É
com o coração cheio de satisfação por eu ter sido muito bem compreendido em
razão da crônica que escrevi em homenagem ao saudoso, estimado, festejado benfeitor,
professor e músico Ariosvaldo Fernandes, grande expoente da vida musical de Uiraúna,
considerada “Terra dos Músicos”, na qual destaquei valiosos e importantes feitos
atribuídos à lavra desse versátil e habilidoso homem, colocados a serviço de seus conterrâneos,
cuja obra é motivo de orgulho de seus patrícios.
Em
agradecimento aos termos do supracitado texto, duas filhas do ilustre homenageado
se manifestaram sensibilizadas, dedicando a mim palavras carinhosas e elogiosas,
que me deixaram feliz em saber que a vida de um grande homem não pode ficar no
esquecimento e a sociedade tem obrigação não somente de enaltecê-la, mas,
sobretudo, de reconhecer o seu majestoso legado em benefício da comunidade em
geral, a par da necessidade da carinhosa gratidão que precisa pôr em evidência,
para mostrar a real importância a quem não mediu esforços para ajudar ao
desenvolvimento artístico e cultural de Uiraúna.
Eis
as palavras carinhosas de Socorro Fernandes, filha do homenageado, verbis: “Nobre
escritor Antonio Adalmir, obrigada pela sua gentil e valorosa homenagem ao meu
pai Ariosvaldo Fernandes (in memoriam). Suas considerações nos deixam bastante
honrados ... Meu pai não tinha vaidade de aparecer... Um homem simples... Porém
suas sábias colocações nos fazem acreditar que seu talento ficou registrado na
memória daqueles que o conheceram. Muito obrigado, amigo.”.
Logo em seguida foi a vez de
outra filha, Ubaldina Fernandes, também expor seu agradecimento, nestes termos:
“Querido Adalmir, já tive oportunidade de agradecer e, novamente, o faço,
diante de uma homenagem tão emocionante, repleta de palavras sinceras devotadas
ao nosso pai mestre Ari. Sem dúvida, de sua geração, ele foi o protagonista, o
pioneiro na arte do magistério musical. Havia muitos músicos, sim, mas foi
Ariosvaldo quem inaugurou e permaneceu no ensino da música de geração a
geração. Muitos dos que hoje se destacam em Uiraúna e em outras plagas foram
forjados pelo ensinamento daquele mestre. Sempre humilde, fugia dos holofotes
e, muitas vezes, fazia da sala de sua casa a sala de aula. Em casa também
responsabilizava-se pelo conserto de todo o instrumental, atividade que também
desenvolvia com maestria e afinco: da fabricação de peças ao conserto dos
instrumentos. Mas sempre optou pela humildade e pelo anonimato. Nunca quis
alarde nem se vangloriou de tanto serviço prestado, em prestígio da cidade. De sorte
que, com raras exceções como essa sua e particular homenagem ou outra
carinhosamente outrora feita pelo Dr. Oriundo, as publicações sobre música que
são divulgadas em Uiraúna, pouco ou nada falam sobre aquele que foi um dos
maiores artífices dessa história e muitas vezes atribuem titulações e encômios
a quem nunca ensinou música. Ariosvaldo formou um número infindável de músicos,
na PB e no RN. Se, infelizmente, nunca recebeu o devido reconhecimento, agora você
o traduz com essas palavras tão carinhosas que merecem nosso mais escolhido
agradecimento. Muito obrigada, em nome da esposa e dos filhos do Professor de
Música, Ariosvaldo Fernandes.”.
Evidentemente
tocado e envolvido pela emoção, diante de palavras tão verdadeiras, pessoais e
carinhosas, de pronto, preparei a devida resposta àquelas manifestações tão
valorosas, mostrando meu pleno apoio à forma como os heróis e benfeitores costumam
ser tratados em Uiraúna, que perde em muito em importância o seu precioso
legado, ao ser ignorado e esquecido no tempo, quando ele poderia ser, ao
contrário, valorizado e colocado no devido lugar de permanente celebração, por
representar obra valiosíssima de pessoas especiais e maravilhosas, a exemplo do
maestro Ariosvaldo, que foi marcante edificador de excelentes obras, dignas de integrar
naturalmente o panteão especial dos heróis da cidade, como forma de se
homenagear, exemplarmente autores de ações construtivas e de expressividade história
da cidade, como reconhecimento e gratidão à abnegação e ao trabalho de muitos
heróis, que seriam lembrados eternamente pela sua dedicação e pelo seu amor ao
seu semelhante.
