Na
mais enfática manifestação dos Estados Unidos da América sobre a crise política
no Brasil, até agora, o representante do país na Organização dos Estados
Americanos (OEA) afirmou que não há "golpe
em curso" no país, ao contrário do que alardeiam os petistas, com a
liderança da presidente afastada, o qual foi incisivo ao afirmar que o processo
de impeachment da petita ocorre em respeito às instituições e à Constituição
brasileiras.
As
autoridades americanas vinham adotando tom bastante cauteloso em suas
manifestações sobre a crise política no Brasil, tratando a questão como assunto
interno brasileiro, mas o norte-americano expôs posição mais clara e direta
sobre o tema, com a afirmação de que "Há
um evidente respeito às instituições democráticas, uma clara separação de
poderes, rege o Estado de Direito e há uma solução pacífica de disputas. Nada disso parece existir na Venezuela hoje
e essa é a preocupação.".
O
representante do Paraguai, na OEA, defendeu a legitimidade do processo em curso
no Senado Federal e o direito de o Brasil resolver seus problemas domésticos
sem ingerência externa. A situação do Brasil foi levantada pelo Paraguai, a
propósito da sua suspensão do Mercosul, em 2012, em razão do impeachment do
então presidente daquele país.
As
críticas mais fortes ao impeachment, como já eram esperadas, vieram da Venezuela
e da Bolívia, países que sustentaram a tese de que o afastamento da petista
representa golpe, mas ambas foram prontamente rechaçadas pelo Itamaraty.
Depois
da manifestação dos bolivarianos, o embaixador do Brasil na OEA afirmou que o
questionado processo se desenvolve em respeito às normas constitucionais e às
instituições do país, tendo ressaltado ainda que o país considera inapropriada
a ingerência em assuntos internos por parte de países que rejeitam a
interferência internacional em seus próprios assuntos - uma referência indireta,
em especial, à Venezuela, que passa por fortes crises social, política,
econômica, administrativa e humanitária.
Em
seguida o norte-americano manifestou apoio à posição do representante
brasileiro, para afirmar não ver golpe "de nenhum tipo" no Brasil, tendo dito que estranha que as mais
enfáticas críticas ao processo brasileiro venham de Caracas, onde manifestantes
são reprimidos com gás lacrimogêneo e há opositores presos pelo governo local.
Para
os países que apoiam as ridículas ideias de golpes no Brasil, as situações
políticas de seus países são absolutamente intranquilas, principalmente a
Venezuela, que convive diariamente com o barril de pólvora prestes a explodir a
qualquer momento, diante do verdadeiro golpe que o governo aplicou ao seu povo,
que é obrigado a também conviver com o desabastecimento de tudo.
Realmente,
à vista do processo em tramitação no Senado, o impeachment da presidente
afastada transcorre em observância ao fundamental princípio da juridicidade,
legalidade, tendo o respaldo do Supremo Tribunal Federal, que se manifestou por
repetidas vezes, reafirmando a justeza dos procedimentos adotados pelas Casas
do Congresso Nacional.
Ademais,
quando há golpe parlamentar ou de Estado em um país, a sua principal
consequência é a quebra da normalidade funcional e da independência das
instituições de Estado, o que não acontece no Brasil, onde os três poderes da
República não tiveram qualquer interferência nas suas atividades, que estão
funcionando plenamente, em consonância com o ordenamento jurídico pátrio.
Convém
que os países se conscientizem no sentido de que os princípios democráticos se
aperfeiçoam com a compreensão de que as nações precisam ser respeitadas quanto
às suas autonomia e independência, à luz do que dispõe o Direito Internacional
de não interferência nos negócios e assuntos internos de cada nação, cujo tratamento
saudável precisa ser rigorosamente observado de forma recíproca, em respeito às instituições democráticas. Acorda,
Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de julho de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário