domingo, 20 de maio de 2018

Bravura de policial


     O governador de São Paulo prestou homenagem à policial cabo que, em ato de heroísmo, matou um ladrão na porta da escola onde sua filha estuda, no bairro Jardim dos Ipês, em Suzano (Grande SP).
O político entregou flores à policial militar, em cerimônia no Comando de Policiamento de Área Metropolitana-4, na Vila Esperança, São Paulo, tendo dito que a cumprimentava pelas destreza, técnica e coragem.  
Ele disse à policial que "A gente não pode deixar de enaltecer toda a técnica que você usou nesse episódio, da maneira rápida que você agiu e, ao mesmo tempo, a coragem que você teve, porque poderia simplesmente se omitir naquela situação, pois estava de folga, à paisana".
O governador disse que "a homenagem é feita porque é Dia das Mães, e ela é mãe", embora ele tivesse que ouvir questionamento da imprensa se o gesto dele não contrariava a filosofia de redução de letalidade policial.
O governador enfatizou que "Ela foi a uma festa para comemorar a data e aconteceu uma situação dessas. Ela agiu tão precisamente, tão perfeitamente, que a gente resolveu homenageá-la. Claro, o rapaz morreu, não é o ideal. A gente gostaria que as pessoas não morressem”. 
Ele também esclareceu que "A gente faz isso para mostrar para as pessoas mais jovens que elas não se aventurem com arma na mão, porque estão sujeitas a morrer. Porque os nossos profissionais da segurança são bem treinados para fazer a segurança pública". 
A policial disse que “É recompensador saber que não houve mais vítimas durante a tentativa de assalto. É gratificante por ter salvado vidas, porque a gente não sabe como seria o decorrer disso. É para isso que estamos nessa profissão, para defender as vidas, e foi o que eu fiz".
Ela contou que “não sabia se a reação do assaltante seria atirar nas crianças ou nos adultos que estavam em frente à escola. Então decidi defender as mães, as crianças, a minha própria vida e a da minha filha. Na hora eu pensei que tinha que ter atitude. Nós, policiais, somos preparados para isso.",
A policial disse que "A minha preocupação, no momento, foi que a minha intervenção fosse de maneira mais próxima a ele para que não houvesse risco de machucar outras pessoas, porque havia crianças correndo".
A coragem e a competência do policial ficaram muito bem caracterizadas em momento bastante delicado, em que um criminoso insano apontava sua arma para as pessoas, de forma visivelmente descontrolada, com a iminência de haver disparos e sequência de situação completamente desagradável e imprevisível.
A atitude da policial é louvável, em todos os sentidos, notadamente porque ela conseguiu imobilizar o delinquente com tiros certeiros, evitando que ele tivesse poder de reação, o que poderia envolver mais pessoas na tragédia.
É preciso sim ser reconhecida a precisa e oportuna ação da policial, não pela morte em si de ser humano, mas porque as circunstâncias e a falta de uma alternativa obrigavam que ela tivesse agido também em legítima defesa, atirando contra bandido que ameaçava a todos, com arma em punho e o perigo era em potencial.
Essa policial não merecia somente as flores em homenagem à sua brava e destemida competência, mas sim ser promovida à graduação de Sargento, como forma de o Estado reconhecer que a participação dela foi extremamente benéfica para a sociedade, tanto por ter evitado verdadeira tragédia, de resultado terrível, como, nas circunstâncias inevitáveis, tirado de circulação entre a sociedade criminoso de extrema periculosidade, com histórico monstruoso de crimes bárbaros.
A atuação da policial, que pode ser considerada extremamente corajosa, acima de tudo, diante do risco de vida em potencial, precisa ser exibida como modelo para as Polícias Militares, principalmente porque ela procurou seguir o rito recomendado nos ensinamentos para aplicação em situações que tais, tendo obtido pleno êxito na sua intervenção, sobretudo em respeito ao princípio da prudência, por ter agido sem precipitação e com moderação, o suficiente para apenas imobilizar o fora da lei e tranquilizar o momento tenso e agitado. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNAN

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