A
pouco mais de um mês para a Olimpíada no Rio de Janeiro, o caos impera em todo
lugar, a começar dos problemas envolvendo as obras, que ainda estão sendo
tocadas em muitos setores, mas o medo e a insegurança de atletas estrangeiros têm
sido destaques na imprensa internacional, que agora, ainda mais, se
potencializa com a imagem que está sendo passada no exterior, pelo site
Business Insider, que publica texto simplesmente aterrorizante para quem visita
outro país, com o título "Bem-vindo
ao inferno: Rio é um desastre poucas semanas antes das Olimpíadas".
Na
visão do texto, a poucos mais de um mês do evento, a situação da cidade-sede da
Olimpíada, o Rio de Janeiro, é crítica e se apresenta de mal a pior, tendo como
grave exemplo "Entre protestos da
polícia e outros trabalhadores, atletas de alto nível desistindo por causa do
medo com o Zika e os banhos da praia de Copacabana, onde o evento de vôlei de
praia irá ocorrer, há sérias preocupações sobre segurança básica quando se
trata dos jogos de verão".
A
publicação ressalta as greves de policiais no Rio de Janeiro, com afirmação de
que a corporação está avisando os turistas que "a sua estadia não será muito agradável" durante os jogos.
O
site Business Insider destaca a grave situação econômica do estado, enfatizando
a falta de recursos para a garantia de serviços básicos para a população e
turistas, o que constitui motivo de preocupação para os participantes do evento.
A
publicação afirma que "Tudo isso
poderia levar a mais problemas e fazer muitos espectadores e atletas
reconsiderarem assistir ou participar dos jogos".
Em
conclusão, há alusão à frase dita pelo governador do Rio de Janeiro, no sentido
de que "estou otimista sobre os
jogos, mas eu tenho que mostrar a realidade. Nós podemos fazer uma grande Olimpíada,
mas se algumas medidas não forem tomadas, pode ser um grande fracasso".
A
sincera opinião do governador do Rio de Janeiro não poderia exprimir melhor a
verdadeira situação de incerteza que se mostra o quadro delineado no momento
que se antecipa à Olimpíada, que pode ficar para a história, diante das
precariedades ainda existentes.
O
governo brasileiro, que é o mentor e idealizador desse absurdo evento, pode
pagar muito caro por sua incompetência de ter assumido a realização de
megaevento, sem que suas estruturas fossem suficientemente capazes para
oferecer as infraestruturas necessárias, principalmente no que se refere à
plena segurança pública, que realmente pode ser comparável às estruturas do
inferno - ante as frequentes incidências de violência - como vem sendo assim
qualificado por agentes da segurança pública, conforme o alerta em foco.
A
notícia em comento é da maior gravidade porque ela parte de especialistas que
são autoridades para fazerem o alerta que está sendo disseminado pela internet,
em momento crucial por que passa, a poucos dias da Olimpíada, a Cidade
Maravilhosa, que se encontra completamente dominada pela criminalidade aterrorizante
da sua população.
A
situação é tão crítica que o governo federal está investindo montanha de
recursos, quase três bilhões de reais, somente para o fortalecimento da
segurança pública, que atingiu o extremo da precariedade no seu funcionamento, cujo
socorro financeiro, como se sabe, é emergencial e tem a finalidade de tapar a
grave crise com a peneira, porque as medidas adotadas agora são em caráter precário,
tendo serventia somente no período da Olimpíada, ficando a população, depois
desse evento, à mercê da bandidagem e da insegurança de sempre ou ainda pior.
Trata-se
de tremenda irresponsabilidade por parte dos homens públicos que assumiram a
realização de empreendimento de grandiosa envergadura mundial, sem os
indispensáveis estudos de impactos social e econômico, à vista da indiscutível
existência de gritantes deficiências e insuficiências de toda ordem,
principalmente financeira e estrutural.
Os
recursos despendidos na Copa do Mundo de Futebol e na Olimpíada poderiam se
destinar à realização de obras nacionais, com vistas à exclusiva satisfação das
carências básicas da população, que não participa de nenhum dos eventos e
continuará sendo castigada com as notórias precariedades dos serviços públicos
prestados pela incompetência do Estado brasileiro.
Conviria
que os idealizadores e executores de megaeventos inúteis, dispendiosos e
desnecessários devessem ser responsabilizados por obras absolutamente contrárias
ao interesse público, fato este que serviria de lição pedagógica para os
futuros administradores públicos, para que fossem conscientizados sobre a
imperiosa necessidade da priorização das ações e políticas públicas para a
realização de serviços e obras destinados com exclusividade ao atendimento do
interesse da sociedade e do bem comum, enquanto não forem resolvidas as
aflitivas e angustiantes carências da população, no que diz respeito à melhoria
da saúde, educação, segurança pública, do saneamento básico, da infraestrutura
etc. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 04 de julho de 2016
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