quinta-feira, 3 de maio de 2018

Pura vileza


Já não bastasse a insuportável imposição ao povo das piores e intransponíveis dificuldades, principalmente com as crises que grassam na Venezuela, com destaque para a economia, onde o flagelo é devastador e completo, principalmente no tocante ao desabastecimento de alimentos, remédios e produtos de primeira necessidade, há, no governo, quem propõe distribuir dinheiro para quem for votar em prol da continuidade do governo ditatorial e desumano.
Segundo o site da revista VEJA, o governo chavista pensa em recompensar os eleitores que decidirem votar no atual presidente e candidato à reeleição no pleito eleitoral marcado para o próximo dia 20, conforme declaração feita pelo número dois do grupo chavismo, que teve a infeliz ideia da distribuição de dinheiro entre os eleitores.
Na versão do revolucionário chavista, a intenção é recompensar os eleitores fiéis ao atual presidente com outros tipos de “incentivos”, compreendendo a distribuição de livros do finado presidente ou cópias da nova Constituição que está sendo escrita, mas dinheiro também pode integrar o pacote de reconhecimento e bondade.
Com vistas à implementação dessa inacreditável finalidade, o chavista pediu à vice-presidente de finanças de seu partido que “analise os números” e destacou que “não se trata da compra de votos, porque o povo vota em quem quiser”.      
Em anterior manifestação, o próprio candidato à reeleição já admitira a utilização de carnê da pátria, que integra o programa de auxílio do governo, para “incentivar” os eleitores no pleito de 20 de maio.
Em inflamado comício, o presidente afirmou que “Todos que tiverem o carnê da pátria devem votar (…). Estou pensando em dar um prêmio ao povo da Venezuela que irá votar neste dia, com o carnê da pátria”.
Bastante entusiasmado, o candidato à reeleição presidencial disse que “Pela democracia, pela liberdade, dando e dando: recebo meu direito social ao trabalho, ao estudo, à pensão, mas dou meu voto à pátria”.
Por seu turno, os principais adversários do presidente chavista nas eleições levam seu tempo denunciando o uso da máquina estatal por parte do candidato à reeleição, especialmente o emprego de verbas públicas em benefício dele.
A maioria dos partidos de oposição decidiu boicotar as eleições presidenciais, sob a alegação da falta de garantias e transparência, em completo e flagrante desrespeito às normas e aos princípios eleitorais e democráticos.
Causa estarrecimento o ditador ainda ter a insensatez de afirmar que age “Pela democracia, pela liberdade (...). mas dou meu voto à pátria”, como se o menosprezo à consciência do eleitor fosse algo normal, à luz da saudável liberdade democrática, que permite que o eleitor escolha e eleja livremente seu representante político, uma vez que a deliberada compra de voto não passa do tolhimento do livre-arbítrio, constituindo sim direcionamento do voto de cabresto para prestigiar a tirania que inferniza a vida do povo daquele país, conforme mostram as notícias sobre os fatos alarmantes que estão acontecendo naquela nação sem governo, sem moralidade, mas dominada por pessoas indignas e desqualificadas, que já demonstraram que são capazes de tudo, inclusive de destruir a dignidade do povo, com a compra do seu voto e da sua consciência cívica, para que a pior e degradante classe política dominante possa continuar no seu desastroso caminho de completa destruição não somente da nação, mas especialmente de seu povo, que já se encontra em estado de verdadeiro massacre, mas parece que não consegue tomar vergonha na cara, que não tem coragem de implodir, em definitivo, com essa subespécie de seres humanos, que somente enxerga seus interesses, em total detrimento das causas primárias e essenciais do povo.   
A desavergonhada pretensão de distribuir dinheiro para convencer o eleitor votar em determinado candidato representa a primitiva e indisfarçável vileza da pior espécie de políticos, por demostrar a completa falta de caráter de seus idealizadores, por haver nessa atitude a compra da dignidade do eleitor de, democraticamente, votar livremente em quem achar que, por mérito, merece o seu voto.
Seria bastante interessante que esse vil sentimento político possa efetivamente se realizar justamente para mostrar o real e impressionante nível dos políticos integrantes do governo que representa o regime socialista da Venezuela, deixando evidenciados o enorme e claro sentimento de desprezo à dignidade do povo, o emprego vergonhoso do dinheiro público e a sublime ideia da classe dominante por meio de expediente absolutamente espúrio, que certamente jamais seria utilizado nas mais desprezíveis republiquetas, onde os homens têm o mínimo de decência por integrarem a classe de ser humano com o mínimo de racionalidade, ante a evolução dos princípios humanitários de se respeitar a dignidade de seu semelhante.
Trata-se de iniciativa desqualificável e de expressão da cristalina esculhambação, em termos político-eleitorais, diante da compra da consciência do eleitor que já foi humilhado com o direito à sobrevida, mediante o recebimento do “carnê da pátria”, que nada mais é do que o carimbo da pobreza absoluta de alguém ficar eternamente sob o jugo das regras da ditadura de cumprir rigorosamente as normas próprias do totalitarismo, inclusive de ser obrigado a votar em tirano que destruiu nação próspera e seu povo, que ainda, por ser inevitável, é obrigado a se sujeitar aos caprichos de governo insensato, cruel e desumano, que não respeita as liberdades individuais e a vontade soberana dos seres humanos, onde se prevalecem os princípios da famigerada Revolução Bolivariana, que conseguiram transformar aquele país, com o emprego de suas desastrosas políticas públicas, em verdadeiros coas e tragédias, conforme mostram os fatos denunciados pela imprensa.
É muito importante que os brasileiros honrados e conscientes sobre a sua responsabilidade cívica conheçam e avaliem os verdadeiros propósitos nefastos e indignos defendidos pelas desavergonhadas lideranças políticas que governam aquele país, sob os fundamentos do tão propalado regime socialista/comunista, onde se verifica que tudo pode ser implementado para a absoluta dominação da sociedade e a conquista do poder, bem assim para a continuidade nele, evidentemente podendo comprar a consciência do povo, mediante o direcionamento do voto para quem já demonstrou completa insensatez e irracionalidade, em termos de atos de crueldade, insensibilidade administrativa e desumanidade, merecendo tão somente o repúdio e o desprezo das pessoas dignas e honradas, como fazem as pessoas das nações com o mínimo de seriedade, civilidade e maturidade política e democrática. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 3 de maio de 2018

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