Eis
o aludido texto, que eu deixei registrado logo abaixo das palavras das
estimadas filhas do homenageado: “Prezadas
Socorro e Ubaldina, respeitáveis e gratas filhas de meu ex-professor de música
Ariosvaldo Fernandes, é com o coração muito alegre que acolho o carinho de
vocês sobre a singela homenagem que transmiti por meio de crônica. Li e reli e
ainda li de novo as suas mensagens tocantes e todas as vezes me emocionei,
sendo que, na primeira leitura, não consegui controlar as lágrimas, por sentir
no peito o verdadeiro e bom sentimento do quanto faz falta uma pessoa com os
dons e as qualidades do mestre Ariosvaldo, que merece ser exaltada não somente
por meio de despretensiosa crônica escrita por um de seus humildes discípulos,
que sequer teve oportunidade de aproveitar, profissionalmente, seus magníficos
ensinamentos da arte musical, conforme já esclareci anteriormente, mas a sua
extraordinária contribuição ao saber, à aprendizagem e ao fortalecimento ao
mundo da música exige, no mínimo, o reconhecimento à altura do quanto de
majestoso isso representou para uma geração que se formou graças à abnegação
voluntária dele, que realmente era possuidor de enorme e singular capacidade
artística, que deixou seu nome gravado como sendo um dos notáveis no seio dos
grandes e destacados músicos celebrados na ‘Terra dos Músicos’. É pena que
homem como Ariosvaldo, da estirpe, capacidade e elegância diferenciadas entre
seus pares, não consiga merecer, por seus méritos, as devidas honras e homenagens,
pela benemerência da sua relevante contribuição a uma das causas mais nobres da
cidade, que ajudou, com os seus sacrifício e esforço a consolidar aquele título
defendido e atribuído por Uiraúna, como a ‘Terra dos Músicos’. Sei muito bem o
quanto tem sido difícil a obtenção do reconhecimento do trabalho e da dedicação
em benefício da comunidade, pela montanha de escrito que produzi em defesa
dessa meritória causa cívica e humanitária, com o mais puro sentimento de
reconhecimento e gratidão. Refiro-me à defesa ardorosa que fiz em nome do
glorioso e fantástico trabalho desprendido, com muito amor cristão, pelo
inesquecível Bonifácio Fernandes, tendo demonstrado com o extremo dos recursos
de convencimento que ele é merecedor da permanente reverência como verdadeiro
herói de Uiraúna, como forma altruísta de mostrar às atuais gerações a
extraordinária contribuição de um gigante prático de farmácia para a vida de
uma comunidade totalmente relegada ao abandono dos cuidados
médico-hospitalares, que ficavam sob a inteira responsabilidade de valente
pequeno homem, impetuoso e corajoso, que batalhou sozinho para atender e vencer
às vicissitudes sociais, na área da precária saúde pública, da sua época. Basta
tão somente a vontade política para declarar o reconhecimento aos grandes
heróis de Uiraúna, como Bonifácio, Ariosvaldo, Zéu, Candinha, entre tantos
outros do mesmo naipe de colaboradores de escol, que se sacrificaram em esforço
e dedicação para contribuir com expressivas ajuda e benefício para o
engrandecimento e o conforto da comunidade de Uiraúna, em demonstração da maior
dignidade e nobreza para conhecimento das gerações atuais e futuras sobre os
verdadeiros valor e capacidade da efetiva contribuição prestada aos filhos de
nossa querida terra Uiraúna. Estimadas filhas de meu admirado mestre
Ariosvaldo, fico eternamente agradecido pelos carinho e reconhecimento de
vocês, reafirmando a minha satisfação de ter sido um dos instruídos por esse
grande e notável professor da tão difícil arte da música. Muito obrigado.
Abraços fraternos, extensivos aos demais familiares dele.”.
Diante
do exposto, está assente e provado que o reconhecimento oficial dos benfeitores
e construtores do bem de Uiraúna, os que podem ser considerados verdadeiros heróis,
é praticamente exigência da sociedade, que reconhece a importância de suas
ações e seus feitos transformados em benefícios para a comunidade, cuja
contribuição precisa constar da memória histórica da cidade, como forma de se
perpetuar as lições benéficas de cidadania e civismo, que são autênticas
demonstração de valorização de exemplos dignos de ser seguidos por gerações.
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 20 de maio de 2018
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