domingo, 20 de maio de 2018

A valorização das ações de benemerência


É com o coração cheio de satisfação por eu ter sido muito bem compreendido em razão da crônica que escrevi em homenagem ao saudoso, estimado, festejado benfeitor, professor e músico Ariosvaldo Fernandes, grande expoente da vida musical de Uiraúna, considerada “Terra dos Músicos”, na qual destaquei valiosos e importantes feitos atribuídos à lavra desse versátil e habilidoso  homem, colocados a serviço de seus conterrâneos, cuja obra é motivo de orgulho de seus patrícios.
Em agradecimento aos termos do supracitado texto, duas filhas do ilustre homenageado se manifestaram sensibilizadas, dedicando a mim palavras carinhosas e elogiosas, que me deixaram feliz em saber que a vida de um grande homem não pode ficar no esquecimento e a sociedade tem obrigação não somente de enaltecê-la, mas, sobretudo, de reconhecer o seu majestoso legado em benefício da comunidade em geral, a par da necessidade da carinhosa gratidão que precisa pôr em evidência, para mostrar a real importância a quem não mediu esforços para ajudar ao desenvolvimento artístico e cultural de Uiraúna.
Eis as palavras carinhosas de Socorro Fernandes, filha do homenageado, verbis: “Nobre escritor Antonio Adalmir, obrigada pela sua gentil e valorosa homenagem ao meu pai Ariosvaldo Fernandes (in memoriam). Suas considerações nos deixam bastante honrados ... Meu pai não tinha vaidade de aparecer... Um homem simples... Porém suas sábias colocações nos fazem acreditar que seu talento ficou registrado na memória daqueles que o conheceram. Muito obrigado, amigo.”.
Logo em seguida foi a vez de outra filha, Ubaldina Fernandes, também expor seu agradecimento, nestes termos: “Querido Adalmir, já tive oportunidade de agradecer e, novamente, o faço, diante de uma homenagem tão emocionante, repleta de palavras sinceras devotadas ao nosso pai mestre Ari. Sem dúvida, de sua geração, ele foi o protagonista, o pioneiro na arte do magistério musical. Havia muitos músicos, sim, mas foi Ariosvaldo quem inaugurou e permaneceu no ensino da música de geração a geração. Muitos dos que hoje se destacam em Uiraúna e em outras plagas foram forjados pelo ensinamento daquele mestre. Sempre humilde, fugia dos holofotes e, muitas vezes, fazia da sala de sua casa a sala de aula. Em casa também responsabilizava-se pelo conserto de todo o instrumental, atividade que também desenvolvia com maestria e afinco: da fabricação de peças ao conserto dos instrumentos. Mas sempre optou pela humildade e pelo anonimato. Nunca quis alarde nem se vangloriou de tanto serviço prestado, em prestígio da cidade. De sorte que, com raras exceções como essa sua e particular homenagem ou outra carinhosamente outrora feita pelo Dr. Oriundo, as publicações sobre música que são divulgadas em Uiraúna, pouco ou nada falam sobre aquele que foi um dos maiores artífices dessa história e muitas vezes atribuem titulações e encômios a quem nunca ensinou música. Ariosvaldo formou um número infindável de músicos, na PB e no RN. Se, infelizmente, nunca recebeu o devido reconhecimento, agora você o traduz com essas palavras tão carinhosas que merecem nosso mais escolhido agradecimento. Muito obrigada, em nome da esposa e dos filhos do Professor de Música, Ariosvaldo Fernandes.”.
Evidentemente tocado e envolvido pela emoção, diante de palavras tão verdadeiras, pessoais e carinhosas, de pronto, preparei a devida resposta àquelas manifestações tão valorosas, mostrando meu pleno apoio à forma como os heróis e benfeitores costumam ser tratados em Uiraúna, que perde em muito em importância o seu precioso legado, ao ser ignorado e esquecido no tempo, quando ele poderia ser, ao contrário, valorizado e colocado no devido lugar de permanente celebração, por representar obra valiosíssima de pessoas especiais e maravilhosas, a exemplo do maestro Ariosvaldo, que foi marcante edificador de excelentes obras, dignas de integrar naturalmente o panteão especial dos heróis da cidade, como forma de se homenagear, exemplarmente autores de ações construtivas e de expressividade história da cidade, como reconhecimento e gratidão à abnegação e ao trabalho de muitos heróis, que seriam lembrados eternamente pela sua dedicação e pelo seu amor ao seu semelhante.
