sexta-feira, 1 de julho de 2016

Inúteis megaeventos


A exemplo da enxurrada de críticas que foram feitas à realização da Copa do Mundo de Futebol, agora é a vez da Olimpíada dá goleada de contestações da sociedade sobre os absurdos gastos com os preparativos, que já ascendem à cifra de R$ 39 bilhões, em obras que têm restritas benfeitorias para a população.
Os fatos se repetem com a confirmação de obras superfaturadas, a correria para a realização de projetos em execução e o bate-cabeças de sempre, no afã de concluir tudo antes da abertura dos jogos.
Também não chega a ser novidade que o governo federal tem tido a oportunidade de dá seu show à parte, na presteza quanto à liberação de recursos para o empreendimento, que se mostra mais do que solícito, como agora, quando acaba de repassar ao governo do Rio de Janeiro a quantia de R$ 2,9 bilhões, para a segurança e organização do evento.
O aludido socorro financeiro àquele estado é feito em atendimento às queixas dele de que seu caixa se encontra vazio e totalmente impossibilitado de assumir qualquer gasto, à vista da decretação de estado de emergência, em demonstração de completa falência.
Por ocasião da Copa do Mundo de Futebol, o governo petista se orgulhava de ter reformado ou construído belíssimos estádios, para mostrar ao mundo a sua competência na realização de megaeventos esportivos, mas o resultado de todo esforço foi para o espaço, diante da enorme dívida para com a população, porque as obras verdadeiramente importantes deixaram de realizadas, em que pese a estapafúrdia gastança com o empreendimento que contabilizou somente fracasso e decepção para os propósitos do governo, até mesmo com as pífias e melancólicas atuações da Seleção Canarinha, que se despediu da copa sob ruidosas e humilhantes derrotas.
Enquanto isso, a equipe da presidente afastada poderia ter aproveitado não somente as excelentes experiência e capacidade hauridas na execução de reforma e construção de estádios e a realização de megalomaníacos eventos inúteis, dispendiosos e inaproveitáveis pela população, por deixarem de atender ao interesse pública, além da montanha de recursos gastos neles para a construção de obras realmente compatíveis com a realidade brasileira, como hospitais, escolas, creches, estradas, portos e tantas outras obras prioritárias e essenciais à assistência e ao desenvolvimento sociais.
Como se sabe, muitos estádios estão servindo agora para absolutamente nada, apenas representando verdadeiros elefantes brancos, mas consumindo recursos públicos para a sua onerosa manutenção, como é o caso do estádio de Brasília, que é apenas utilizado esporadicamente por times de fora, ficando sempre inutilizado.
Afora isso, ainda tem o histórico de inúmeras obras inacabadas que continuam entulhando as grandes cidades, as quais foram abandonadas por falta de recursos.
Cabe à presidente afastada explicar e justificar junto à sociedade o tanto de obras prioritárias que foram prometidas para a copa, mas deixaram de ser realizadas, embora já tenham sido depositárias de bastante recursos, mas estão paralisadas, e outros importantes projetos que sequer foram iniciados, apesar da promessa da sua execução.
À toda evidência, fica muito claro que o governo petista, mentor desses megaeventos, demonstrou, com a realização parcial de obras, plena incompetência administrativa, exatamente por ter deixado de priorizar projetos e atividades de interesse da população, sendo obrigado a aplicar recursos públicos em empreendimentos que não atendem diretamente ao interesse público, ficando a população prejudicada pela inexistência de obras para a sua utilização, como hospitais, escolas, estradas etc.
No fundo, o governo não pode e não tem direito algum de se vangloriar a propósito da realização de eventos grandiosos, dispendiosos e absolutamente desnecessários para a realidade brasileira, por se tratar de país altamente carente de obras públicas e de muitas realizações essenciais à satisfação das carências sociais, que certamente poderiam ter sido atendidas caso os governos petistas tivessem o mínimo de sensibilidade e responsabilidade com o estabelecimento de prioridade quanto às políticas públicas, que devem privilegiar exclusivamente a satisfação social e somente, após isso, poder-se-ia pensar em outros empreendimentos dispensáveis, inúteis e próprios de nações superavitárias, livres da miserabilidade social existente no Brasil.
Os brasileiros precisam exigir que o governo empregue a mesma quantidade de bilhões de reais em obras e melhorias em efetivo benefício da sociedade, que não concorda com a gastança para a realização de megalomaníacos eventos totalmente incompatíveis com a realidade da população brasileira, que não suporta mais pagar escorchantes tributos para tanto desperdício em empreendimentos dispendiosos e inaproveitáveis. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de julho de 2016

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