Um senador do Distrito Federal aproveitou encontro
no Palácio da Alvorada com a presidente da República afastada para sugerir que ela
apresentasse proposta de dupla renúncia, compreendendo a dela e a do presidente
em exercício, sob o argumento de que já não haveria mais o risco de o deputado
que renunciou ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados poder assumir a Presidência
do país, por 90 dias.
A compreensão do senador candango é a de que, na
hipótese da ausência do presidente e do vice-presidente da República, o
presidente da Câmara assume o comando do Palácio do Planalto para convocar
eleição presidencial, no prazo de 90 dias.
Ao ouvir a proposta em tela, a petista a refutou de
chofre, afirmando que "Não existe
essa coisa de renúncia. Isso não existe", fazendo calar os presentes.
Em tom de inconformismo, diante da enfática reposta
da presidente afastada, o senador candango teria, posteriormente, lembrado que "É lógico que existe a renúncia patriótica. É
aquela que é melhor para o país.".
O senador brasiliense avalia que a petista vem
tendo dificuldade para ampliar seus interlocutores, na tentativa de conseguir a
reversão do impeachment em definitivo, lembrando que "Sempre são os mesmos convidados para as conversas com Dilma. A
impressão que tenho é que o PT quer sair como vítima deste impeachment, até
porque se livra dos problemas do governo, evita o escândalo de corrupção (Lava-Jato)
e com isso o partido vai para a oposição
com a bandeira do golpe".
O senador distrital até que poderia ter sido melhor
assessorado no sentido de se inteirar que a renúncia proposta por ele somente
seria viável se houvesse a prévia concordância do presidente em exercício, em
também se afastar concomitantemente do cargo, que ele vem tomando gosto em
exercê-lo, sem precisar de esforço algum para tanto e depois da renúncia ele
ficaria como cachorro que cai de carro de mudança: totalmente sem rumo, quando
agora ele tem enorme possibilidade de permanecer no Palácio do Planalto, até
2018.
O
senador candango poderia ter aproveitado o encontro com a presidente afastada
para lembrá-la de que os fatos relacionados com a forte recessão econômica, o
rombo nas contas públicas, o recorde de desemprego, a falta de competitividade,
a desindustrialização do país, o assombroso crescimento das dívidas públicas, a
diminuição da arrecadação, a roubalheira na Petrobras, o exacerbado
fisiologismo nos órgãos e nas entidades públicos, a extrema piora nos serviços
públicos, a falta de investimentos em obras de impacto, o imperialismo do
superfaturamento nas contratações públicas e a infinidade de precariedades na
gestão dela, conforme mostram os fatos e a insatisfação do povo, já seriam suficientemente
capazes de aconselhar que ela reconhecesse a
mea culpa e tivesse a dignidade de trabalhar para o aceleramento do exame
do processo do impeachment dela no Senado Federal.
É
evidente que isso evitar-se-ia o terrível desgaste da renúncia, quanto mais que
teria sido por comprovada incompetência administrativa, mas haveria o
reconhecimento social pelo nobre gesto da dignidade e do altruísmo, próprios dos
grandes estadistas que têm a sensatez e a honradez de entender que as suas
fragilidade e inaptidão para o exercício do cargo mais importante do pais foram
determinantes para a ruína e a destruição que predominam na nação.
Não
há menor dúvida de que a sugestão em referência até que poderia ter sido aceita
pela presidente afastada se o senador não tivesse invocado o espírito de
patriotismo para quem carrega no DNA a índole e o idealismo partidários, que
sempre se manifestaram com prioridade sobre os interesses nacionais, a exemplo
da eterna defesa do lema “nós” contra
“eles”, mas sim os imensuráveis estragos causados por ela ao patrimônio dos
brasileiros, com a destruição e a ruína dos princípios republicano e da
administração pública.
Compete
aos brasileiros se unirem em verdadeiro mutirão, para mostrar o seu integral inconformismo
contra a injustificável e absurda ideia de a presidente da República afastada ainda
pretender retornar ao comando da nação, uma vez que a sua gestão é responsável,
à vista dos resultados maléficos, pelo desastre na condução da economia, à luz
da forte recessão, da inflação, do desemprego, da queda de arrecadação, da
desindustrialização, da falta de investimentos público e privado, dos péssimos serviços
públicos, entre tantas mazelas que contribuem para infernizar a vida dos brasileiros.
Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 22 de julho de 2016
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