sexta-feira, 8 de julho de 2016

Sempre na mira da Justiça


Na mira da Justiça, integrantes da Polícia Federal vigia a sede nacional do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo, mostrando a verdadeira imagem que sintetiza a débâcle moral do partido que nasceu sob a insígnia da ética, mas, nos tempos atuais, ele emana seus últimos suspiros com a etiqueta e a marca da corrupção que reluz em cada ponta de sua estrela.
Na última semana, três agentes do grupamento especial da Polícia Federal cercaram a sede do diretório nacional do PT, no centro da capital paulista, transformando o momento em uma cena emblemática, justamente porque se trata do partido que se dizia a síntese da ética e da moralidade.
          Não se trata de medida com o ranço do regime ditatorial, que tanto os fundadores da legenda insistem em alardear que o combateram na década de 80, e os policiais também não realizaram qualquer ato de arbitrariedade, em que pese a reiterada narrativa petista de tentar plantar a ideia cada vez mais insustentável da perseguição política, dando a entender que o partido não comete qualquer falha e está imune às investigações sobre as frequentes denúncias de irregularidades cuja autoria lhe é atribuída, notadamente no que se refere aos desvios de recursos da Petrobras, em que cada delação surge o nome do partido como beneficiário de propina.
          Os agentes federais ficaram em frente à sede nacional da legenda para impedir que pessoas não autorizadas entrassem no escritório enquanto se cumpria mais um mandado de busca e apreensão regularmente expedido pela Justiça. De posse de documentos e HDs de computadores, os policiais deixaram o bunker petista, horas depois, com elementos que podem contribuir para o levantamento de novas provas para a Operação Custo Brasil.
De roldão, a Justiça apanhou na Operação Custo Brasil novas provas contra ex-tesoureiros do PT, como arrecadadores do mensalão e do petrolão, sendo que este último, que já se encontra preso, recebeu nova ordem de detenção pelos desvios de recursos no ministério do Planejamento, e que o seu antecessor também foi arrolado e já foi preso.
A investigação da Polícia Federal mira o desvio de milhões arrecadados pelo PT com propinas pagas em troca de contratos no ministério do Planejamento, entre 2010 e 2015, ficando, mais uma vez, a acusação de que a legenda teria perpetrado o crime que prometia exterminar do país ao ascender ao poder, ou seja, o de corrupção.
O antigo discurso da ética petista era totalmente diferente dos demais partidos que sua saga parecia heroísmo mais ridículo possível, tendo ocorrido em exatamente o contrário, conforme mostram os fatos, que materializam a maior roubalheira que se tem notícia na história republicana.
O PT assumiu o poder em 2003 e nele permaneceu por três mandatos sucessivos, mas foi exortado do comando do país sob a mácula do indelével desvio de bilhões de reais, na forma dos escândalos que envolveram lideranças, que foram condenadas por vários crimes, entre os quais o de corrupção.
A reincidência como são envolvidos os últimos três tesoureiros do partido, com seguidos pedidos de prisão deles, deixam muito claras as irregularidades no recebimento de dinheiro de origem suja, que alimentaram as campanhas eleitorais vencidas pelo PT.
O desespero dos líderes petistas foi além da busca e apreensão na sede do partido, com a prisão de um ex-ministro dos governos petistas, esposo de uma senadora petista, que também é investigada pela Operação Lava-Jato e vem se destacando na linha de frente da defesa da presidente afastada.
O ex-ministro e outros petistas são acusados da participação em um esquema que desviou mais de R$ 100 milhões dos cofres públicos, por meio de indevida cobrança de propina descontada no contracheque de aposentados e servidores públicos beneficiários pelo crédito consignado. Ou seja, a política social petista não livrou de malfeito nem o bolso de servidores.
Um procurador da República declarou que “Cem milhões de reais foram desviados de funcionários públicos que se privaram de medicamentos e de suas necessidades básicas para abastecer os cofres públicos”. É este custo da corrupção para se fazer negócios no país que levou os investigadores a batizarem a Operação de Custo Brasil.
A divisão dos valores da negociata com os recursos do crédito consignado teria sido discutida em reuniões, com direito a discussões, em que participaram os dois últimos ex-tesoureiros do PT, representando os interessem do partido, mais o ex-ministro do Planejamento, idealizador do esquema, e o ex-ministro da Aviação e da Previdência, que zelavam por suas fatias da propina.
As enxurradas de acusações sobre corrupção cuja autoria é atribuída a integrantes do PT vêm contribuindo para fragilizar cada vez mais a já desgastada imagem do partido, que praticamente não consegue sair das cordas diante das renovações de fatos comprometendo a reputação do partido, que não consegue justificar as falcatruas perpetradas na gestão de recursos públicos, porquanto a participação de seus integrantes na Operação Custo Brasil mostra que as maldades do PT se ramificaram além da Petrobras, ou seja, do petrolão.
As irregularidades praticadas por integrantes do PT ocorreram de forma generalizada, sistematizada e institucionalizada, em estatais, autarquias e ministérios, conforme concluiu um procurador da República, que disse que, “Infelizmente, a corrupção não é um privilégio da Petrobras, ela está espraiada como um câncer em diversas instituições”.
Os fatos mostram, de forma cristalina, que a mazela, o câncer que o antigo e tido por imaculado PT prometeu combater, não conseguiu resistir, depois de assumir o poder, aos encantos e fascínios representados pela corrupção, por meio da qual suas campanhas eleitorais foram financiadas com recursos sujos, desviados de cofres públicos.
A sociedade precisa ter a dignidade não somente de repudiar a atuação dos partidos que cresceram e se nutriram com a força do dinheiro de corrupção, mas também de não votar em candidatos que integram agremiações com a índole da ilicitude nos seus procedimentos político-administrativos, à vista das investigações mostrarem fartamente os resultados de seus atos maléficos e prejudiciais ao interesse dos brasileiros. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 08 de julho de 2016

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