Artigo publicado no jornal The New York Times destaca as particularidades da política do Brasil,
com a reportagem afirmando que “a
democracia pode causar perplexidade e confusão, mas no mundo há pouco que se
iguala ao Congresso brasileiro”.
O jornal diz que “Um dos espetáculos há mais tempo em exibição no Brasil conta com um
número desconcertante de personagens cuja teatralidade aparece em milhões de
televisores quase toda noite”, tendo como destaque os 594 “atores” da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal e reafirma que “O elenco
até mesmo inclui um palhaço cujo nome significa ‘Zangado’”.
A publicação em tela ressalta o fato de que boa
parte dos parlamentares enfrenta denúncias de corrupção, ao tempo em que eles
conduzem o processo de impeachment da presidente da República afastada, que
responde por crime de responsabilidade, à vista da infringência de normas de
administração orçamentária e financeira.
O texto também comenta, a título curiosidade e, de
certa forma, de contradição, o fato de o Partido da Mulher Brasileiro, que tem
no quadro apenas dois deputados eleitos, sendo ambos homens.
A propósito, um professor de estudos brasileiros na
Universidade de Oxford disse que “A
reputação da classe política no Brasil não tem como piorar”. O pesquisador
discorda das comparações feitas entre a política brasileira e a série de ficção
House of Cards, ao afirmar que “House of
Cards é, na verdade, muito mais crível”, possivelmente pondo em dúvida a
seriedade do Parlamento brasileiro.
O
mais estranho de tudo isso é se verificar que a instituição pública comparável
a um circo é montada e mantida pela própria população, que elege os integrantes
desse grande palco de palhaços, no dizer do The
New York Times, que, em publicação generalizada, ridicularizou a composição
do Congresso Nacional brasileiro.
É
muito importante que os eleitores reconheçam o quanto é imperiosa a necessidade
de ser mudada essa triste concepção, real ou não, sobre a atuação do Parlamento
tupiniquim, que precisa passar por urgente oxigenação, com efeito na
mentalidade dos homens públicos e também na responsabilidade cívica dos
brasileiros, com vistas à sua conscientização sobre as reais finalidade e
relevância de bem representar os anseios da sociedade, na sua plenitude, que
tem tudo a ver com a obrigação de bem cumprir a nobre missão de satisfazer
exclusivamente o interesse público, com competência e efetividade.
Os
fatos mostram, com muita clareza, que o Congresso Nacional brasileiro precisa passar,
o mais rapidamente possível, pelo indispensável processo da reciclagem de
qualidade e eficiência, em harmonia com a evolução da humanidade e dos
conhecimentos científico e tecnológico, sob a ótica dos princípios da modernidade
e do aperfeiçoamento, em especial no que diz respeito aos métodos dos trabalhos
legislativos, tendo como escopo primordial o cumprimento de suas atribuições
constitucionais e legais.
Convém que esse aperfeiçoamento legislativo se
opere em defesa de seus representados, que devem merecer o devido respeito, à
vista da grandeza da sua representatividade perante a nação, de modo que o
fruto do seu trabalho seja exitoso e produtivo e sirva de lição para que a
opinião pública e em especial a imprensa internacional e nacional se manifestem
opinando sobre matéria tão somente com exaltação e engrandecimento quanto aos
seus resultados benéficos à população, em contraposição ao que, em grande
parte, tem sido refletido na atualidade, que nada mais é a indiscutível pobreza
da realidade nacional, mostrando se tratar de país que não pode continuar
patinando no anacronismo que nunca se renova. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 16 de julho de 2016
http://m.oantagonista.com
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