segunda-feira, 25 de julho de 2016

Golpe parlamentar?


A presidente da República afastada comparou a situação política do Brasil com a da Turquia, criticou o conceito de escola sem partido e defendeu o Mercosul.
A petista comparou a tentativa de golpe de estado na Turquia com o atual cenário político brasileiro, por entender que lá houve golpe tipicamente militar, enquanto “Aqui no Brasil nós temos uma outra circunstância. Nós temos um golpe parlamentar, que alguns chamam de golpe frio, outros chamam de golpe institucional. Se você imaginar que no golpe militar você tem um machado quebrando a árvore da democracia e a destruindo junto com o governo em questão, no caso do golpe parlamentar, você tem parasitas atacando a árvore, fungos atacando a árvore. Começa por algumas instituições, mas corrói todas as demais”.
A comparação da presidente é de gigantesca infelicidade, por ignorar as circunstâncias, quando o processo de impeachment contra ela transcorre, de forma pacífica, com base em ditames constitucional e legal, por infringência de normas de administração orçamentária e financeira, enquanto naquele país houve realmente tentativa de golpe, com o uso de força militar, que resultou na morte de centenas de pessoas e prisão de milhares de cidadão.
A comparação absurda da presidente afastada, entre o processo de impeachment em curso e outros fatos sem conexão um com outro, demonstra seu desespero de achar que os brasileiros são imbecis e incapazes de avaliar os fatos como eles verdadeiramente aconteceram, com a única tentativa de se passar por vítima, apesar de ela não ter a sensatez de reconhecer seus erros, na forma como eles são entendidos, com a devida clareza, tanto pelo Congresso Nacional como pelo Supremo Tribunal Federal, que não se cansam de reafirmar a caracterização do crime de responsabilidade fiscal, por ela ter menosprezado princípios constitucional e legal, quanto à aplicação de recursos públicos. 
Que nome se pode dar a quem conseguiu destruir princípios da administração pública, na forma de desastradas políticas públicas, e mandar para o espaço sideral esperanças dos brasileiros, ao quebrar com machadada a árvore da economia, do emprego, da produção, dos investimentos em obras públicas, dos serviços públicos de qualidade, da moralidade, da eficiência da gestão pública e, enfim, do progresso nacional?
Trata-se de terrível golpe da incompetência administrativa, que é letal, por agir com a ganância de parasitas que atacam as estruturas do Estado, a ponto de ele não ter condições de sobrevivência, entrando em estado de coma que afeta de morte a nação.
À toda evidência, mais uma vez a presidente afastada comete imperdoável equívoco, à vista de brutal e forçada comparação que não condiz com a realidade dos fatos, podendo apenas ter por objetivo, ao que se pode intuir, a sua exposição aos holofotes da mídia, para não cair no ostracismo, em definitivo.
Os brasileiros anseiam por que o processo de impeachment seja julgado o quanto antes pelo Senado Federal, em especial com o veredicto favorável ao definitivo afastamento da presidente da República, de modo a possibilitar a consolidação da normalidade democrática, a competência na administração do país e a imediata retomada dos ciclos produtivos e do pleno emprego, como forma capaz da volta ao tão sonhado desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 25 de julho de 2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário