelo Comando da Aeronáutica o Boeing
767-300ER, alugado nos EUA, para recuperar a capacidade da Força Aérea em
transporte logístico, ajuda humanitária e de atuação em missões diplomáticas.
O
grande jato tem alcance intercontinental, podendo cobrir a rota Brasília-Tóquio
com única escala e recebe até 257 passageiros, já tendo seu emprego pela FAB
durante a Olimpíada.
O
valor do contrato de três anos, com renovação automática por mais um ano, é,
pasmem, de US$ 19,7 milhões, a ser pago em quatro parcelas. A seleção do
fornecedor, a Colt Transporte Aéreo S/A, foi feita por meio de licitação, cujo negócio
cobre áreas de suporte técnico e o seguro da aeronave.
O
novo jato de longo alcance é o substituto do Sucatão, o Boeing KC-137, versão
militar do clássico modelo707 civil. Na configuração da FAB, foi usado por 27
anos para reabastecimento em voo e também como avião presidencial até a
administração do ex-presidente petista. Em 2005, o governo decidiu comprar o
Airbus A319.
O
Boeing 767-300ER pode levar até 38 toneladas de carga e tem 100 assentos a mais
que o 707. Será possível realizar missões de resgate de brasileiros, em casos
de emergência.
Nem
precisa ser especialista sobre aeronave para se perceber o exagero na escolha
de aeronave com característica pouco usual, dando a impressão do desperdício de
recursos, uma vez que a aeronave em apreço será pouco utilizada, por não se
enquadrar nas missões normais do dia a dia, porquanto o seu uso será feito em
casos excepcionais e não parece justificável que locação tão dispendiosa fique
à mercê de situações esporádicas ou excepcionais, evidenciando o empirismo do
planejamento público, salvo melhor juízo.
A
alocação de aeronave caríssima contradiz a realidade brasileira, onde pacientes
morrem por falta de transporte populares, para o seu socorro e ainda vem o
governo com essa de alocar avião, por preço exorbitante, para satisfazer as
desenfreadas benesses palacianas ou os interesses estranhos às necessidades da
população, como se o país estivesse às mil maravilhas, nadando em superávit
orçamentário, sem qualquer carência de assistência social.
Pobre
país que despreza as prioridades na gestão dos recursos públicos, por gastar
sem a menor preocupação com as prioridades da população.
Urge
que o governo justifique a real necessidade da alocação de aeronave, por preço
tão significativo, quando têm tantas prioridades a serem atendidas bem antes da
contratação em apreço.
Convém
que o governo, isto sim, incentive a prata da casa, promovendo maciços
investimentos na indústria aeronáutica genuinamente brasileira, de modo a se
possibilitar que o país possa produzir suas próprias aeronaves, nas condições
adequadas às suas operações de transportes, com vistas ao atendimento das reais
necessidades nacionais, cujas medidas ainda têm o condão de contribuir para o incremento
do emprego para os brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 28 de julho de 2016
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