Eis o aludido texto, que eu deixei registrado logo abaixo das palavras das estimadas filhas do homenageado: “Prezadas Socorro e Ubaldina, respeitáveis e gratas filhas de meu ex-professor de música Ariosvaldo Fernandes, é com o coração muito alegre que acolho o carinho de vocês sobre a singela homenagem que transmiti por meio de crônica. Li e reli e ainda li de novo as suas mensagens tocantes e todas as vezes me emocionei, sendo que, na primeira leitura, não consegui controlar as lágrimas, por sentir no peito o verdadeiro e bom sentimento do quanto faz falta uma pessoa com os dons e as qualidades do mestre Ariosvaldo, que merece ser exaltada não somente por meio de despretensiosa crônica escrita por um de seus humildes discípulos, que sequer teve oportunidade de aproveitar, profissionalmente, seus magníficos ensinamentos da arte musical, conforme já esclareci anteriormente, mas a sua extraordinária contribuição ao saber, à aprendizagem e ao fortalecimento ao mundo da música exige, no mínimo, o reconhecimento à altura do quanto de majestoso isso representou para uma geração que se formou graças à abnegação voluntária dele, que realmente era possuidor de enorme e singular capacidade artística, que deixou seu nome gravado como sendo um dos notáveis no seio dos grandes e destacados músicos celebrados na ‘Terra dos Músicos’. É pena que homem como Ariosvaldo, da estirpe, capacidade e elegância diferenciadas entre seus pares, não consiga merecer, por seus méritos, as devidas honras e homenagens, pela benemerência da sua relevante contribuição a uma das causas mais nobres da cidade, que ajudou, com os seus sacrifício e esforço a consolidar aquele título defendido e atribuído por Uiraúna, como a ‘Terra dos Músicos’. Sei muito bem o quanto tem sido difícil a obtenção do reconhecimento do trabalho e da dedicação em benefício da comunidade, pela montanha de escrito que produzi em defesa dessa meritória causa cívica e humanitária, com o mais puro sentimento de reconhecimento e gratidão. Refiro-me à defesa ardorosa que fiz em nome do glorioso e fantástico trabalho desprendido, com muito amor cristão, pelo inesquecível Bonifácio Fernandes, tendo demonstrado com o extremo dos recursos de convencimento que ele é merecedor da permanente reverência como verdadeiro herói de Uiraúna, como forma altruísta de mostrar às atuais gerações a extraordinária contribuição de um gigante prático de farmácia para a vida de uma comunidade totalmente relegada ao abandono dos cuidados médico-hospitalares, que ficavam sob a inteira responsabilidade de valente pequeno homem, impetuoso e corajoso, que batalhou sozinho para atender e vencer às vicissitudes sociais, na área da precária saúde pública, da sua época. Basta tão somente a vontade política para declarar o reconhecimento aos grandes heróis de Uiraúna, como Bonifácio, Ariosvaldo, Zéu, Candinha, entre tantos outros do mesmo naipe de colaboradores de escol, que se sacrificaram em esforço e dedicação para contribuir com expressivas ajuda e benefício para o engrandecimento e o conforto da comunidade de Uiraúna, em demonstração da maior dignidade e nobreza para conhecimento das gerações atuais e futuras sobre os verdadeiros valor e capacidade da efetiva contribuição prestada aos filhos de nossa querida terra Uiraúna. Estimadas filhas de meu admirado mestre Ariosvaldo, fico eternamente agradecido pelos carinho e reconhecimento de vocês, reafirmando a minha satisfação de ter sido um dos instruídos por esse grande e notável professor da tão difícil arte da música. Muito obrigado. Abraços fraternos, extensivos aos demais familiares dele.”.
Diante do exposto, está assente e provado que o reconhecimento oficial dos benfeitores e construtores do bem de Uiraúna, os que podem ser considerados verdadeiros heróis, é praticamente exigência da sociedade, que reconhece a importância de suas ações e seus feitos transformados em benefícios para a comunidade, cuja contribuição precisa constar da memória histórica da cidade, como forma de se perpetuar as lições benéficas de cidadania e civismo, que são autênticas demonstração de valorização de exemplos dignos de ser seguidos por gerações.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de maio de 2018  

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