Na
mira da Justiça, integrantes da Polícia Federal vigia a sede nacional do
Partido dos Trabalhadores, em São Paulo, mostrando a verdadeira imagem que sintetiza
a débâcle moral do partido que nasceu sob a insígnia da ética, mas, nos tempos
atuais, ele emana seus últimos suspiros com a etiqueta e a marca da corrupção que
reluz em cada ponta de sua estrela.
Na
última semana, três agentes do grupamento especial da Polícia Federal cercaram
a sede do diretório nacional do PT, no centro da capital paulista, transformando
o momento em uma cena emblemática, justamente porque se trata do partido que se
dizia a síntese da ética e da moralidade.
Não
se trata de medida com o ranço do regime ditatorial, que tanto os fundadores da
legenda insistem em alardear que o combateram na década de 80, e os policiais
também não realizaram qualquer ato de arbitrariedade, em que pese a reiterada narrativa
petista de tentar plantar a ideia cada vez mais insustentável da perseguição
política, dando a entender que o partido não comete qualquer falha e está imune
às investigações sobre as frequentes denúncias de irregularidades cuja autoria
lhe é atribuída, notadamente no que se refere aos desvios de recursos da
Petrobras, em que cada delação surge o nome do partido como beneficiário de propina.
Os
agentes federais ficaram em frente à sede nacional da legenda para impedir que
pessoas não autorizadas entrassem no escritório enquanto se cumpria mais um
mandado de busca e apreensão regularmente expedido pela Justiça. De posse de
documentos e HDs de computadores, os policiais deixaram o bunker petista, horas
depois, com elementos que podem contribuir para o levantamento de novas provas
para a Operação Custo Brasil.
De
roldão, a Justiça apanhou na Operação Custo Brasil novas provas contra ex-tesoureiros do
PT, como arrecadadores do mensalão e do petrolão, sendo que este último, que já
se encontra preso, recebeu nova ordem de detenção pelos desvios de recursos no
ministério do Planejamento, e que o seu antecessor também foi arrolado e já foi
preso.
A
investigação da Polícia Federal mira o desvio de milhões arrecadados pelo PT
com propinas pagas em troca de contratos no ministério do Planejamento, entre
2010 e 2015, ficando, mais uma vez, a acusação de que a legenda teria perpetrado
o crime que prometia exterminar do país ao ascender ao poder, ou seja, o de corrupção.
O
antigo discurso da ética petista era totalmente diferente dos demais partidos
que sua saga parecia heroísmo mais ridículo possível, tendo ocorrido em
exatamente o contrário, conforme mostram os fatos, que materializam a maior
roubalheira que se tem notícia na história republicana.
O
PT assumiu o poder em 2003 e nele permaneceu por três mandatos sucessivos, mas foi
exortado do comando do país sob a mácula do indelével desvio de bilhões de
reais, na forma dos escândalos que envolveram lideranças, que foram condenadas
por vários crimes, entre os quais o de corrupção.
A
reincidência como são envolvidos os últimos três tesoureiros do partido, com seguidos
pedidos de prisão deles, deixam muito claras as irregularidades no recebimento
de dinheiro de origem suja, que alimentaram as campanhas eleitorais vencidas
pelo PT.
O
desespero dos líderes petistas foi além da busca e apreensão na sede do partido,
com a prisão de um ex-ministro dos governos petistas, esposo de uma senadora petista,
que também é investigada pela Operação Lava-Jato e vem se destacando na linha
de frente da defesa da presidente afastada.
O
ex-ministro e outros petistas são acusados da participação em um esquema que
desviou mais de R$ 100 milhões dos cofres públicos, por meio de indevida
cobrança de propina descontada no contracheque de aposentados e servidores
públicos beneficiários pelo crédito consignado. Ou seja, a política social
petista não livrou de malfeito nem o bolso de servidores.
Um
procurador da República declarou que “Cem
milhões de reais foram desviados de funcionários públicos que se privaram de
medicamentos e de suas necessidades básicas para abastecer os cofres públicos”.
É este custo da corrupção para se fazer negócios no país que levou os
investigadores a batizarem a Operação de Custo Brasil.
A
divisão dos valores da negociata com os recursos do crédito consignado teria
sido discutida em reuniões, com direito a discussões, em que participaram os dois
últimos ex-tesoureiros do PT, representando os interessem do partido, mais o
ex-ministro do Planejamento, idealizador do esquema, e o ex-ministro da Aviação
e da Previdência, que zelavam por suas fatias da propina.
As
enxurradas de acusações sobre corrupção cuja autoria é atribuída a integrantes
do PT vêm contribuindo para fragilizar cada vez mais a já desgastada imagem do
partido, que praticamente não consegue sair das cordas diante das renovações de
fatos comprometendo a reputação do partido, que não consegue justificar as
falcatruas perpetradas na gestão de recursos públicos, porquanto a participação
de seus integrantes na Operação Custo Brasil mostra que as maldades do PT se
ramificaram além da Petrobras, ou seja, do petrolão.
As
irregularidades praticadas por integrantes do PT ocorreram de forma
generalizada, sistematizada e institucionalizada, em estatais, autarquias e
ministérios, conforme concluiu um procurador da República, que disse que, “Infelizmente, a corrupção não é um
privilégio da Petrobras, ela está espraiada como um câncer em diversas
instituições”.
Os
fatos mostram, de forma cristalina, que a mazela, o câncer que o antigo e tido
por imaculado PT prometeu combater, não conseguiu resistir, depois de assumir o
poder, aos encantos e fascínios representados pela corrupção, por meio da qual
suas campanhas eleitorais foram financiadas com recursos sujos, desviados de
cofres públicos.
A
sociedade precisa ter a dignidade não somente de repudiar a atuação dos
partidos que cresceram e se nutriram com a força do dinheiro de corrupção, mas
também de não votar em candidatos que integram agremiações com a índole da
ilicitude nos seus procedimentos político-administrativos, à vista das
investigações mostrarem fartamente os resultados de seus atos maléficos e
prejudiciais ao interesse dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 08 de julho de 2016
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