A equipe de comunicação do ex-ministro Fazenda,
que já se lançou pré-candidato à Presidência da República pelo MDB, avalia que tem
importante trunfo com capacidade para impactar eleitores de diferentes
espectros ideológicos.
A
ideia possivelmente miraculosa e revolucionária diz respeito ao fato de que o
pré-candidato do MDB pretende mostrar ao eleitorado que ele já foi
reconhecido tanto pelo ex-presidente da República tucano quanto pelo
ex-presidente da República petista.
Com
relação ao tucano, conforme o jornal Folha
de S. Paulo, o ex-ministro pretende lembrar de momento acontecido em 1996,
quando ele assumiu a presidência mundial do antigo Bank Boston e recebeu carta
de recomendação do peessedebista.
No
que diz respeito ao ex-presidente petista, o ex-ministro já manifestou o desejo
de fazer uso de vídeos do período em que foi presidente do Banco Central do
Brasil, durante o governo do petista, que, em diversos discursos da época, o
então presidente teria direcionado elogios públicos ao agora possível
presidenciável pelo MDB.
Certamente
que o político ganharia muito mais credibilidade se ele dissesse para os
eleitores que é amigo e recomendado por um apolítico, em especial Deus, porque
pode ser que haja tiro certeiro no pé, diante do simples fato de ele afirmar
que tem fortes ligações com dois políticos altamente contestados por boa parte
da opinião pública e por parcelas importantes da sociedade e isso, por certo,
somente contribuirá para que a sua credibilidade vá imediatamente para o espaço
sideral, diante da antipatia deles por muitas pessoas honradas.
É
evidente que afirmação nesse sentido pode demonstrar que ele não tem
personalidade para construir o seu próprio projeto político, por precisar se
valer da sua vinculação do passado com políticos que, na atualidade, caíram em
desgraça no conceito de muitos brasileiros, que não suportam nem ouvir seus
nomes.
Por
coincidência e, para agravar ainda mais o quadro da atualidade, um dos
políticos mencionados até se encontra encarcerado, cumprindo pena de prisão,
deixando de merecer integral credibilidade de eleitores, justamente por ter
sido condenado pela Justiça, pela prática dos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro, o que demonstra a incompatibilidade, em termos de exemplo
construtivo de moralidade, entre a vinculação de amizade e o projeto político.
Seria
aconselhável, por ser de bom alvitre, que o ex-ministro da Fazenda dissesse, à
luz dos princípios da verdade e da dignidade, que já foi realmente reconhecido
por fulano ou sicrano, mas agora isso representa relações circunstanciais do
passado e o seu projeto político para o Brasil é absolutamente pessoal e não
tem vinculação com ninguém do mundo político, já tendo, a propósito, elaborado
metas próprias de governo para a reconstrução socioeconômica do país.
É
importante que os novos candidatos se apresentem ao eleitorado com cara e
projetos também novos, sem qualquer vinculação com as políticas adotadas pelos governos
de seus amigos de então, porque os tempos são outros e o Brasil precisa passar
por processo modernizante, deixando para trás os políticos que já deram a sua contribuição
ou foram capazes de atrasar o seu desenvolvimento e que agora os seus elogios
não fazem a menor diferença ou até mesmo possam servir apenas para enodoar a
credibilidade de quem pretende usá-los pensando em se promover politicamente,
mas certamente que essa ideia não passa de puras ingenuidade e infantilidade
políticas, porque os brasileiros estão ávidos por novidade e por mudanças dos
hábitos degenerativos do passado.
Na
verdade, essa pretensa imaginação de vinculação com políticos decadentes não
passa de ideia retrógrada e destrutiva, em termos políticos, podendo ainda
contribuir para suscitar a certeza de que ele não tem personalidade, em termos
políticos, para se apresentar ao eleitorado com a devida e própria
autenticidade de homem público que é genuinamente diferente da atual classe
política, que fica permanentemente de alianças em coalizões interesseiras e
espúrias, sempre enterrando com maior intensidade as causas essenciais do
Brasil, porque elas somente têm o propósito, conforme mostram os fatos, de
puxar a melhor e substanciosa “sardinha” para os camarins pessoais e
partidários, tendo por essência a absoluta dominação das classes política e
social e a conquista ou a permanência no poder, em indiscutível prejuízo do
interesse público, que, ao contrário, deveria ter prevalência no trato das
atividades políticas modernas. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 23 de maio de 2018
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