segunda-feira, 7 de maio de 2018

A insensibilidade


Reportagem de hoje dá notícia de que, preso por duas vezes em menos de um ano, um ator da alta linhagem global pode sentir-se aliviado, diante do seu alto prestígio na emissora.
Ele encontra-se atuando em “Onde Nascem os Fortes”', supersérie das 23h, e foi defendido pelos executivos da emissora carioca, segundo o Notícias da TV.
Os referidos executivos disseram que "O que ele faz fora da Globo é da conta dele, não da Globo", tendo o entendimento do alto escalão da emissora de que o ator tem problemas em decorrência do vício em drogas e álcool, precisando de "apoio e não de punições".
Ao que tudo indica, o episódio envolvendo o citado ator tem a tentativa de minimização porque ele não teria, ainda, protagonizado escândalos nas dependências da emissora, como já houve com outro famoso ator, que foi severamente punido, com o seu afastamento das gravações, por ter sido acusado de assédio sexual, nos bastidores de “A Lei do Amor”, novela que estava sendo exibida na ocasião.
O ator global foi preso após ter batido em dois carros nos Jardins, bairro nobre de São Paulo e, na ocasião, segundo a polícia, ele estava alcoolizado.
Em junho do ano passado, o mesmo ator foi preso em Arcoverde, interior de Pernambuco, por desacato à autoridade e dano ao patrimônio público. 
Tratando-se de ator que trabalha para o império das comunicações brasileiras, essa tentativa de defesa da empresa, de querer se livrar da responsabilidade sobre o que seus atores fazem fora do trabalho, quando executivos da emissora dizem que "O que ele faz fora da Globo é da conta dele, não da Globo" não passa de brincadeira e de demonstração de insensibilidade para com questão de suma importância, que envolve pessoa pública contratada pela empresa, que precisa se comportar, no mínimo, como exemplo de cidadania, por se tratar de pessoa pública, que não pode desmerecer o enorme prestígio de emissora bastante conceituada no seio das comunicações nacionais e internacionais.
Não pode ser aceitável que o ator famoso e laureado se comporte na via pública como péssimo exemplo de cidadão, em clara demonstração de incontrolável equilíbrio psicológico, em decorrência do possível uso de drogas e álcool, conforme noticiado na reportagem, chegando a causar transtornos em via pública, que realmente sinaliza para a urgente necessidade de tratamento adequado e pertinente ao gravíssimo problema identificado.
Agora, essa forma simplista de se dizer que o comportamento do ator fora das dependências do trabalho não afeta os interesses da empresa, como que dizendo que ele fique à vontade fora do trabalho, para fazer o que bem quiser, não passa de tremenda falta de sensibilidade de seus executivos, que talvez procurassem minimizar situação extremamente grave e inaceitável para os padrões globais, notadamente porque essa irresponsável atitude tem o condão de contribuir para banalizar o problema, que é indiscutivelmente preocupante e precisa ser encampado por todos que estão envolvidos com o ser humano que precisa ser urgentemente cuidado com o devido tratamento médico-psicológico, em especial para o bem dele e o bom nome da emissora para a qual ele trabalha, tendo demonstrado que é excelente profissional.
Convém que a emissora reveja, com urgência, a sua inaceitável e leviana posição diante de problema humano de suma relevância, uma vez que o seu bom nome se encontra completamente envolvido em caso protagonizado por ator de ponta de seu quadro de pessoal, como forma de contribuir para a solução de situação cujo resultado somente beneficia as relações sociais entre os envolvidos e ainda evita que a excelente imagem da empresa fique chamuscada ou até mesmo enegrecida, diante da indiscutível demonstração de insensibilidade . Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 7 de maio de 2018

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